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Alguns karts e suas curiosas estórias PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 24 February 2014 13:08

Em 1993 Ayrton já não era mais um mortal. Já era tricampeão mundial de F1 e ídolo mundial. Essa foi uma corrida exibição com ele, Prost e outros pilotos da F1 da época, a corrida foi no Parque Berci em Paris, um Ibirapuera deles.  Os NAP, eram karts feitos pela Birel e foram os primeiros equipados com partida elétrica e embreagem e usavam motores Parilla Leopard. O Ayrton viu aquilo e ficou louco.
E o Ayrton ganhou a corrida, pra variar.

 

Bem , chegando no Brasil no final da temporada, encontrou o Waltinho Travaglini que era o representante IAME-Parilla pra América do Sul e pediu que trouxessem alguns karts daqueles pra colocar na pista do sítio e perguntou se ele tinha como arrumar pra ele o tal kart número 2 que ele correu em Berci,  pois tinha um valor sentimental pra ele, tinha sido sua última vitória no kart.  Ele queria esse kart pra dar umas voltas na pista dele e pendurar na parede da sala no sítio de Tatui.

 

Waltinho ligou seu contatos e conseguiu encontrar o kart com Mike Wilson que na época era trabalhava pro Mr. Granna, C.O da IAME ,que mandou pro Brasil. Só que aqui é Brasil,  e o kart ficou preso na alfândega quando viram o nome do Ayrton... queriam uma grana pra liberar. Até que o kart foi desembaraçado e foi pra oficina do Waltinho.  

 

 

No último encontro com Waltinho no GP Brasil de 1994 disse que iria pra Inglaterra pra fazer testes urgentes já que a FIA tinha tirado todo o pacote de eletrônica da suspensão do carro e que seria o ano mais fácil pra ele pois o carro era um foguete... bem melhor que os concorrentes. Ai Waltinho cutucou ele dizendo: “Mas aquele alemãozinho vai te dar muito trabalho” e ele virou e falou: “O pé de breque! Quando que eu tive vida fácil? Vou pra Inglaterra e depois de Imola te procuro no Brasil”. 

E não voltou de Imola...

 

Com aquela jóia em sua posse Travaglini procurou seu Milton pai do Ayrton, e contou o seu desejo e que o kart era dele e que viesse buscar.

 

Ayrton e Mike Wilson.

 

Seu Milton ficou emocionado e chorou dizendo que sabia da história do tal kart.
O Waltinho recomendou que ninguém andasse no kart e fosse pendurado direto. Foi o que seu Milton fez, e o kart se encontra lá, onde o Ayrton queria. Na parede.

 

PARTE HISTÓRICA

 

Breve história do COX. 

 

Em 1970, o Waltinho Travaglini voltou de Thivervall na França com um Taifun, kart alemão Vice-Campeão do Mundo . O campeão foi François Goldstein com um Robardie.

 

Chegando em Interlagos o kart se mostrou revolucionário e colocou 2 segundos em todo mundo, virando pela primeira vez abaixo de 1:00:00!

 

Bem... aquilo despertou desejo em todos kartistas, todos queriam um Taifun. 
Como fazemos para importa-lo? perguntavam. O Waltinho com sua rapidez, disse na lata: 
Não precisa importar, nós vamos fazê-lo aqui!

 

 

Só que ele tinha acabado te ter essa ideia, pegou um caderninho e fez uma lista com os nomes de todos que queriam um kart daqueles.

 

Com uma lista de mais de 30 nomes foram falar com o “tio Affonso”, pai do Affonso e do Zeca Giaffone pra pedir o dinheiro e montar uma fábrica.


Foram prontamente atendidos e ainda ganharam um espaço dentro da Fundição Brasil pra fazer a fábrica. E foi assim o início da COX .

 
O modelo revolucionou o kart brasileiro e forçou o concorrente a se virar...
 

 

 

E a Mini trouxe em 1971 um Robardie e aqui se chamou Maxi-Mini, mas não era bom o suficiente pra combater os Cox. Na foto acima Emerson seguido do Mario Sergio Carvalho na época com 11 anos.

 

Este kart também tem uma história curiosa:

Se trata de um Birel Targa 1973, um dos dois karts trazidos pelo Carol Figueiredo para servir como gabarito dos Mini SS, chassis que se tornaria grande vencedor e campeão de vendas no Brasil. Um deles era azul e esse ai sem pintura, no aço...

 

 

O Carol usou os dois e ganhou muitas corridas com eles. Em 75 ele parou de correr e os karts ficaram no depósito da Mini até que eu comprei do Seu Mario o quadro do kart sem pintura. Levei embora, montei , levei pra pista e não me adaptei com ele, achei duro e pesado pra guiar. Pendurei ele na parede e lá ficou por meses. 

 

O Ayrton, que na época era piloto da Segunda Categoria 100cc e andava de Sulam, de fábrica, passava sempre na minha oficina, e quando soube que o esqueleto pendurado na parede era um quadro italiano passou a me pedir insistentemente que eu o vendesse pra ele de qualquer jeito. Sempre neguei as propostas e ele já estava me torrando com aquilo e eu acabei “dando” o quadro pra ele.

 

Pois ele o levou embora, adorou o tal chassis que se mostrou muito rápido na mão dele. Pintou de laranja , colocou a plaquinha da Sulam na frente e o kart virou um Sulam... que ganhou muitas corridas com ele. E ninguém nunca soube...

 

KART CONTEMPORÂNEO

 

 

Recém chegada ao Brasil a Praga, marca italiana de karts impressiona pela qualidade do produto e do atendimento. Acostumados a ver karts italianos chegarem ao nosso mercado sem a mínima estrutura e falta de peças de manutenção e reposição a Praga surpreendeu. 

Tem 40 karts disponíveis pra venda e enorme estoque de peças. 

E o kart é bom! No ano passado conquistou por aqui o Campeonato Brasileiro de Rotax Max e o Sulamericano.

Neste começo de ano já obteve vitórias e vendas. Esses acertos tem um responsável, o incansável e irrequieto Nelsão Stanisci. Gerente de operações da Praga Brasil.

 

Abraços,

 

Dionísio Pastore

 

 

 

Last Updated ( Tuesday, 25 February 2014 00:42 )