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Written by Administrator   
Thursday, 31 October 2013 21:43

Caros amigos, à contragosto do que muita gente – particularmente aqui no Brasil – gostaria de admitir, a Fórmula 1 tem um novo dominador, um novo “fora de série”, um novo fenômeno: Sebastian Vettel.

 

A conquista do campeonato mundial de Fórmula 1, de forma avassaladora, nesta temporada de 2013 mostrou um piloto meticuloso, calculista, arrojado (quando necessário) e sedento por vitórias como seu ídolo e antecessor na “dinastia germânica”, Michael Schumacher.

 

Ao contrário do que foi comentado nos anos do “primeiro império alemão”, quando Michael Schumacher dominou por meia década a Fórmula 1 com uma imbatível Ferrari, poucos eram os que diziam que os êxitos do multicampeão era fruto de um – ou vários – super carros, saídos da prancheta de Rory Byrne. No caso de Sebastian Vettel, diversas vozes insistem em afirmar que o jovem prodígio é fruto dos carros fantásticos de outro projetista: Adrian Newey.

 

As pessoas que afirmam isso provavelmente estão esquecendo fatos importantes ocorridos na segunda metade da década passada que jogam por terra esta argumentação. Afinal, o que era a Red Bull como equipe de Fórmula 1 nesta época?

 

A fabricante de bebidas energéticas comprou a equipe Jaguar no final de 2004 e manteve boa parte de seu corpo técnico e seus pilotos eram apostas que corriam ao lado do experiente David Couthard. Nos anos que se seguiram, a equipe teve jovens pilotos, que venceram campeonatos nas categorias de acesso, mas nenhum deles conseguiu fazer a equipe “decolar”, nem mesmo quando Adrian Newey foi contratado, em novembro de 2005.

 

Quando deixou a McLaren, o projetista deu uma declaração que hoje poderia ser tomada como profética. Não lembro as palavras exatas, mas ele disse que para mantê-lo estimulado a continuar na Fórmula 1 ele precisava de um desafio e pegar uma equipe média como Red Bull e ser campeão com ela seria algo para estimulá-lo profissionalmente.

 

Sebastian Vettel fez uma carreira fenomenal nas categorias de base, sendo um dos pilotos do programa de jovens pilotos da Red Bull. Sua estreia na Fórmula 1 foi, de certo modo, semelhante a de seu “ídolo” e inspiração, Michael Schumacher, quando o grupo de investidores “comprou” o lugar na Sauber BMW para o GP dos EUA, após o grave acidente sofrido por Robert Kubica. Classificou em 7º e terminou em 8º.

 

Sua estreia na Toro Rosso, equipe B do grupo e sem projeto de Adrian Newey aconteceu apenas em Hungaroring. Nas corridas do Japão e da China naquele ano, com chuva e com isso nivelando os carros, o menino alemão deu um verdadeiro show, andando entre os primeiros e mostrando que era “diferente dos outros”.

 

Em 2008 Adrian Newey já estava totalmente ambientado na Red Bull e a equipe contava com David Couthard e Mark Webber como seus pilotos. Contudo, a Toro Rosso, equipe B da fabricante de energéticos, marcou mais pontos que a equipe principal. E Sebastian Vettel, sozinho, marcou mais pontos do que os dois pilotos da Red Bull juntos. Na verdade, mais pontos que os outros três pilotos – incluindo seu companheiro de equipe, o francês Sebastien Bourdais – juntos! Não bastasse isso, foi o responsável pela primeira vitória dos “energéticos” na Fórmula 1. Ele, de certa forma, “aposentou” David Couthard!

 

Em parceria com Adrian Newey elevaram a Red Bull ao platamar que esta ocupa nos dias de hoje, fazendo de uma equipe média e/ou novata uma campeã do mundo. Será que ter de assistir um jovem gênio nas pistas – não brasileiro – é algo tão angustiante e doloroso para algumas pessoas? Parece que sim! E, para aumentar o sofrimento destes, farei uma pequena viagem de regressão no tempo para mostrar que o “fenômeno Vettel” não é um caso isolado na história da Fórmula 1.

