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Frente a Frente com o Presidente (Cleyton Pinteiro) PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 15 December 2013 07:17

Ele continua sendo contestado e criticado por vários setores da imprensa e outros ligados ao automobilismo, até um suposto “grupo de alto nível” teria sido criado para comandar um movimento pela sua deposição.

 

 

Independente disso, Cleyton Tadeu Correia Pinteiro continua como presidente da CBA e, agora em seu segundo mandato, desenvolvendo projetos que, no seu entender – e no nosso também – vem buscando fortalecer o “automobilismo de base”, com a copa das Federações de Kart, com a Copa Brasil de Marcas e Pilotos 1600, com a Fórmula Jr. no Rio Grande do Sul e agora com o pacote de incentivos para a Fórmula 3.

 

Não podemos negar que a CBA está “se mexendo”. Mas será isso suficiente? O presidente Pinteiro foi eleito no início do mês para o Conselho Mundial de Esporte a Motor da FIA, cargo de grande relevância para o cenário de competições internacionais e que reflete no cenário nacional... ao menos isto é o que está nos planos do nosso mais novo representante na FIA (Emerson Fittipaldi continua como presidente da comissão de pilotos).

 

Em um encontro EXCLUSIVO para o site dos Nobres do Grid, Cleyton Pinteiro abriu o jogo e nos proporcionou algumas notícias que poderão mudar o cenário automobilístico não só no Brasil, mas também no exterior. Acelere conosco!

 

NdG: Presidente, antes de tudo, obrigado por nos receber mais uma vez. Gostaríamos de começar falando sobre a eleição na FIA. Foi noticiado que o senhor não era candidato a nada e, de certa forma, criticado o fato do Brasil não fazer parte de nenhum conselho ou comissão além da de pilotos. Para surpresa de todos, o senhor foi eleito para o Conselho Mundial de Esporte a Motor. Como foi isso?

 

Cleyton Pinteiro: Na verdade foi feito um convite pelo Jean Todt e pelo vice-presidente José Abed, do México, para que eu integrasse esta comissão e eu, como sou uma pessoa precavida, preferi não divulgar nada, pois se algo não saísse como aconteceu, não ser acusado de estar me vangloriando, querendo aparecer ou criando um ‘factoíde’. É importante salientar que o Conselho Mundial é um dos cargos mais importantes da diretoria da FIA, onde são votadas alterações no regulamento da F1 e de todos os campeonatos, calendários. De lá é que vão para aprovação na assembleia geral. São quatro a cinco reuniões ordinárias por ano, podendo haver alguma extraordinária. Importante dizer que este não é um cargo designado a um determinado país. A Alemanha, que hoje tem uma projeção enorme no automobilismo mundial esta, pela primeira vez, fazendo parte deste Conselho. Tudo que acontece no automobilismo como esporte, passa pelo conselho mundial.

 

NdG: Estivemos analisando este processo eleitoral da FIA nos últimos meses e vimos é um processo muito complexo, com muitos candidatos para muitas comissões e, reunir um grupo tão grande para fazer uma chapa de oposição é muito difícil, assim como é para fazer uma para concorrer à CBA. Isso não é uma coisa democraticamente ruim?

 

Cleyton Pinteiro: Não podemos deixar de considerar que se trata de um órgão mundial, que envolve quase 200 países e que precisa ter representação de todos os continentes para poder dar legitimidade ao órgão. Se não for assim, for um pequeno grupo de poucas pessoas, com poucos membros, alem de não representar a todos, sobrecarregaria seus integrantes. Há muita coisa a ser discutida, pensada, decidida. Como normalmente os membros da FIA são membros das confederações e Automóvel Clubes nos seus países, não se pode querer que se faça do cargo na FIA uma exclusividade. Eu tenho uma empresa para gerenciar, não poderia fazer isso.

 

NdG: Um processo assim, que guardadas as devidas proporções, a CBA também tem, não inibe a montagem de uma chapa ou chapas que nem diríamos de oposição, mas alternativas, que poderia gerar um confronto de ideias, de projetos e fazer algo positivo no processo?

 

Eu recebi o convite do presidente Jean Todt e do vice José Abed. Mas preferi não falar nada até a eleição. Não ia me vangloriar.

 

Cleyton Pinteiro: Eu não vejo desta maneira. O debate de ideias será sempre livre, independente de haver uma, duas ou três chapas inscritas numa eleição. O fato de ter ou não uma chapa de oposição como houve inicialmente e que depois o candidato retirou foi algo até antidemocrático. Acho que ele deveria ir até o fim, mesmo sabendo que perderia.  Quando há ideias, elas tem que ser lavadas adiante, independente de haver uma candidatura ou não, de se ter certeza da vitória ou da derrota. Ganhar ou perder são circunstâncias, suas ideias você tem que expor.

 

NdG: Neste macrocenário mundial, o que vem de reflexo direto para o nosso automobilismo?

 

Cleyton Pinteiro: Já tivemos um reflexo que foi a volta do Rio de Janeiro para o calendário da Fórmula-E, que vai acontecer em novembro de 2014.

 

NdG: Agora o senhor só precisa conseguir fazer com que os políticos de lá não estraguem tudo novamente, não é?

 

Cleyton Pinteiro: A minha missão, o meu trabalho eu fiz, que foi trazer de volta para o calendário a corrida inicialmente marcada da Fórmula-E. Agora preciso contar com o bom senso, com a boa vontade dos políticos do Rio de Janeiro, que está há tanto tempo sem automobilismo, além do mais, com a categoria correndo em algumas das maiores cidades do mundo, seria um absurdo o Brasil ficar de fora. Era preciso fazer alguma coisa e trabalhei para isso antes da assembleia que aclamou a reeleição de Jean Todt para que a prova retornasse e conseguimos ter mais este evento internacional no Brasil. Os organizadores sempre tiveram o desejo de realizar a prova aqui, mas houve um momento em que as negociações pararam, com desinteresse da prefeitura, que aparentemente voltou a mostrar interesse na prova. Essa categoria tem um atrativo especial poque é o futuro diante de nós, com os carros elétricos. Por isso as corridas serão, a princípio, todas em circuitos urbanos, que é para mostrar o carro mais perto para o público.

 

NdG: Na lista dos eleitos vimos alguns representantes aqui do continente onde o automobilismo é simplesmente inexpressivo. É uma questão de tentar desenvolver o esporte nestes países ou é apenas uma questão de acomodação política?

 

Cleyton Pinteiro: Eu não tenho como responder esta pergunta porque simplesmente eu não faço parte das decisões de quem escolhe quem para fazer parte de qualquer parte da lista dos membros. Esta é uma ação do candidato à presidente. Eu sou apenas um votante, como presidente do órgão que representa o Brasil.

 

NdG: E a nível continental, na Codasur, qual é a atual condição da CBA perante os demais países do continente e no fomento do automobilismo na região?

 

Cleyton Pinteiro: Nesta última eleição da Codasur aconteceu algo muito importante, que foi a colocação de um argentino (Carlos Garcia Remohi ) como presidente. No nosso continente, os dois países que mais fazem automobilismo somos nós e a Argentina e ter um argentino numa posição de destaque, perante o continente e perante a FIA era algo importante. Os argentinos não ocupavam a presidência desde a fundação da Codasur e eles estavam há anos fora do contexto da entidade. Eu fiz um trabalho junto a eles e a própria Codasur para que os argentinos voltassem a participar efetivamente da entidade. Nós fazemos parte das comissões das modalidades e para a última eleição, fui convidado para assumir a presidência da Codasur, mas não seria algo que eu poderia fazer, acumulando com a presidência da CBA e ainda cuidar dos meus afazeres.

 

NdG: Voltando os olhos mais para o nosso automobilismo, gostaríamos de falar de autódromos. O Rio, esperamos, vai ter a corrida da Fórmula-E, a princípio na área da Marina da Glória, mas sobre o autódromo de Deodoro, nem se fala mais. O Rio vai ficar sem autódromo?

 

O meu trabalho junto ao Conselho Mundial é pelo automobilismo como um todo e pelo Brasil. Trouxemos de volta a Fórmula-E para o Rio. 

