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Eu quero acreditar! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 24 September 2014 23:18

Caros amigos, no último dia 18 foi feito, com pompa e presença de personalidades, do diretor geral da categoria e, inclusive, um dos nossos pilotos – Tony Kanaan – reunidos no autódromo de Brasília, o anúncio oficial do retorno da Fórmula Indy ao Brasil com a etapa de Brasília marcada para o dia 8 de março de 2015. E o título desta coluna é bem o retrato da minha expectativa.

 

Os meus temores em relação à realização da corrida – não digo pela data, mas pelo local estipulado – ainda vai depender de uma série “variáveis” (vou chamar de variáveis, mas na verdade são incógnitas) que independem da organização da IMS, empresa que é a organizadora da categoria, dos seus executivos, como Mark Miles, que veio ao Brasil, ou do homem responsável pela montagem e aprovação dos requisitos de segurança para a realização da prova, Tony Cotman.

 

Quando paramos para analisar e vemos todos os problemas que o governo do Distrito Federal tem passado nos últimos anos, seja no mandato do governador anterior, o José Roberto Arruda, como no governo atual, de Agnello Queiroz, onde náo faltam denúncias e escândalos de corrupção, improbidade administrativa, superfaturamento de obras e afins, é bom ficar com um pé atrás.

 

Uma vez que o acordo entre a Rede Bandeirantes e a IMS envolve a reforma da pista e esta será “garantida palo governo do Distrito Federal”, precisamos levar em conta que estamos em ano de eleição para os governadores de estado... e do Distrito Federal, sendo que a possibilidade do atual govrnador, candidato à reeleição, Agnello Queiroz, ser derrotado nas urnas é grande. Sendo assim, quem garante a continuidade do projeto?

 

Todo o cerimonial de apresentação náo mencionou um “pequeno detalhe”: quando vão começar as obras? Em teoria, as mesmas tem seu início previsto para novembro deste ano – mas sem data ainda definida – e que terá o exíguo prazo de apenas três meses para receber a etapa da Indy. Em se tratando de uma questão onde está envolvida a política brasileira, que garantia temos de que as obras terão início no prazo previsto? O exemplo dos estádios da copa do mundo está aí.

 

Durante a apresentação, Mark Miles tentou demonstrar que o pouco tempo para a preparação do autódromo não é uma preocupação, afirmando que “Ficar preocupado não faz bem a ninguém”, acreditando que trata-se de um projeto executável, que conta com profissionais de um bom histórico e há um bom plano em curso para que tudo esteja pronto em tempo hábil. Com isso, ele tentou tranquilizar a todos os envolvidos em relação a um “possível ‘Plano B’” (que poderia ser o autódromo Internacional de Goiânia) e afirmou estar comprometidos com o ‘plano A’, apostando suas fichas no que chamou de exemplo ao referir-se ao Estádio Mané Garrincha (acho que ele não sabe do quanto a obra atrasou e o tamanho do superfaturamento da mesma).

 

Por falar em custo, o projeto todo está estimado em 300 milhões, de acordo com Maruska Lima, presidente da Terracap, estatal responsável pelo circuito. Contudo, para receber a Indy em março, esta etapa da obra deverá apenas recuperar o traçado e trabalhar nas áreas de escape. Apesar da pista nunca ter recebido sequer um reasfaltamento em 40 anos de existência, em teoria isto seria muito pouco para se receber uma categoria internacional, mas se levarmos em conta certos lugares onde a Fórmula Indy coloca seus carros e pilotos para correr, o Autódromo Internacional Nelson Piquet ainda não será um dos piores.

 

Longe de mim ser um arauto da desgraça, mas diante de todo o cenário em que este projeto está envolvido – politicamente falando – e de tudo o que vimos durante os dois ou três últimos anos antes da copa do mundo, nem o maior dos otimistas conseguirá colocar sua cabeça no travesseiro e dormir tranquilo se tiver um mínimo de bom senso.

 

Como disse a chamada do filme “Arquivo X”, eu quero acreditar!

 

Enquanto isso, no Balcão do Cafezinho...

