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Hipocrisia extrema! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 15 November 2013 10:20

Caros amigos, esta última semana foi recheada de assuntos interessantes para podermos discernir, mas para tentar juntar todos em um só ponto – sim, porque há um ponto em comum – e o que eu encontrei está mais para a postura do meu primo Mauricio do que para a minha linha de redação... mas como não ficar indignado com certas coisas que vimos e lemos nestes dias.

 

Vamos começar pela primeira delas: a “festa de despedida” de Felipe Massa da Ferrari.

 

Depois de dois anos sendo questionado, humilhado, desdenhado dentro do seio de sua própria equipe, muitas vezes com o próprio presidente da fábrica, Luca Di Montezemolo, dando declarações à imprensa de que o piloto brasileiro tinha que fazer isso, fazer aquilo, provar isso, provar aquilo, quando este é um assunto que deveria ser tratado à portas fechadas. Diga-se de passagem, Felipe Massa sempre agiu com extremo profissionalismo, nunca dando declarações que comprometessem a equipe, bem diferente de seu antecessor, Rubinho Tagarello, digo, Barrichello.

 

Apesar de estar – teoricamente – confirmado para disputar as duas últimas corridas do campeonato pela equipe, despedindo-se no Brasil, a Ferrari fez no último domingo, uma cenográfica festa de despedida para Felipe Massa. Segundo a organização do evento, mais de 15 mil pessoas estiveram presentes no circuito de Mugello, enchendo a arquibancada da reta principal e aplaudindo o brasileiro de pé por dez minutos – a mesma torcida que desde o ano passado pedia a sua cabeça – agradecendo seu trabalho nas últimas oito temporadas... ou dando um adeus?

 

Em uma cenográfica coletiva, ao lado do “futuro ex-capo”, o Macarroni relembrou alguns dos seus grandes momentos de sua passagem pela Ferrari. Disse que, em um balanço geral, foi uma boa união, afirmando ter tido sorte e uma grande carreira com a Ferrari, mais do que jamais havia sonhado no início da carreira. Esta coletiva é, inclusive a nossa “Photo Chat”, que pode ser vista na FrontPage do site.

 

Mas o ponto alto da pantomima foi quando o crítico Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, exaltou a maneira cordial como o casamento entre piloto e equipe chegou ao fim... Cordial? Só se foi com o punhal no coração, carcamano! O cartola cara de pau declarou que a “separação” foi de “comum acordo” e com o melhor interesse de ambas as partes... como se o Felipe quisesse mesmo deixar a equipe. O cartola ainda disse que o processo foi feito com calma, amistosamente e de maneira construtiva! Algum dos caros leitores acredita nisso?

 

Com isso, no dia seguinte, cumpriu-se o que foi dito pelo “oráculo” Américo Teixeira Junior, que noticiou 20 dias antes do anúncio oficial que Felipe Massa seria piloto da Williams. No dia seguinte, na segunda-feira, lá estava o piloto brasileiro na sede da equipe de Frank Williams, em Grove, para o “comunicado oficial” da assinatura de seu contrato, que parte da imprensa diz ser de 5 anos, parte de 3.

 

Como não poderia deixar de ser, Felipe afirmou que seu objetivo é a reconstrução da Williams e que espera poder, com sua experiência, ajudar a equipe a deixar para trás este longo período de vacas magras. Um trabalho duro que não só ele, mas todos tem pela frente, principalmente com a falta de dinheiro que tem sido uma constante nos últimos anos da equipe e que vai se agravar com a perda dos petrodólares de Pastor Maldonado.

 

E é aí que vem a segunda hipocrisia da coluna. A equipe e o piloto, ambos declararam que Felipe Massa não é um piloto pagante, mas ninguém falou em valores de salário. Será que o Macarroni vai receber por pontos marcados? O Piquet ganhou uma fortuna da Benetton com isso, quando fez o carro progredir e chegou a conquistar três vitórias para a equipe... só que o Massa não é o Piquet. Em todo caso, essa conta não fecha!