 

Cleyton Pinteiro: A perda do autódromo de Jacarepaguá é algo que muito me entristece, mas eu tenho uma boa notícia que vou dar em primeira mão para o site dos Nobres do Grid: estamos em contato com o secretário do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, e ele me informou que até o final de janeiro sairá o edital para a licitação da construção do novo do Rio de Janeiro, que não será mais em Deodoro, uma vez que não foi possível resolver o problema do terreno. O novo local é em Santa Cruz. Esse vai ser um fato de enorme importância, com a recolocação do rio de Janeiro no calendário nacional e vai dar a todos uma grande alegria.

 

NdG: Esperamos que esta promessa se cumpra, assim como a reforma de Brasília. Com a reforma de Goiânia, em acontecendo a obra em Brasília, o centro-oeste, com a reforma já iniciada em Goiânia vai voltar aos bons tempos dos anos 70?

 

Cleyton Pinteiro: Goiânia já está em um estágio de obras adiantadíssimo, o asfalto já está sendo colocado e ele vai ser reaberto em abril, com a Stock Car. Brasília as máquinas entram na pista agora em dezembro e não vai se tratar de uma simples reforma, o autódromo vai ser reconstruído e vai ter condições para receber a Moto GP e o autódromo vai ficar com um nível de segurança altíssimo. Se um autódromo é seguro para o motociclismo, ele é seguro para o automobilismo e poderá receber eventos internacionais.

 

NdG: Se na região Centro Oeste as coisas estão acontecendo, na região Nordeste a situação vai de mal a pior. Os autódromos de Fortaleza e Caruaru estão carecendo de obras, mas se em fortaleza, a falta de perspectivas de que algo aconteça é um problema, Caruaru tem, em paralelo a isto, o risco da especulação imobiliária em seu entorno. O que fazer?

 

Cleyton Pinteiro: Isso é algo que me dói muito de ouvir. É o meu estado, eu lutei muito para que aquele autódromo fosse feito, depois reformado e tenho feito tudo que é possível para que ele seja mantido em atividade. Já fizemos a vistoria do autódromo através da comissão de autódromos, enviamos para a federação, para os governos municipal e estadual o que precisa ser feito para recuperarmos o autódromo, que ainda pode receber corridas, mas que sabemos que precisa de obras, só que me parece que há um interesse de que haja uma interdição, o que seria fatal para que o autódromo continue existindo e, interditar, eu não interdito!

 

NdG: quando nós fizemos o “Raio X“ do autódromo de Caruaru, o administrador do autódromo, Pedro Manuel, nos apresentou um projeto de reforma. Também nos foi dito que há uma verba disponível na CEF para a obra e o que estaria impedindo-a seria uma disputa política. O que o senhor sabe sobre isso?

 

Cleyton Pinteiro: Não tenho informação nenhuma sobre esta verba ou sobre qualquer projeto. O que sei é que há um esboço, um anteprojeto para uma reforma em Caruaru, mas, projeto, qualquer projeto a ser feito no autódromo tem que passar pela aprovação da CBA e, até agora, nenhum projeto foi apresentado. 

 

NdG: Além de Caruaru, na alça de mira das construtoras, certamente o senhor está a par do que está acontecendo em Curitiba. Como é uma propriedade privada, é uma situação diferente. O senhor já conversou com o proprietário (Jauvenal Oms, o ‘Peteco’)?

 

O Rio de Janeiro vai ter um novo autódromo, sim. O local, em substituição a Deodoro é em Santa Cruz. O edital sai em Janeiro.

 

Cleyton Pinteiro: Se a propriedade fosse minha, continuaria autódromo. Eu espero que o dono pense assim por muito tempo. Eu já conversei com o dono do autódromo algumas vezes. Ele é um amante do automobilismo, mas o tempo está passando e ele tem filhos, que podem estar perguntando se vale a pena continuar com um autódromo ou vender e ganhar dinheiro, porque não há dúvidas que eles ganhariam um bom dinheiro vendendo a área. A questão seria se a prefeitura de Pinhais ou o governo do estado tivesse o interesse em comprar o autódromo e preservar aquela pista que é espetacular e foi homologado pela FIA por mais 4 anos como FIA-2 (Nota do site dos Nobres do Grid: fizemos uma pausa para receber uma ligação de Paulo de Melo Gomes, o Paulão).