 

Juro que não me lembro de um regulamento que teve por essência o silêncio ter dado tanto o que falar como esta nova regulamentação sobre as comunicações via rádio entre as equipes e seus pilotos durante as corridas. E se depender do Bom Velhinho, que não perde a chance de “surfar numa onda boa”, Com a surpreendente revelação de que a ideia de limitar as informações no rádio foi sua.

 

Não bastasse esta “bomba”, o regulamento sobre restrições entre os boxes e os pilotos poderá ganhar novos itens, todos para – na sua visão – exigir mais dos pilotos, como a imposição de um limite no uso da telemetria durante as provas. Para o ‘Bom Velhinho’, nenhum dos pilotos gosta do rádio (O Kimi ‘Tomotodas’ parece mesmo detestar). Eles pilotam os carros, devem saber o que é certo e o que é errado e não precisam que alguém fale isso toda a hora.

 

Gostando ou não, não faltaram protestos e contra-argumentos. D. Fernando das ‘Lamúrias’ contestou o pensamento do mandatário da categoria, afirmando que não há benefício algum para a categoria com a limitação das conversas pelo rádio, resaltando que algumas das mensagens são questões de segurança e não apenas performance.

 

O nosso representante, ‘Il Macarroni’, questionou a decisão de proibir certas informações e revelou que teme pela segurança dos competidores. Para ele, a FIA vai enfrentar uma difícil batalha com os pilotos por conta da nova regra, pois há uma série de questões que a comunicação é fundamental. A unidade de energia muito complicada no carro, e isso não está relacionado com o piloto.

 

Este tipo de argumento dos antigos companheiros de equipe na Ferrari esbarra no artigo 20.1 do regulamento esportivo da F1, que diz que “o piloto deve guiar o carro sozinho e sem ajuda”. Assim, as conversas pelo rádio não podem mais conter informações sobre o desempenho do carro.

 

Apesar do ‘Bom Velhinho’ afirmar que “piloto não gosta de rádio”, depois de uma reunião com os chefes de equipe que durou mais de três horas e meia, a FIA deu uma “aliviada” nas proibições impostas para a limitação do uso do rádio nas corridas da F1 antes do GP de Singapura, devendo implantar todas as proibições que deseja apenas na próxima temporada. A preocupação com a segurança que alguns pilotos argumentaram foi levada em conta devido a complexidade dos carros que são utilizados desde o início deste ano.

 

Em linhas gerais, os engenheiros não poderiam conversar com os pilotos sobre o traçado escolhido, os pontos de frenagem, seleção de marchas, comparar a performance com a de outros carros, coisas assim como, por exemplo, indicar qual o melhor momento para se acionar a asa traseira móvel ou como outros pilotos estão utilizando. Cuidar do desgaste dos pneus é outra atribuição que será apenas do piloto. Teve gente que descumpriu a regra – a Toro Rosso com Jean-Eric Vergne – e a punição foi imediata, com o francês tendo 5 segundos acrescidos ao seu tempo de prova por conta da infração.

 

Charlie ‘Omo total’ Whiting também levou em conta que algumas equipes teriam séria desvantagem em comparação a outras, não apenas no know-how ou na habilidade de reagir no curto prazo, mas também com as escolhas de hardware que foram feitas um ano atrás. Existem dois tipos de painel foram colocados à disposição dos times, e um pode mostrar muito mais que o outro.

 

Um dos desafios que Charlie e os comissários enfrentarão será a profusão de códigos que as equipes criarão para tentar burlar as restrições às mensagens. Para fiscalizar o tráfego de comunicação, a FIA conta com uma equipe com 8 pessoas responsáveis por monitorar as conversas nas corridas em uma central. Vai ser uma guerra, tenham certeza!

 

E depois da corrida noturna já tivemos gente reclamando da comunicação alheia. Segundo Éric Boullier, Chefe da McLaren, a Red Bull descumpriu o novo regulamento referente às comunicações via rádio para ajudar Daniel Ricciardo. Durante a corrida, a Red Bull disse ao australiano: “Evitar as zebras na saída pode ajudar com o problema do carro”. Os times, entretanto, haviam sido avisados de que mensagens relacionadas ao contato com a zebra estavam proibidas.

 

Nenhuma punição foi dada e Ricciardo teve seu 3º lugar confirmado, mesmo – segundo Boullier – duas irregularidades terem sido cometidas. Christian Horner, por outro lado, explicou que a Red Bull questionou Charlie Whiting sobre as mensagens e não acredita que tenha descumprido alguma regra. Preparemo-nos. O “mimimi” vai sair do que os pilotos falam nos carros para os protestos dos chefes de equipe nos boxes, pedindo que o piloto ‘tal’, da equipe ‘tal’ seja punido.

 

Toto Wolff, diretor da Mercedes, usou o problema de Nico Rosberg, que tinha problemas eletrônicos e não contava com as informações que normalmente acessa em seu volante, como o maior exemplo de que a mudança da F1 é prejudicial. Para ele, o problema no volante do seu piloto era uma questão de segurança.

 

Essa conversa ainda vai longe... com ou sem rádio!

 

Sabem aquele ditado que fala “onde há fumaça, há fogo!” Pois é, não é segredo para ninguém que as duas equipes chamadas “nanicas” do grid – Marussia e Caterham – há anos, praticamente desde suas fundações, lidam com dificuldades financeiras, situação de aperto que de um tempo pra cá recebeu a companhia da Sauber. A ‘Nega Genii’ teve divulgada na semana passada que seu nível de endividamento era o maior em toda a história da categoria.

 

Por conta disso aquela conversa de que a F1 pode contar com oito equipes de três carros na próxima temporada, divulgada via twitter por Adam Parr, ex-presidente da Williams no final de semana do GP da Itália recebeu o “endosso” do ‘Bom Velhinho’, que afirmou ser provável termos uma decisão a respeito do tema até meados do mês de outubro.

 

Para quem tem memória curta, no tempo em que as grandes montadoras eram uma força que ameaçava o controle da categoria, o ‘Bom Velhinho’ era um incentivador das novas equipes. Quem lembra da USF1, a “equipe fantasma americana” que ele queria ver no grid em 2010? Como a crise econômica afastou as montadoras (Toyota, Honda, BMW e Renault) da categoria e o ‘Bom Velhinho’ deixou de ter seu poder ameaçado, as “nanicas”, que foram incentivadas pelo “ex-amigo”, Max ‘Chicotinho’ Mosley, elas deixaram de ser interessantes para ele.

 

Como o discurso muda ao sabor do vento dos interesses comerciais e ter três carros da Ferrari, da Mercedes, da McLaren e da Red Bull dariam mais audiência na TV e retorno de publicidade do que os carros das “nanicas”, o imortal octogenário afirma preferir ver uma Ferrari com três carros, ou qualquer um dos outros times de ponta com três carros, do que ter times com dificuldades... bem conveniente!

 

Quem sempre foi inconvenientemente barulhenta foi a imprensa italiana. Estranhamente quieta este ano em comparação com o ano passado, estava demorando para eles armarem uma discussão com o volume e a intensidade típica dos ‘periodistas da bota’ e, segundo 'La Gazzetta dello Sport', D. Fernando das ‘Lamúrias’ está procurando outra equipe para correr.

 

O problema é que o bicampeão do mundo, mesmo sendo – talvez – o melhor e mais completo piloto do grid, não tem muitas opções para escolher. A Mercedes tem seus pilotos sob contrato pelos próximos anos (o ‘Paquito’ até quando ele quiser e o ‘Neguin’ até 2015, mas negociando mais 3 anos). A Red Bull tem como política formar seus próprios pilotos. A Williams não tem dinheiro para ter um piloto como ele no time e a única equipe que parece promissora para os anos seguintes é a McLaren.

 

O problema em retornar à Woking é ter que encarar de frente o maior carrancudo do grid – Ron Dennis – com quem o ‘Lamúrias’ “bateu de frente” em 2007, saindo da equipe praticamente pela porta dos fundos. Mesmo com os japoneses da Honda “bancando a encrenca”, nada garante que o espanhol vá ter uma vida de estrela na equipe, tendo ao lado um jovem impetuoso chamado Kevin Magnussen, piloto “da base”.

 

O jornal publicou que Alonso teria “dado a entender” sua vontade de ir embora após fazer algumas exigências consideradas impossíveis pela Ferrari, apesar afirmar – politicamente – que fica em Maranello. Já o ‘Capo’ da equipe, Marco Mattiacci, quando perguntado se o primeiro piloto do time permaneceria para o ano que vem a resposta foi enigmática: “No momento, sim”. Para delírio do nosso RP, Ciro Margoni, o ‘Lamúrias’ “tá na vala”.

 

E ele não é o único espanhol a ter que se preocupar com o Futuro. Carlos Sainz, o grande campeão do mundo do Rally antes do surgimento do fenômeno Sebastien Loeb, está preocupado com o futuro da carreira do filho, Carlos Sainz Jr, que faz parte do programa de jovens pilotos da Red Bull e atualmente disputa – na verdade massacra a concorrência – o World Series by Renault.

 

No ano passado, quando disputava a GP3, chegou a ser cogitado para a vaga na equipe Toro Rosso, mas tanto ele quanto o português António Felix da Costa foram preteridos em favor do russo Daniil Kvyat, que vem fazendo um excelente papel em seu ano de estreia, diga-se de passagem.

 

Tendo que disputar uma categoria de acesso a mais, Carlos Sainz Jr teria o ano de 2014 para mostrar que estaria pronto para ser o próximo na linha de promoção do programa, coisa que o Português não conseguiu, fracassando no projeto de conquistar o título da mesma categoria onde hoje corre o espanhol.

 

Tudo parecia correr dentro do planejado, com um domínio esmagador sobre os concorrentes, mas eis que a equipe foi buscar na F3 Europeia um outro jovem piloto, que nem parte do programa fazia, mas que os olheiros em geral viam como um futuro campeão do mundo: Max Verstappen.

 

Carlos Sainz Jr. ficou como o vizinho lusitano, a ver navios! Ainda não há uma definição na equipe Red Bull sobre o que vai acontecer no futuro para o piloto espanhol, mas as perspectivas da abertura de uma nova possibilidade na equipe ficaram bem mais restritas. Um outra grande promessa, Jean-Eric Vergne, está “cumprindo aviso prévio” neste final de temporada pela Toro Rosso. Cria do projeto da Red Bull, se quiser continuar na categoria vai precisar “comprar” uma vaga m alguma equipe média para não se ver ofuscado em uma nanica... se estas sobreviverem à fúria do ‘Bom Velhinho’.

 

Na contramão disso tudo (pelo menos assim esperamos) quem está é o herdeiro do clã Fittipaldi, Pietro. Depois de abrir mão de estabelecer uma carreira no automobilismo norte americano visando a NASCAR, onde reside com a família, e seguir para a Europa para encarar o mundo dos monopostos, onde nunca havia competido, no seu segundo ano de competição, correndo na Fórmula Renault inglesa, o jovem Fittipaldi atropelou a concorrência...

 

O campeonato ainda não acabou, mas Pietro venceu 10 das 13 etapas disputadas até o momento e conquistou o campeonato por antecipação. Logicamente todos nós e a família principalmente está muito feliz, mas antes que comecem a chamar o menino de gênio e de “novo Senna” (ele não é Senna, é Fittipaldi), há que se ter muita cautela.

 

Todos os passos que Pietro está dando estão sendo muito bem medidos, calculados. O avô, Emerson, sabe muito bem o peso do seu sobrenome no meio do automobilismo mundial, independente do continente e que ele pode abrir portas para o neto. Contudo, de que adianta abrir uma porta para um abismo? No caso de Pietro, apoio financeiro não falta, suporte técnico também não. Agora é dar o passo certo e encaixar o menino num programa destes de jovens pilotos que o leve até a F1. Quem sabe a McLaren é o caminho. Semana passada o bicampeão andou passeando por lá... a toa é que não deve ter sido.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva