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Felipe Grano Duro PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 28 May 2014 13:52

Olá fãs do automobilismo,

 

Desde que começou a temporada da Fórmula 1 deste ano, como acontece todos os anos, muitos dos meu pacientes demonstram mudanças em seus comportamentos.

 

Alterações comportamentais são, sem dúvida, um dos aspectos mais angustiantes no dia a dia. Deve-se considerar que determinados comportamentos, como gritar, vagar pela casa, episódios de irritabilidade e agressividade, podem ser uma forma de comunicação, a exemplo do choro dos recém-nascidos. Algumas alterações comportamentais são relativamente aceitáveis por parte das pessoas que convivem com o indivíduo em questão. Contudo, no caso específico dos pilotos, estas alterações costumam ser inaceitáveis... para eles mesmos!

 

Felipe Massa tem sido cobrado duramente nas últimas semanas... por ele mesmo! Apesar das declarações sempre equilibradas, estar com cerca de metade dos pontos do seu companheiro de equipe não é algo confortável, especialmente por não se tratar mais do espanhol Fernando Alonso, mas sim do jovem e promissor Valtteri Bottas.

 

As duas corridas anteriores ao GP de Mônaco, em especial a da Espanha, onde a sua atuação ficou muito aquém da conseguida pelo jovem companheiro de time colocou Felipe em uma “encruzilhada pessoal”: ou reagia logo, forte e constante para inverter a situação dentro do time e na tabela de pontuação ou a temporada de 2014 seria a decretação do fim da sua carreira, apesar de seu contrato ter 3 anos de duração.

 

A expressão de preocupação e angústia tem sido frequente no rosto de Felipe.

 

Na sua linha de raciocínio, a diferença de pontos entre ele e o companheiro de time é algo relativo. Felipe aponta o acidente na corrida de estreia, na Austrália, e o problema na classificação ocorrida na Espanha como as razões para os números, que por mais que ele queira dizer que não, está incomodando.

 

Quando foi contratado para a Williams, depois que esta deixou de contar com o inconstante Pastor Maldonado (que decidiu apostar seus petrodólares na Lotus), e que deixou uma mala de dinheiro nas mão de Frank Williams por quebra de contrato, Felipe Massa era uma aposta, com seus anos de Ferrari e quilometragem na categoria, para ser o pilar da recuperação da equipe na categoria, depois de um ano simplesmente desastroso.

 

Por melhor que achasse ser seu companheiro, talvez Felipe não achasse que encontraria tanta dificuldade com Valtteri.

 

A troca dos motores, para o poderoso e melhor projeto dos novos turbos da Mercedes ajudou em muito a equipe neste processo. Afinal, ter uma vantagem mecânica sobre seus oponentes é sempre bom. O problema – neste caso – é que o companheiro de equipe tem o mesmo motor.

 

Pior que isso: com todos os dados sendo monitorados por “um zilhão de sensores”, e com tudo milimetricamente mapeado, ter o acerto de quem conseguiu fazer melhor, e o Bottas confirmou – e agradeceu – o acerto de Felipe para o seu carro na corrida da Espanha, justamente onde ele conseguiu sua melhor posição de largada e Felipe, que tinha feito o acerto dos dois carros da equipe, errou na volta e acabou largando muito atrás.

 

Felipe é mais do que um piloto na Williams: é a referência técnica dentro da pista.

 

Mas para Mônaco precisavam mudar, e mudar drasticamente. Felipe – assim como todos os pilotos – teriam que largar na melhor posição possível e, no seu caso, de preferência à frente do companheiro de equipe. Afinal, ultrapassar alguém no meio daqueles guard rails é algo muito mais do que complicado.

 

Foi preciso muita calma,muita introspecção após o acidente no final do Q1, o que impediu sua continuidade no treino e o relegou 16º lugar no grid e a obrigação de fazer uma corrida “alternativa”, com uma estratégia diferente, foi o pensamento do restante do dia até a hora de dormir.

 

Ver o companheiro de equipe andando na sua frente não é algo agradável. 

 

Na corrida, os acidentes, abandonos, mas também as excelentes primeiras voltas com o pneu super macio fizeram Felipe subir de posição, chegando a estar um posto apenas atrás de Valtteri e com isso, impor-se psicologicamente a si mesmo de que era possível ir mais além, como realmente o foi.

 

Assim como teve sua infelicidade na corrida da Austrália, seu companheiro teve uma nesta, abandonando a prova. A corrida de estratégia diferenciada deu certo e pontuar numa corrida onde as chances de ganhar posições são tão difíceis é mais que um alento: é um incentivo a ir mais e mais fundo, mais e mais rápido para as etapas seguintes.

 

Força e foco, Felipe. Vc tem condições de superar as adversidades.

 

Lutadores como você, Felipe, jamais se entregam e com dois terços do campeonato ainda por vir, mostrar que a aposta da equipe Williams em seu trabalho, sua competência e sua velocidade foi a mais correta possível há que se transformar em números.

 

Você é massa de grano duro!

 

Beijos do meu divâ,

 

Catarina Soares