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O regresso dos estado unidenses? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 24 January 2014 11:16

Que a Formula 1 namora com os Estados Unidos de vez em quando, isso é um facto. Mas a última vez que a Formula 1 teve uma equipa americana foi em 1986, com Carl Haas, e a aventura teve curta duração, devido ao fecho da “torneira” financeira dada pela patrocinadora de então. Hoje, outro Haas entra em cena, mas não têm nada a ver com o primeiro. Gene Haas é, aos 61 anos, um dos donos de uma equipa de NASCAR, feita em conjunto com Tony Stewart, mas antes disso, há cerca de 30 anos, tornou-se multimilionário a fazer as suas próprias máquinas CNC, como tornos e fresadoras eletrónicas, amealhando uma fortuna pessoal de mil milhões de dólares.

 

Desde a aventura falhada de Peter Windsor e Ken Anderson, em 2010, que não há novidades ou planos sobre a possibilidade de uma equipa vinda dos Estados Unidos a uma competição que teve aventuras como a Eagle, Parnelli, Penske ou Shadow, para nomear algumas. Mas a zona de Charlotte, na Carolina do Sul, é o coração da NASCAR, e lá há a tecnologia necessária para construir uma equipa de Formula 1 sem estar tão dependente da Europa. Um bom exemplo é o túnel de vento existente, a Windshear. Construido em 2008, muitas equipas vão lá para testar os seus projetos. E de quem pertence? À Stewart-Haas.

 

Mas porque falo desta personagem? É que em meados de dezembro, a FIA decidiu abrir um concurso para preencher a 12ª vaga deixada em aberto no final de 2012 pela saída da Hispania, ou HRT. Algumas candidaturas foram entregues, e já se faram de alguns nomes, nomeadamente a Stefan GP. Mas a Stewart-Haas é aparentemente a mais séria, e mais consistente. Segundo se fala, a ideia é de – caso sejam eles os escolhidos - pedir à Dallara para que construam um chassis para a temporada de 2015, e pedir motores turbo à Ferrari. Pode ser viável, e veloz, dado que poderão não ter muito tempo para desenvolver um chassis competitivo.

 

Gene Haas comanda com Tony Stewart uma das mais bem estruturadas equipes da NASCAR... e está sonhando alto.

Um dos jornalistas que anunciou esta história, o britânico Joe Saward, afirmou que o objetivo inicial era de entrar no projeto da USF1, de Ken Anderson e Peter Windsor, mas as conversações cedo colapsaram e o projeto, como se sabe, foi abaixo. Contudo, o sonho nunca morreu realmente, e a revista alemã Speedweek diz que Haas está disposto a gastar até mil milhões de dólares – uns 800 milhões de euros – para colocar em marcha o seu projeto. E para isso, poderá até desinvestir um pouco da sua equipa da NASCAR, para gastar na expansão da garagem para os 24 mil metros quadrados, o dobro do existente por agora.

 

Mas com isto tudo, Haas precisa de uma estrutura na Europa para levar as suas coisas, em termos logísticos, pelo continente europeu, onde quase metade das provas decorrem. Foi assim no passado com todas as equipas vindas das terras do “Tio Sam”, logo, um parceiro europeu teria de estar presente. Joe Saward fala da figura de Gunther Steiner, um consultor que já trabalhou na Red Bull como diretor técnico e que agora esteve na aventura da marca de energéticos austríaca na NASCAR. Steiner poderá ter os contactos necessários para conseguir as pessoas ideais para trabalhar na construção e logística da equipa em paragens europeias, bem como para diferentes áreas técnicas, no sentido de fazer uma boa equipa, capaz de lutar com os outros por um “lugar ao sol” e alcançar resultados no curto prazo.

 

Se o caminho para a F1 se concretizar, ter um piloto americano no grid deve ser um dos pontos da equipe. Seria a Danica?

 

Quando a pilotos, seria evidente que, a ser escolhido, Haas quererá pelo menos um americano nas fileiras. E aqui poderá entrar um nome improvável: Danica Patrick. A piloto de 31 anos, com passagens pela Indycar – uma vitória em Motegi – está agora na NASCAR, onde até se safa relativamente bem, apesar da nítida falta de vitórias. É certo que é mulher e poderá não ter a capacidade de “vencer” que os pilotos masculinos têm, mas só o facto de andar em carros a fez atrair muita gente e muito dinheiro dos patrocinadores. A experiência em monolugares não pode ser menosprezada, resta saber se estaria disposto a dar o salto para a Europa e mostrar-se ao mundo, nem que fosse por uma só temporada. Bernie Ecclestone esfregaria as mãos de contente, pelo menos.


Em suma, a Gene Haas não falta dinheiro, experiência e conhecimentos. Resta saber se a FIA vai ter tudo isso em conta quando tiver de escolher quem ficará com o 12º lugar na temporada de 2015, isto… se a FIA achar que têm o material necessário. Em concursos anteriores, a entidade máxima do automobilismo decidiu não escolher equipas por achar que não preenchem os seus critérios. Em suma, Jean Todt não quer aventureiros na Formula 1, que a usem para lavar dinheiro ou para medir os seus egos, mas coisas mais sólidas. E com uma proposta americana, pode ser que se junte o útil ao agradável.

 

Saudações d’além mar,

 

Paulo A. Teixeira 

 

 

Last Updated ( Thursday, 30 January 2014 16:41 )