Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Quem merece um filme de Hollywood? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 25 November 2013 11:05

Como sabemos, este ano vai ficar marcado pela estreia de “Rush”, o filme realizado por Ron Howard e que teve Chris Hemsworth como James Hunt, e Daniel Bruhl como Niki Lauda. Sei que o assunto teve a sua polémica nestas páginas do Nobres do Grid, mas não é isso que me faz pegar de novo sobre este assunto. É sobre o impacto que isto vai ter num futuro próximo em Hollywood e arredores.

 

Digo isto porque desde há algumas semanas corre a noticia de que Tom Cruise poderá fazer a adaptação para o cinema de “Go Like Hell”, o livro de A.J. Baime sobre a luta entre a Ford e a Ferrari nos anos 60 para a vitória nas 24 horas de Le Mans. Eu tenho o livro em casa – em Portugal ficou com o titulo de “Como Uma Bala” - e as personagens são titânicas. Enzo Ferrari, Henry Ford II, Carrol Shelby, John Surtees e Ken Miles, entre outros, são personagens que ajudaram a moldar um periodo de tempo bem interessante que foi entre 1961 e 1966, ano em que os Ford, modelo GT40, ficaram com os três primeiros lugares na clássica francesa.

 

Fala-se que Cruise quer o papel de Carrol Shelby, o criador dos Cobra e que ajudou a fazer o GT40, e se tornou numa lenda americana “per se”. Caso ele aceite o projeto, seria um regresso, mais de vinte anos depois de ter feito “Days of Thunder”, onde fazia o papel de Cole Trickle, piloto da NASCAR. Ainda não se sabe quando é que vai começar as filmagens, mas fala-se de meados de 2014, depois de Cruise fazer o quinto filme da série “Missão Impossivel”. Quanto ao realizador, depois de Michael Mann se ter metido no projeto, agora fala-se de Joseph Kosinski, o mesmo que fez “Tron: Legacy”.

 

 

Estas noticias fizeram-me pensar sobre se estaríamos a caminho de uma era onde Hollywood iria se dedicar ao automobilismo. Sei desde há muito tempo de projetos sobre pilotos e personagens, e lembrei-me de que esta Primavera, tinha tido uma conversa via Twitter com o jornalista Peter Windsor sobre “Rush”. Pelo meio, falamos sobre outros filmes que Hollywood poderia estar a pensar em adaptar. Sabia de “Go Like Hell”, e acabamos a falar sobre a ideia de um filme sobre Richard Seaman, o primeiro britânico a competir no Grand Prix dos anos 30, cujo centenário do seu nascimento de comemora este ano. Ele falou que o projeto existe – eu sabia disso através de um artigo que tinha lido em 2012 – mas que estava em “development hell”. Traduzido para português: esperava por melhores dias.

 

E é se calhar isso que está a acontecer: muitos dos projetos que conheço estavam à espera pelo “hype” de “Rush” para avançarem. E até o “Go Like Hell” estava nesse compasso de espera porque, segundo eles, esperavam para ver o que iria acontecer com a recepção deste filme. Agora que toda a gente sabe, eles avançaram com o projeto, e logo com um nome tão sonante como ele.

 

Mas vendo as coisas de outra forma, que pessoas da Formula 1, IndyCar, NASCAR e outros, merecem ser retratadas no cinema? Bem, imensas, na verdade. Fiquei a pensar que tipo de filmes sobre automobilismo gostaria de ver. Cheguei a algumas conclusões:

 

 

- Um filme sobre o duelo Senna/Prost será inevitável. Vi há uns ano um livro em inglês sobre o duelo, e estava bem escrito. Claro que o documentário sobre o Ayrton Senna cobriu bem essa parte, mas nada impede um filme de ficção sobre os dois, pegando no que foi “Rush”, e sabendo que iria ter as suas polémicas à partida.

 

- Um filme sobre Colin Chapman seria muito bom. Mas não tanto sobe a personagem em si, mais quando se envolve o nome de John DeLorean, o homem que tentou construir o seu carro e foi um fracasso monumental, e uma monumental fraude, no final de 1982 e do qual resultou na morte de Chapman, aos 54 anos de idade. Até se fala que o britânico simulou a sua morte e fugiu para o Pantanal…

- Existe uma personagem interessante que gostaria de ver no cinema, chamado George Boillot. Foi um dos melhores pilotos dos primórdios do automobilismo, e entre outros, participando nas 500 Milhas de Indianápolis, em 1913 e 1914, pela Peugeot. Aliás, foi o primeiro piloto a passar as 100 milhas – 160 km/hora – no “Brickyard”, antes de participar no Grande Prémio de França de 1914, a última realização antes da I Guerra Mundial, onde tentou parar a armada Mercedes, mas não conseguiu. Com a guerra, virou aviador, foi condecorado duas vezes e morreu em 1916, em Verdun.

 

 

Estes são três bons exemplos. Mas a conclusão que chego é que desde os primórdios do automobilismo que há personagens que merecem um filme. E não são só os pilotos de Formula 1 como Juan Manuel Fangio, Stirling Moss, Jim Clark, Phil Hill, Mário Andretti, Jackie Stewart e muitos outros. Os seus patrões, como Enzo Ferrari ou Colin Chapman merecem também um filme. E como mostrei atrás, eras mais distantes merecem ser tratados no cinema. Tazio Nuvolari merece um filme. Alfred Neubauer merece um filme. Alberto Ascari merece um filme. Eras inteiras merecem um filme, especialmente os anos 30, com as “Flechas de Prata”. Le Mans merece mais filmes, e Indianápolis também. E até os ralis, coisas que no Brasil podem ser desconhecidos, mas na Europa, por exemplo, seriam objeto de culto.

 

Em jeito de conclusão, podemos dizer que os documentários têm preenchido algum desse buraco, mas esperar quase 50 anos para ver um digno sucessor de “Grand Prix” acho que é muito. Agora acho que é altura do automobilismo virar a próxima moda de Hollywood.

 

Saudações d’álem mar,

 

Paulo Alexandre Teixeira 

 

 

Last Updated ( Monday, 25 November 2013 19:11 )