Vocês ouviram esta ligação e eu vou dar um outro ‘furo’ de reportagem para o site dos Nobres do Grid: o presidente da federação que estávamos falando é o Robson Duarte, presidente da federação do Espírito Santo. Eles vão construir um autódromo! O terreno já foi desapropriado num município próximo a Vitória.

 

NdG: alando em obras em autódromo, a obra dos novos boxes em Interlagos é mesmo página virada? Conversamos sobre isso na segunda-feira antes do GP do Brasil, o senhor poderia nos explicar o que foi proposto e aceito pelo Bernie Ecclestone?

 

Cleyton Pinteiro: O que foi decidido é que vamos reformar os boxes atuais, onde vamos fazer um novo andar sobre a laje que hoje é o terraço do paddock onde as equipes terão espaço para suas salas de reuniões, descanso e tudo que eles precisam. Além disso, vai ser construída uma plataforma de concreto para prolongar a área por trás dos boxes e assim ter o espaço para as equipes colocarem o seu material de trabalho. Mas, da mesma forma que ia ser a outra reforma, esta também será feita em duas etapas e nós ainda estamos pensando como montar o calendário de 2014 após julho, quando Interlagos deve fechar para a reforma.

 

NdG: Bem, gostaríamos de dirigir a nossa conversa para dentro da pista. A CBA apresentou junto com a VICAR  para fazer a Fórmula 3 mais barata do mundo... como foi que se chegou a este mirabolante projeto e como fazer dar certo?

 

Cleyton Pinteiro: Com muita união e esforço de todas as partes, nos reunimos, a CBA, a VICAR e o Augusto Cesário para cortar tudo que fosse possível e assim reduzir os custos da categoria ao máximo para torná-la o mais acessível possível para os pilotos. A parte que a CBA podia fazer foi feita:  a categoria não vai pagar taxa de homologação. Vai ser feito um quadro comparativo para mostrar o quanto custa correr na Europa ou nos Estados Unidos numa categoria semelhante com o custo de se correr aqui. Serão preparados 18 a 20 carros no total. Quando eu falei na Assembleia da FIA que iríamos fazer uma Fórmula 3 ao custo de 195 mil reais, ele disseram que era fantasticamente impossível. Eu estou colocando muita fé neste projeto, principalmente por conta do que a FIA está planejando para acontecer nos anos que vem por aí para as categorias de fórmula.

 

NdG: E o que seria?

 

Estamos trabalhando... o Espírito Santo já tem uma área desapropriada próxima a Vitória para a construção de um novo autódromo!

 

Cleyton Pinteiro: Para daqui há alguns anos, o plano da FIA é que haja um escalonamento para que a forma de ascensão nas categorias seja algo mais claro, sem tantas variantes como existe hoje, com a F4; F3; F2 para se chegar à F1. Atualmente existem muitas categorias de Fórmula e muitos caminhos e a FIA quer simplificar isso e fortalecer as categorias para que haja uma sequência, um caminho. Com isso as categorias privadas não deixariam de existir, mas não dariam o acesso como hoje dão.

 

NdG: Mas isso seria uma revolução, presidente... vão colocar na ilegalidade a F. Renault, a World Series, a Auto GP... e mais: vão descredenciar a GP3 e a GP2?

 

Cleyton Pinteiro: Não é isso. Os campeonatos regionais de Fórmula continuarão acontecendo, apenas que os campeonatos com chancela da FIA serão os Fórmula... 4/3/2 e 1. É possível que seja feita alguma composição com, por exemplo, a GP3 e a GP2, mas isso está sendo trabalhado ainda. O que posso dizer é que, aqui no nosso continente, a F.4 vai ser feita pelos uruguaios, a F3 pelo Brasil e a F2 pelo México. A nossa F3 está hoje fora do padrão FIA e nós vamos ter um período de dois anos para adequar a categoria ao regulamento que será padronizado para o mundo inteiro, inclusive com a adoção de motores que, no caso da F3, por exemplo, serão os Renault, os Mercedes e, salvo engano, os Volkswagen. Assim, quem fizer este escalonamento, pode vir a obter a superlicença para correr na F1 depois da F3, como era no passado.