 

Em todo caso, esta vai ser uma prova de fogo para o Macarroni. É ele quem estará à frente do programa de desenvolvimento do carro da equipe. O brasileiro tem a seu favor, os anos em que carregou o piano na Ferrari fazendo isso e um outro fator ainda mais importante: com todas as mudanças no regulamento, a adoção de um motor completamente diferente para todo mundo e mais as alterações de tecnologia, se a equipe for competente, pode sair um bom carro. Do contrário, Felipe Massa vai apenas fazer número no grid!

 

Divertido foi ver o noticiário dando conta de que Felipe Massa “é o sexto piloto brasileiro a pilotar para a equipe de Frank Williams”. Daí eles mencionaram Bruno Senna, Rubens Barrichello, Antônio Pizzonia, Ayrton Senna, Nelson Piquet... e esqueceram José Carlos Pace!!! Estes profissionais de mídia de hoje... vou te contar.

 

A terceira hipocrisia da série é baseada no “Teorema de Vampeta”, aquele folclórico jogador de futebol que um dia declarou que o clube ‘fingia’ que o pagava e ele ‘fingia’ que jogava. Este teorema aplica-se ao futuro – que no caso já é – piloto da Ferrari, Kimi ‘tomotodas’ Raikkonen e a sua relação com a “Nega Genii”.

 

Na semana passada, quando foi anunciado o novo sócio da equipe, o grupo Quantum, tudo parecia encaminhado para o acerto do gigantesco ‘papagaio’ que o piloto finlandês tinha nas mãos, algo como 12 milhões de euros a receber e que o chefe da nova investidora, o tal do Mansoor Ijaz iria começar a sua participação no time quitando a dívida... talvez, ao saber do valor exato da mesma ele tenha exclamado: “Quantum”?!?! E aí a porca pode ter torcido o rabo.

 

Claro que tudo isso sobre o pagamento ou não da dívida é especulação minha, uma vez que uma informação destas, ninguém abre para a imprensa... exceto o Kimi, claro! Contudo, o finlandês está fora de combate e da temporada por ter decidido fazer uma cirurgia “nas costas”, devido às fortes dores que vinha sentindo.

 

Tudo aponta para uma cirurgia de hérnia de disco, onde as dores agudas e insuportáveis, que se estendem pelas ramificações nervosas, indo até as pernas, geralmente a direita já foram acusadas um ano antes por outro piloto: Fernando Alonso, que também voltou a se queixar de dores nas costas” e foi dúvida para as duas corridas que encerrarão a temporada.

 

Steve Robertson, empresário do piloto, confirmou que a temporada de 2013 do seu piloto terminou de forma antecipada porque o período de recuperação está estimado em quatro semanas. Em todo caso, Kimi estaria libarado para tomar suas ‘biritas’ antes do final do ano, contudo, de acordo com o empresário, realizá-la antes foi uma forma de minimizar qualquer chance de prejudicar o início dos trabalhos com a Ferrari.

 

A diferença é que, enquanto o ‘tomotodas’ está saindo da equipe, “feliz da vida e com um rombo no bolso”, totalmente sem estímulo para fazer um sacrifício por ela, Fernando Alonso tem aquela postura de comprometimento com a equipe onde corre, no caso agora a Ferrari e sabe da necessidade da equipe tentar, ao menos, salvar o terceiro lugar no mundial de construtores.

 

E pra fechar o pacote, a ‘Nega Genii’ anunciou a contratação – para as últimas duas corridas do campeonato – do “encostado” finlandês Reiki Kovaleinen, que perdeu o assento na Caterham por falta de patrocinadores. A pergunta é: e o piloto de testes, o terceiro piloto, Davide Valsechi? Porque não ele? O cara colocou uma grana na equipe para estar ali, para fazer horas de simulador – uma vez que piloto de testes raramente vai pra pista – e na hora que aparece a chance de correr, trazem outro piloto. Ele deve estar feliz da vida!

