Olá leitores!

Debaixo de um impecável céu azul se desenrolou a última etapa do ano da Stock Car, a “Corrida do Milhão”, que esse ano além de distribuir 1 milhão de reais para o vencedor ainda contou com o recurso da pontuação dobrada. Não tenho muita certeza se gosto desse tipo de artifício, mas como até a FIA está adotando a mesma coisa para na última etapa da temporada de F-1 para 2014, vamos lá.

O vencedor do campeonato, com todos os méritos, foi o Ricardo Mauricio, entrando para o rol dos bicampeões com estilo, afinal ele tinha que vencer a prova ou contar com combinação de resultados dos outros candidatos ao título. E ele conseguiu o título nas duas últimas voltas da corrida, o que com certeza ajudou a dar um brilho maior à conquista.

A corrida começou relativamente morna (no comportamento dos pilotos, já que o asfalto estava com mais de 40°C de temperatura e dentro do carro passava fácil de 50°C), apenas quem não tinha chance de ser campeão arriscava alguma coisa. Valdeno Brito, por exemplo, fez um início de corrida bastante arrojado. O pole position, Allan Khodair, largou bem e procurava se manter na liderança em busca do almejado prêmio para o vitorioso. Thiago Camilo, que se classificou bem e largou melhor ainda, vinha se mantendo no segundo lugar que lhe garantiria o seu primeiro título na categoria.  Na 8ª volta, a primeira baixa entre os disputantes do título: Daniel Serra teve o acelerador travado, bateu na barreira de proteção da curva do Esse e levou o carro para os boxes abandonando a corrida. Fora isso, a corrida continuava morna.

Aberta a janela de reabastecimento e troca de pneus, Ricardo Maurício fez a troca dos dois pneus do lado direito (o que mais sofre em Interlagos), ao passo que Thiago Camilo trocou os dois traseiros. Ricardo Zonta, que vinha em 3º antes das paradas nos boxes, aproveitou para trocar apenas o pneu traseiro direito e conseguiu assumir a liderança da corrida, mesmo correndo o risco de falta de aderência no final da prova.

A coisa começou a esquentar faltando cerca de 15 minutos para acabar a corrida, com o Khodair chegando no Zonta e o Maurício chegando no Camilo. Thiago Camilo passou o Khodair, que posteriormente foi ultrapassado também pelo Ricardo Maurício, e partiu para cima do Zonta. Até chegou a ultrapassar o Zonta, mas perdeu a posição pouco depois. Foi quando Maurício resolveu apimentar a corrida, e partiu para cima do Camilo no Bico de Pato, dividindo a freada e ganhando a disputa. Como resultado da disputa, Camilo foi na grama após a zebra da saída da curva, sujou os pneus e foi ultrapassado pelo Khodair e pelo Cacá Bueno – que esteve fora das câmeras de TV praticamente a corrida toda, poupando o equipamento, mas que surgiu com força no final. Nessa condição, o título era do Maurício... mas na última volta ele ainda teve que se defender energicamente dos ataques do Cacá, o fazendo com maestria. Um campeonato ganho com muito suor, sem sombra de dúvida. Na última volta, o Thiago Camilo ainda perdeu mais uma posição para o Max Wilson, companheiro de equipe do Ricardo Maurício, nos metros finais e terminou a prova em 6º lugar, vice campeão, mas certamente frustrado, pois esteve com o título na mão mais da metade da corrida (uma quebra de câmbio tirou-lhe o título e o milhão). A vitória ficou com o Ricardo Zonta, a primeira em sua carreira na Stock, e com o detalhe de ser por uma equipe do próprio piloto.

Para completar, a equipe do piloto campeão (a RC-Eurofarma) conseguiu somar mais pontos que a Red Bull (da dupla Cacá Bueno e Daniel Serra) com o 2º lugar do Ricardo Maurício e o 5º do Max Wilson e se sagrou campeã dessa temporada, título que não era comemorado desde 2010.

No site da categoria ainda não está disponível a informação sobre o calendário para o ano que vem, mas já se sabe que o local da Corrida do Milhão ainda não foi definido por causa das prometidas obras de reforma (ou reconstrução em outro local, o que parecia certo voltou a ficar incerto) dos boxes de Interlagos, e a corrida deve voltar a ser feita em agosto, com a etapa de encerramento em Brasília. Espero que vingue a promessa de reforma completa da estrutura do autódromo do Distrito Federal, pois do jeito que está fica complicadíssimo correr lá.

Até a próxima!

Alexandre Bianchini