 

NdG: Mas além desta Fórmula 3 super econômica, o projeto Fórmula Jr, que está começando no Rio Grande do Sul vai continuar?

 

Cleyton Pinteiro: Sim, claro, ela é uma categoria ainda mais barata, onde o piloto pode entrar mais jovem, aprender como usar monopostos antes de encarar uma F3 e nossa parceria com a federação gaúcha vai continuar. Este ano já tivemos um bom grid e espero que no ano que vem este grid seja ainda maior.

 

NdG: Se por um lado a Fórmula vai tomando um novo impulso, do outro estamos na iminência de ver a Gran Turismo encerrar atividades. O que podemos fazer para que esta categoria, mais esta, não pare?

 

Estamos fazendo um trabalho junto com a VICAR para termos a F3 mais acessível do mundo e a FIA vai mudar o regime de Fórmulas.

 

Cleyton Pinteiro: Este é outro assunto que vem me preocupando bastante porque sei da importância da categoria. A FIA veio dando meios para que os campeonatos de GT voltassem a crescer no mundo inteiro, hoje nós temos pilotos brasileiros correndo na Europa nestas categorias, alguns dos quais saíram da GT aqui do Brasil e vai ser uma perda muito grande. O atual promotor [a Loyal SPE] tem contrato como promotora com a CBA até o final do ano e, até o momento, não entrou em contato conosco. Espero que a categoria continue e, se for o caso de uma ação extrema, a CBA vai assumir, mesmo não sendo função da confederação assumir categorias.

 

NdG: O senhor sabe bem que os dirigentes do automobilismo, o senhor em particular, são muito criticados aqui no Brasil. Algumas destas críticas tem fundamento e nós, do site dos Nobres do Grid temos as nossas críticas também. Uma delas é por omissão. Na F. Indy este ano, o presidente da FGA estava em São Paulo quando estava acontecendo uma etapa do Brasileiro de Arrancadas em Curitiba, e ele é o presidente da comissão de arrancadas. Tivemos a copa NNE de automobilismo em Caruaru e nenhum dos presidentes de federação dos pilotos inscritos, ou sequer seus vices, estiveram lá. Como os pilotos vão dar credibilidade aos dirigentes se, na hora da competição, eles não estão presentes?

 

Cleyton Pinteiro: No caso do Carlos de Deus, a federação gaúcha tem uma ótima experiência neste seguimento de arrancada e a arrancada progrediu muito no Brasil nos últimos anos com o trabalho que tem sido feito por ele. Eu não tenho certeza se era realmente um campeonato brasileiro acontecendo naquele dia, ou se era um festival, o que é diferente. O fato dele estar presente ou não, se ele sabe delegar poderes e aquém ele delega consegue executar o que foi planejado. Não é possível se estar em dois lugares distintos. Eu não consigo, mas concordo que a presença do presidente da comissão daria um suporte, por assim dizer, ao evento. Quanto a questão de Caruaru, eu não estava sabendo que não havia nenhum dos presidentes de federação presentes. No meu entender, o de Pernambuco tinha que estar e eu vou procurá-lo durante a copa das Federações de Kart e vou perguntar para saber o porque dele não estar. Nos outros casos, vou averiguar se estava acontecendo alguma competição nos estados e se eles estavam presentes nestas competições. E sobre os fatos que ocorreram na prova de Caruaru, vou determinar que seja aberta uma sindicância para apurar as responsabilidades sobre o que aconteceu.

 

NdG: Tivemos no início do mês a Copa Brasil de Marcas e Pilotos 1600 em Guaporé-RS, com a participação de pilotos de 7 estados. O Rio grande do Sul fica no extremo do país. Com a reforma de Goiânia e a reconstrução de Brasília, a gente não pode trazer esta copa para o Centro Oeste e deixá-la mais perto do Nordeste para que os pilotos da região também participem?

