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Outro baiano rumo à Indy PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 27 May 2014 00:57

Desde que acompanho a Indy, antes da cisão e posterior fusão, o certame sempre fora recheado de nomes brasileiros, conquistando vitórias e fãs pelos Estados Unidos e aqui também. Fora... nos últimos anos pilotos brasileiros se tornaram escassos no campeonato norte americano, apesar de manterem os bons resultados, como as vitórias na Indy 500 de 2001, 2002 e 2009 (Hélio Castro Neves), 2003(Gil de Ferran) e 2013 (Tony Kanaan). O Brasil sempre esteve bem representado e conquistando títulos na Indy/Cart, e assim continua, porém é necessário renovação, pois em 2014 apenas dois dos pilotos integrais levam a bandeira verde e amarela na carenagem.

 

Após a recessão econômica, o mercado dos EUA parece reaquecer também no setor automotivo, apresentando crescimento para as principais fábricas, acompanhado do mercado chinês. Crise deixada para trás, é hora de voltar a crescer. De olho neste cenário, alguns pilotos brasileiros estão no caminho da Indy (Road to Indy), como é o caso de Nicolas Costa e Pipo Derani (Star Mazda), Victor Franzoni, Gustavo Myasava e Felipe Donato (USF2000). Mas, e na Indy Lights, não tem brazuca? Sabe de nada inocente!!! Aliás, oxente, é claro que tem! Luiz Razia está por lá e mostra que não deve nada para os alumni das demais categorias de base. Principalmente, o baiano está retirando a fama de piloto de F1 por apenas 23 dias em 2013, fato ocorrido por desentendimento de seus patrocinadores com a equipe Marussia, que optou por ceder a vaga para Jules Bianchi, da academia de jovens pilotos da Ferrari, além de receber os motores italianos a partir desta temporada.

 

 

Luiz Razia com seu autocross, vice-campeão baiano em 2003. Carreira promissora.

 

O jovem de 25 anos deixou sua cidade natal, Barreiras, para se desbravar o mundo do automobilismo. Seguindo seu sonho, passou alguns anos em Brasília, colecionando títulos no kart (Campeão Brasileiro, Copa Centro-Oeste e Brasiliense). Em 2006 veio o título da F3 Sulamericana (atual F3 Brasil), abrindo as portas para os campeonatos no velho continente, aliás, na velha bota. Duas temporadas em 3° na F3000 e Razia chegara ao último degrau para a tão sonhada F1: a GP2. Por lá ficou ganhando experiência, até culminar com o vice-campeonato de 2012, quando viu Davide Valsecchi crescer na reta final do campeonato e conquistar o título. Como prêmio de consolação, ganhou uma vaga na Marussia, para 2013... e dessa história todos sabemos como foi, infelizmente.

 

 

#23 da Arden (2012), guiado por Luiz Razia, seguido de perto por Felipe Nasr (#4 DAMS).

 

Mas vida que segue! E após um ano correndo de GT na Europa, Razia desembarcou na terra do Tio Sam para mais um desafio, agora na Indy Lights. Presente nos testes de Sebring, guiando um dos carros da Sam Schmidt Peterson, deixou uma boa impressão para o time, a ponto de contrata-lo para a temporada completa do campeonato. Ciente da necessidade de conhecer cada detalhe do novo carro e das desconhecidas pistas, nosso representante fez uma estreia mais conservadora, evitando acidentes e chegando em quinto lugar, após largar em sétimo. Na mesma tocada, Long Beach foi o cenário para outro quinto lugar, porém nesta etapa Razia esteve quase a corrida toda colado em Jack Harvey, seu companheiro de equipe, já demonstrando ter ritmo forte para disputar as primeiras posições, afinal Harvey seria como o 1° piloto, em uma equipe com 4 bólidos.

 

Chegando ao Alabama, o primeiro pódio. Após marcar o melhor tempo nos treinos livres, Luiz largou em quarto se mantendo próximo aos líderes até o final, quando Alex Baron e Gabby Chaves se enroscaram e abriram caminho para Razia chegar em 2°, atrás de Zach Veach. Na segunda corrida em Barber, não houve repetição de pódio, mas continuou com a regularidade, fechando a etapa em 4°. Outra prova em que terminara na quarta colocação fora a última, até o fechamento desta matéria, na Firestone Indy 100, evento preliminar da Indy 500. Nesta, largou na pole, após ótimos treinos, porém pouco após a largada Matthew Brabham (sim, neto do saudoso Sir Jack Brabham) assumiu a liderança e passou a duelar com Veach, mas o vitorioso foi Gabby Chaves, após superar o neto do tricampeão de F1 por apenas 5 milésimos na linha de chegada!

 

Razia comemora sua vitória no misto de Indianápolis.

 

Mas o principal momento de sua carreira na América do Norte, até aqui, se deu no circuito misto de Indianápolis em etapa entre as de Barber e Firestone 100. Na corrida 1, cruzou a linha de chegada em segundo lugar, igualando seu melhor resultado até então, após andar muito bem durante os treinos e largar em quarto e cair para quinto, logo na largada. Se recuperou bem e se posicionou em segundo, mas sem chances reais de ultrapassar Brabham, vencedor da prova. Largando da pole, na corrida 2, o brasileiro teve de suportar a pressão de Jack Harvey por 40 voltas, para assegurar seu primeiro triunfo na temporada. Utilizando de sua experiência, conseguiu segurar Jack e seu carro com melhor acerto. A vitória o colocou como um dos candidatos ao título, já figurando no top-3.

 

Bruno Junqueira com Cristiano da Matta, campeão da Indy Lights em 1998.

 

A Indy Lights é o principal celeiro para a categoria principal, tendo conquistado o título no acesso pilotos como Robbie Buhl, Bryan Herta, Greg Moore, Tony Kanaan, Cristiano da Matta, Oriol Servià, Scott Dixon, Towsend Bell, AJ Foyt IV, Thiago Medeiros, Rafa Matos, Josef Newgarden e Tristan Vautier. Todos campeões que rumaram com algum sucesso e títulos, ou recentemente, para a Indy. Cabe destacar que a equipe de Sam Schmidt produziu os últimos 4 campeões, além de estar presente na Indy, na qual este ano um de seus pilotos é o atual segundo colocado (Simon Pagenaud, vencedor em Indianápolis, no circuito misto). Razia está no lugar e hora certa, a torcida brasileira está com ele em busca deste título e sua chegada na IndyCar em 2015!

 

Saudações do Rio de Janeiro, o estado sem autódromo!

 

Fabiano Esteves

 

Last Updated ( Tuesday, 27 May 2014 09:28 )