 

Nos anos 80, Nelson Piquet levou a Brabham, uma equipe que havia conquistado dois títulos em 1966 e 1967, com seu criador Jack Brabham e no ano seguinte com Denny Hulme, não conseguiu manter-se no topo da categoria. Ao longo dos anos 70, conseguiu chegar à vitória em algumas corridas, mas em momento algum seus pilotos chegaram a disputar o título.

 

Foi apenas em 1980, com jovem Nelson Piquet, que iniciava sua segunda temporada completa (Piquet disputou algumas provas com equipes pequenas, privadas e uma com um terceiro carro da Brabham em 1978) comandando os trabalhos de desenvolvimento do carro ao lado do engenheiro e projetista sul africano Gordon Murray levaram a – então média – Brabham à disputa do título naquele ano e, no ano seguinte, à conquista do título. Não bastasse isso, a dupla “passou a perna” na Renault e na Ferrari, que já tinham projeto de carros com motor turbo muito mais desenvolvidos e conquistou o campeonato de 1983.

 

Bruce McLaren criou sua equipe de Fórmula 1 em 1963, onde era proprietário e piloto. A única vitória pelas mãos do piloto e também a única que ele assistiu antes de morrer, em 1970, aconteceu no GP da Bélgica, em 1968. A McLaren só voltou a vencer em 1972, com Denny Hulme. Apesar das três vitórias de 1973, a equipe estava longe de ser uma candidata ao título, que só aconteceu quando a equipe, já comandada por Ted Meyer, contratou Emerson Fittipaldi, dando o passo que faltava para tornar-se uma equipe grande.

 

Nesta mesma época, A Matra, equipe franco-inglesa, só sagrou-se campeã com o escocês Jackie Stewart ao volante de seu carro e, quando este e o mecânico chefe da equipe, um tal de Ken Tyrrell, resolveram trabalhar juntos em um projeto, em dois anos levaram a Tyrrell – que no primeiro ano correu com um chassi March – à condição de equipe campeã.

 

Sebastian Vettel junta-se a estes verdadeiros gênios do automobilismo, capazes de fazer de uma equipe nova ou média uma equipe campeã. Ele é destes que “fazem a hora”, enquanto outros são do time dos que “espera acontecer”.

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

O último GP de F1, na Índia, não foi apenas de festa. Tudo bem que regras são regras, mas é um atentado contra a emoção do esporte a punição dada à Sebastian Vettel e à equipe Red Bull pela fantástica celebração do campeonato feita pelo jovem gênio da Fórmula 1.

 

Os comissários, embora o regulamento não impeça a felicidade do alemão, consideraram que o piloto da Red Bull quebrou a regra do parque fechado ao não ir diretamente para os boxes ao final da prova(artigo 43.3 do regulamento esportivo da F1). Assim, o piloto recebeu uma reprimenda, enquanto a escuderia foi multada em 25 mil euros (cerca de 75 mil reais).

 

Christian Horner lamentou a falta de “espírito esportivo” por partes dos comissários no caso desta iniciativa do piloto. Segundo Horner, uma comemoração como esta é positiva para o esporte e, dada às “circunstâncias especiais”. Afinal, quantas vezes alguém ganhou 4 campeonatos consecutivos? Em todo caso, a equipe assumiu a multa e os fãs da F1 estão mais felizes, pelo menos muitos estão. Para quem achava que aquele “Yes” era uma “coisa forçaca”... foi um belo “cala a boca”.

 

Quem não calou a boca foi nosso querido Kimi “tomotodas” Raikkonen. Nas voltas finais do GP da Índia o tempo fechou pelo rádio da equipe. O piloto e o diretor de operações da ‘Nega Genii’, Alan Permane, tiveram um arranca rabo que o mundo inteiro ouviu.

 

Com os pneus “na lona”, o finlandês era 2 segundos mais lento por volta que seu companheiro, Romain “maluquinho” Grosjean. O Franco-suiço chegou rápido, mas não teve moleza. Kimi jogou duro, empurrou Grosjean pra fora da pista (louvada área de escape asfaltada) e ficou praticamente uma volta segurando o companheiro, o que permitiu a aproximação de Felipe Massa, o 5º colocado.