 

Divertido foi o quanto de especulação teve em torno de quem seria o “piloto tampão” da equipe para estas duas corridas. Até no nome de Michael Schumacher se falou na “radio paddock”. Sinceramente, não duvido que ele tenha se oferecido para estar lá no cockpit vago, mas daí a aceitarem... outro nome falado foi o do maior candidato à vaga efetiva para o ano que vem, Nico Hulkenberg, mas este declarou que não deixaria a Sauber agora, na reta final do campeonato para não comprometer sua posição na equipe. Afinal, com os petrodólares bolivarianos de Pastor Maldonado voando por aí, este pode ir para a ‘Nega Genii’ e o Hulkenberg permanecer na Sauber uma vez que a montanha de dinheiro russa do piloto-teen Sergey Sirotkin parece não ter entrado.

 

Este é o mundo da Fórmula 1, onde nem o que está escrito normalmente vale, nem tudo que parece é e se alguém afirmar algo, duvide antes de repetir o que ouviu!

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

A coisa está cada vez ficando mais feia para os lados do bom velhinho no julgamento que está acontecendo na Inglaterra.

 

Eddie Jordan, Alain Prost e Tom Walkinshaw, três ex-proprietários de equipes da F1, teriam sido pagos por Bernie Ecclestone para que assinassem o Pacto da Concórdia de 1998. A informação surgiu na semana passada provocando uma inesperada reviravolta na Corte de Londres, onde o bom velhinho está sendo julgado pelo envolvimento em um esquema de corrupção durante a venda das ações da F1 para o grupo CVC, que também tem um processo em andamento na Alemanha. A Constantin Medien, que move a ação na Inglaterra, afirmando ter sido seriamente prejudicada por conta do suposto suborno, alega que a negociação se deu "sem o processo normal e adequado".

 

Philip Marshall, representante do Constantin Medien, tentou provar que o chefão da F1 não mede esforços para atingir seus objetivos e isso inclui o pagamento de suborno, expondo como exemplo o dinheiro entregue a três proprietários de equipes em 2001.


Marshall afirmou que Eddie Jordan, hoje comentarista da rede BBC, Alain Prost, hoje consultor da ‘Nega Genii’ e Tom Walkinshaw, à época dono da Arrows e que morreu no fim de 2010, receberam uma grande quantia por meio da Valper Holdings, uma subsidiária da Bambino Holdings, empresa da família de Ecclestone. Jordan teria recebido10 milhões de libras e o para Prost e Walkinshaw teriam sido pagos 7 milhões cada um.

 

Bernie não negou o pagamento, mas afirmou que o mesmo foi para as equipes, e não para as pessoas. Se eles usaram o dinheiro em benefício próprio seria um problema deles. O velhinho é carne de pescoço mesmo! Bernie Ecclestone continua negando ter feito qualquer ameaça à empresa alemã Constantin Medien durante o processo de venda das ações da F1 para o grupo financeiro CVC.

 

Mas tem outro assunto envolvendo dinheiro que preocupa muito mais do que as confusões do bom velhinho. Os dirigentes e pessoas importantes ligadas à F1 estão cada vez mais preocupados com o aumento dos custos que as mudanças no regulamento trarão para a próxima temporada. Os recentes problemas financeiros da ‘Nega Genii’ com o Kimi ‘ai minhas costas’ Raikkonen aumentou a preocupação e revelou que a situação não está fácil pra ninguém.

 

Alain Prost, embaixador da Renault, chegou a ter equipe própria entre os anos de 1997 a 2001 – e que quebrou por excesso de teimosia, segundo o piloto de carrinho de supermercados que foi seu sócio – afirmou que os planos apresentados até agora para controle dos custos não foram eficientes, fazendo-se necessária uma mudança significativa.

 

Enquanto o pessoal da ‘Nega Genii’ chora suas pitangas, Toto Wolff, chefe da Mercedes, acha que cada esquadra deve se responsabilizar por seus gastos para não enfrentar dificuldades para pagar contas e salários. Bom, falar com uma Mercedes por trás é bem mais fácil, não? A equipe alemã, a Red Bull e a Ferrari parecem ser as únicas não muito preocupadas com custo.