 

Estamos atentos ao que está acontecendo com a GT Brasil. Se for preciso, a CBA vai assumir a categoria, mesmo não sendo seu papel! 

 

Cleyton Pinteiro: A proposta da Copa de Marcas 1600, que seria o brasileiro de turismo B, é poder integrar ao máximo todas as federações e pilotos do país. A CBA tem trabalhado para que os campeonatos regionais se fortaleçam e que mais pilotos possam participar da copa de Marcas 1600. Este ano colocamos duas carretas, por conta da CBA, os pilotos não pagaram nada, para trazer os carros de Goiás, do Distrito Federal, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro... passando pelos estados. Se a competição for no Centro Oeste e tivermos pilotos do Nordeste interessados em ir, colocamos uma carreta saindo de Fortaleza, passando pelos estados até a Bahia e levamos os carros para a competição, mas é preciso que tenham carros. Uma vez disponibilizei uma carreta para levar os carros para Cascavel e ela veio com quatro carros apenas.

 

NdG: Mas pra fazer isso é preciso que o regulamento de todas as categorias seja o mesmo, do contrário, não vai haver equilíbrio e sabemos que existem diferenças. O que a CBA tem feito em relação a isso?

 

Cleyton Pinteiro: Nós já temos um grupo de trabalho dentro da CBA, ligado com os promotores dos campeonatos regionais para poder chegarmos a este regulamento comum em termos de tudo para a categoria turismo 1600, padronizando pneus, componentes, num regulamento que baixe os custos e que faça com que os grids regionais cresçam. Que sejam regionais fortes e classificatórios para a copa nacional no final do ano

 

NdG: O Pedro, filho do Nelson Piquet, vai correr agora em janeiro num campeonato de monopostos na Nova Zelândia onde vão pilotos do mundo inteiro. O campeonato é patrocinado por uma montadora, a Toyota. Porque não conseguimos fazer algo assim aqui no Brasil, sem competir com o calendário europeu?

 

Cleyton Pinteiro: Essa pergunta acho que quem deveria responder esta pergunta seria a Toyota...

 

NdG: Que fosse outra montadora, temos 25 instaladas no Brasil...

 

Cleyton Pinteiro: No caso deles, eles já estão dentro do Campeonato Brasileiro de Marcas, e que tem outras quatro montadoras [Chevrolet; Ford; Honda; e Mitsubishi] participando. Isso já foi um grande avanço em relação aos anos anteriores quando, por muito tempo, as montadoras ficaram longe do automobilismo. Algumas nós conseguimos trazer de volta, mas fazer com que outras decidam entrar depende de incentivos ao esporte do governo federal e que não podemos interferir diretamente, mas procuramos sempre conversar sobre isso quando temos oportunidade.

 

NdG:Sobre lidar com autoridades, tivemos recentemente um julgamento do STJD, sobre o recurso do Beto Monteiro e do Roberval Andrade, em São Paulo. Mas o tribunal não é no Rio de Janeiro? Porque foi feito em São Paulo?

 

Precisamos fortalecer o automobilismo regional, melhorar os autódromos do Nordeste e o Marcas 1600. É preciso ter automobilismo acessível.

 

Cleyton Pinteiro: Questão de custo! Foi no dia 22 de novembro, sexta-feira antes do GP do Brasil. Todos os membros do STJD estavam na cidade e se fizessem em outra data e outro local, haveria o custo de deslocamento e hospedagem de muitos deles. Assim, houve uma substancial economia e, além disso, os membros do tribunal são profissionais em seus estados. Para se deslocar para o Rio, eles deixam de trabalhar. Apesar do STJD ser um órgão independente, do qual eu nem passo na porta, a despesa de todas as ações é custeada pela CBA. Assim, nós que já temos um orçamento apertado, fizemos uma economia. Até nisso a gente tem que pensar para fechar as contas no final do ano. 

 

 

Last Updated ( Tuesday, 11 August 2015 00:02 )