 

Alan Permane não gostou nem um pouco da atitude de Raikkonen e gritou pelo rádio: “Kimi, saia da frente!”, usando um palavrão (que não vou reproduzir por linha editorial) em inglês. Raikkonen também não economizou na resposta. “Não grite! Você está ferrando. Eu vou sair da frente quando tiver uma chance, não em uma curva de alta”, disse, em entrevista à revista inglesa “Autosport”... não foi exatamente isso, né? Grosjean choramingou com um “pessoal, façam alguma coisa”. Imaginem o que vem por aí na Ferrari...

 

Ainda falando sobre a ‘Nega Genii’, que tá “rodando a bolsinha na esquina” para conseguir correr no ano que vem, a coisa anda da cor do carro: preta! Eric Boullier admitiu que a escolha do substituto de Kimi Räikkönen pode se basear, além do talento, em aspectos financeiros. Ou seja, o Nico Hulkenberg depende de um milagre financeiro para ser contratado.

 

O francês falou ainda sobre a importância de fechar o acordo com o grupo de investimento árabe Quantum - situação ainda em aberto - na escolha do novo companheiro do praticamente confirmado Romain Grosjean na equipe de Enstone. Segundo o jornalista Américo Teixeira – que eu vou chamar de oráculo caso ele acerte mesmo todas as notícias que tem publicado no ‘Diário Motorsport’, agora ele ‘crava’ que “El volante bolivariano” Pastor Maldonado já está fechado com a equipe de Luxemburgo.

 

“Nós estamos trabalhando em um acordo financeiro, mas eu gostaria de ter os melhores pilotos também. No fim das contas, você tem que colocar a equipe em primeiro lugar. Eu preciso manter o meu pessoal”, choramingou Boullier.

 

E finalmente começou o julgamento do Bom Velhinho na Inglaterra, uma vez que a Alemanha parece ter uns sistema judicial tão enrolado quanto o nosso! Numa dessas tristes coincidências da vida, no dia do aniversário de 83 aninhos do, quem sabe, futuro ex-chefão da F1.

 

Tio Bernie afirmou que está tranquilo com o julgamento, mas disse que o ideal era não ter que enfrentá-lo enquanto comanda a categoria. “Isso não é o ideal. Seria melhor se não estivesse acontecendo, mas não podemos mudar o sistema de justiça”, declarou o dirigente à agência de notícias ‘Bloomberg.’


Advogado de defesa Alexander Engelhardt explicou que a decisão da corte inglesa é importante porque pode influenciar no que a justiça alemã vai julgar no ano que vem. Por isso, é essencial que Ecclestone não tenha novas provas incriminatórias durante o desenrolar do processo.

 

E como não bastasse isso, a procuradoria da Suíça abriu uma investigação criminal para averiguar as acusações de que Bernie Ecclestone pagou propina para facilitar a venda das ações da F1. Um porta-voz da promotoria de Genebra afirmou que as autoridades locais estão examinando um pagamento de 44 milhões de dólares feito pelo “Bambino”, um fundo familiar de Ecclestone, ao banqueiro germânico Gerhard Gribkowsky. De acordo com o porta-voz da procuradoria, o Bambino tem um escritório em Genebra. É... o cerco está se fechando...

 

Voltando ao mundo da alegria, Robert Kubica conquistou na Espanha a sua quinta vitória em sete etapas da classe WRC2 do Mundial de Rali, conquistando por antecipação o título da categoria. Humilde, o polaco comemorou a conquista e admitiu e admitiu que esta conquista foi além das suas expectativas.

 

Mesmo com as sequelas no braço direito, fruto do grave acidente sofrido no Rali Ronde di Andorra, em fevereiro de 2011, Kubica saiu-se melhor do que Kimi Raikkonen nos seus anos de Rally, onde o finlandês colecionou capotadas.

 

Apesar do título, o polaco não esconde de ninguém que o desejo de retornar à F1, voltar para os monopostos um dia, é algo muito forte nele, que acredita que o Rally tem ajudado muito neste trabalho de recuperação.

 

Kubica vai ser inscrito no WRC-1, a categoria principal, no Rally da Inglaterra, agora em novembro e já tem agendado um teste com um carro do DTM, que é quase um monoposto carenado ainda para este ano.

 

Este é outro que faz a hora!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fenando Paiva

 

 

Last Updated ( Thursday, 31 October 2013 22:36 )