 

Por falar em aerodinâmica, se for verdade os desenhos que eu vi da frente dos carros da Fórmula 1 para a temporada do ano que vem, não vou deixar mais meus filhos assistirem corrida. Que diacho é aquilo “pendurado” no bico do carro parecendo aquilo que todo mundo pensou que viu e que eu também pensei?

 

Mais “revolucionário” do que isso, só o tanto de coisas que aconteceu na dança das cadeiras dos pilotos esta semana.

 

Depois de um ano “aos tapas” com um carro ruim e com o ‘dono’ da equipe, Jenson Button, o Sergio ‘Speed Gonzalez’ Perez está de saída da McLaren... e saiu atirando! Depois que Martin Whitmarsh, o testa de ferro do Ron Dennis criticou abertamente o desempenho dele, Perez deu o troco falando à imprensa de seu país, durante um evento da Johnnie Walker, que a alta cúpula da equipe deveria ter “mais humildade” (de Ron Dennis e sua trupe? Hahaha) e que a equipe não depende só de uma cabeça, mas de muitas e algumas delas mostraram não ser boas o suficiente. A minha pergunta é: e a Claro fica aonde nesse rolo?

 

Os fortes rumores de que Kevin Magnussen, piloto do programa de formação da equipe seria seu substituto acabou se confirmando. Com isso, tem mais um piloto com um caminhão de dinheiro procurando vaga na categoria e a briga vai esquentar. Tem vaga na ‘Nega Genii’, Na Sauber e na Force Índia onde qualquer milhão a mais vai ser muito bem vindo.

 

Não bastasse tudo isso, a danada da política também teve seus capítulos... dentro e fora do Brasil!

 

Depois de muito latir, o “candidato de oposição” a Jean Todt retirou sua candidatura à presidência da FIA. David Ward retirou sua candidatura por uma meio de uma carta na última quinta-feira. Ele alegou que não estava sendo possível garantir o número necessário de vice-presidentes regionais para assegurar a elegibilidade da sua chapa de oposição.

 

Alegando que Jean Todt, desde o início da campanha, vinha usando viagens oficiais para se reunir com seguidores visando assegurar a reeleição. Nessas viagens, o francês conseguiu o apoio de várias federações nacionais, limitando as opções de escolha de seus rivais, David Ward queixou-se ao conselho de ética da FIA, mas teve a moção indeferida.

 

O ex candidato, no seu “mimimi”, manifestou desejo de que sejam feitas alterações no processo de eleição da FIA, que tem sido alvo de protestos (dele) e que este assunto vai entrar na agenda na próxima reunião do Conselho Mundial do Esporte a Motor, em dezembro, o que daria a FIA um rumo  mais democrático no futuro.

 

Aqui no Brasil a coisa foi mais complicada: O advogado Edison Rodrigues Campos, membro eleito e titular do Conselho Fiscal da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), registrou um boletim policial, em Goiânia (GO), contra Felippe Zeraik e Eduardo José Leal de Faria Neves, respectivamente, diretor jurídico da entidade máxima do automobilismo brasileiro e presidente do Conselho. Eles são acusados de intimidar e ameaçar o conselheiro, em reunião na sede da Federação Goiana de Automobilismo no dia 30 de outubro passado, inclusive sendo exigida a sua renúncia.

 

Edison Rodrigues Campos redigiu um comunicado com um manifesto de repúdio para os presidentes das federações do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Brasília, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Bahia e Rio Grande do Sul, além da descredenciada federação de Tocantins e para o 3º vice-presidente CBA, Zeca Monteiro. O teor do comunicado relata “os bárbaros atos de tirania praticados contra minha pessoa, e contra o Cargo que fui eleito e ocupo de Membro Efetivo do Conselho Fiscal da CBA”. O Jornalista Américo Teixeira Junior, responsável pelo artigo, tem o comunicado em seu site, o Diário Motorsport.

 

Quanto mais a gente reza, mais assombração aparece...

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva