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A Mercedes, o rádio e o sono. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 30 March 2014 18:07

Olá leitores!

 

Ao final da corrida em Sepang, acredito não ter sido o único a respirar aliviado: ainda bem que terminou! OK, a pista da Malásia é bonita, tem algumas sequências de curvas interessantes... mas quando não chove a corrida costuma ser muito chata. E esse ano, com as equipes preocupadas em economizar combustível e motores, requereu um esforço extra para ficar acordado. O grande ponto positivo da corrida aconteceu no final, onde pude enfim ter algum motivo para sorrir com o Massa. Como diz o título de um dos clássicos do rock nacional dos anos 80, “Ele disse não”. O boxe da Williams, acreditando que o Bottas pudesse alcançar e ultrapassar o Button, e também acreditando em promessa de político brasileiro, veio com o infame “Bottas is faster than you” no rádio do Felipe. Clara ordem de equipe. Que Massa, felizmente, ignorou e continuou acelerando. Antes recuperar um pouco de dignidade tarde do que nunca. Os 'cenhos' estavam franzidos na Williams após a bandeirada, mas o Felipe fez a coisa certa. Faltassem apenas 3 ou 4 corridas para o fim da temporada, e ele estivesse atrás do Bottas na classificação, com o Bottas tendo chance de disputar o título, eu seria o primeiro a defender uma ordem de equipe. Na segunda corrida de 19, não.

 

A vitória, de ponta a ponta, foi de Hamilton, que esteve soberano na pista. O domínio dele foi tão grande que ajudou a tornar a prova ainda mais chata. Aliás, desculpem-me, o domínio não foi só dele, já que seu companheiro Rosberg terminou em 2º lugar – completando a dobradinha da Mercedes – também sem ser ameaçado. Quem ficou feliz foi o principal patrocinador da equipe, a Petronas, petroleira – por acaso – sediada na Malásia...

 

Em 3º terminou Vettel, mostrando que aos poucos a Red Bull vai consertando tudo o que tinha de errado no carro na pré-temporada e dando chance aos pilotos de brigarem por alguma coisa. O tetracampeão estava empolgado no final da corrida com a evolução mostrada pelo carro e pelo motor da Renault. Já Ricciardo continua em inferno astral, com tudo de errado acontecendo com ele: primeiro a equipe erra no pit-stop, soltando ele para ir antes de prender direito a porca que prende a roda, depois ele teve um problema na asa dianteira que o fez perder mais tempo ainda e por fim recebeu uma punição de 10 segundos parado no boxe porque a equipe errou no trabalho de troca dos pneus. Aliás, a FIA é estranha: a equipe erra e o punido é o piloto?? Muito, muito estranha essa regra. Parece coisa da CBF... e a má fase continua: como os fiscais entenderam que a punição de 10 segundos não foi suficientemente cumprida, já que após a cronometragem a equipe recolheu o carro aos boxes, ele perdeu 10 posições para a posição de largada da próxima etapa. Galho de arruda no capacete deve ajudar.

 

Em 4º terminou Alonso, novamente tirando leite tipo A da pedra, digo, da Ferrari. Já não é a primeira vez que os projetistas da Ferrari fazem um carro que só anda direito com os pneus macios, e eu diria que não é a primeira vez que a equipe vai perder o título por causa disso. A partir do instante em que o regulamento exige que você use durante a corrida os dois tipos de pneus que a fabricante leva para o final de semana da corrida, e que o carro que você faz não se adapta ao pneu mais duro, você vai ter problemas. E vai perder pontos. E a chance de ser campeão começa a escorrer por entre os dedos como água. E Alonso só passou o Hülkemberg no final, pois o alemão resolveu fazer uma estratégia de corrida com uma parada a menos, e ficou com os pneus muito desgastados no final. Mas de qualquer maneira o espanhol foi melhor que o Räikkönen, que terminou num horroroso 12º lugar. Em 3º lugar, pegando a tabela dos que terminaram a corrida e olhando de trás para frente. OK, ele se envolveu em toque com o Magnussen logo na 2ª volta, teve o pneu furado, mas o “homem de gelo” já teve apresentações melhores.

 

Em 5º lugar, mostrando o quão bom piloto ele é, e ressaltando a enorme burrice das grandes equipes em não o contratarem, chegou Hülkemberg com sua Force India. Seu talento fica ainda mais evidenciado quando comparado ao companheiro de equipe, o inconstante Sergio Pérez, que foi o primeiro a abandonar a corrida. Nem conseguiu largar, coitado, sofrendo com problemas de câmbio.

 

Em 6º chegou Button, que parece estar sofrendo com a perda do pai no começo do ano, e está rigorosamente apático. Junte a apatia do piloto com o carro que não é nenhuma obra prima – embora seja melhor que o do ano passado, não que isso queira dizer grande coisa – e teremos um 6º lugar que é melhor do que o esperado. Seu companheiro Magnussen terminou em 9º, o primeiro dos que tomaram volta do líder. É um ano de aprendizado, e pelas condições do carro e pela punição de 5 segundos parado nos boxes (aos quais se acrescenta o tempo de entrada e saída dos mesmos) até que não foi ruim.

 

Em 7º e 8º veio a dupla da Williams, respectivamente Massa e Bottas, mostrando que não se deve acreditar muito em testes de pré-temporada. Afinal, pelos testes era para eles estarem disputando a liderança, certo?

 

Em 10º, fechando a zona de pontuação, chegou Kvyat (até o fim do ano consigo escrever o nome dele sem conferir 5 vezes se a sopa de letras está na ordem correta...) marcando mais um pontinho para a Toro Rosso. Seu companheiro Vergne abandonou após ter o carro danificado numa disputa de posição lá no pelotão do tiroteio, quer dizer, do fundo.

 

A próxima corrida é já no próximo fim de semana, no Bahrein, com a novidade de ser uma corrida noturna, largada lá pelo meio dia, horário de Brasília. Dá para tomar um bocado de café e/ou energético antes para não cair no sono com a pista barenita.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini