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Como perder uma corrida na primeira volta! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 12 October 2014 23:09

Olá leitores!

 

Mais uma vez a Fórmula 1 mostrando que ela vai aonde o dinheiro está. Hoje em dia a Rússia tem muito dinheiro (graças às reservas de gás natural e petróleo, entre outras), já sediou Olimpíadas de Inverno, vai sediar uma Copa do Mundo de futebol e entre uma e outra recebe agora a categoria topo do automobilismo mundial. A pista foi construída aproveitando as instalações feitas para as Olimpíadas de Inverno, o que deu um ar parecido com o circuito de rua de Valência, só que com mais retas e algumas curvas mais desafiadoras que as existentes na região portuária da cidade espanhola. Assistir aos treinos me criou uma expectativa de que a corrida seria interessante.

 

Como me enganei! A primeira metade deu para aguentar, a segunda eu estava aguardando o cataclismo que interromperia aquele suplício. Que terror! Que corrida chata! Literalmente o que me impediu de dormir durante a segunda metade da procissão, digo, corrida, foi a minha filha fazendo perguntas sobre o Live Time do site da Fórmula 1 e sobre os comentários no Twitter, nem a corrida que normalmente chama a atenção dela dessa vez chamou.

 

A causa? Muito provavelmente a culpa possa ser dividida entre a Pirelli, que alegando desconhecimento do asfalto levou pneus que desgastaram muito pouco (detalhe: quando foram fazer a primeira corrida no recém reformado autódromo de Jacarepaguá (R.I.P.), em 1978, técnicos da Michelin vieram até o autódromo antes, arrancaram um pedaço de asfalto de uma das bordas da pista, o levaram de Concorde para a França, os técnicos da matriz fizeram um pneu para suportar a abrasividade da pista e o Carlos Reutmann ganhou a corrida com ampla vantagem), e também quem poderia trazer um pouco de emoção para a corrida (o Rosberg) cometeu um erro infantil na primeira freada mais forte após a largada (Dia da Criança, lembrem-se), destroçou os pneus, teve de parar para trocar logo na primeira volta, e o esperado duelo Hamilton X Rosberg foi para o espaço. E a corrida se transformou, em boa parte do tempo, em uma procissão para Aparecida do Norte (aproveitando o gancho de também ter sido comemorado o dia da padroeira do Brasil). Enfim, foi uma corrida dura. De assistir.

 

A vitória ficou com Hamilton, que teve apenas de se preocupar em levar o carro ao final e não perder a concentração com a falta de adversários na pista. Bom para ele, que ampliou a sua vantagem sobre Rosberg. Rosberg, por sua vez, mesmo tendo parado na primeira volta para trocar os pneus macios com que largou pelos médios, conseguiu chegar em segundo lugar, o que mostra bem a falta de adversários para a equipe alemã. Nem tenho o que falar.

 

Em 3º lugar, o “primeiro dos normais”, chegou Bottas. Não tinha como atacar Hamilton, mesmo tendo se esforçado para isso, e não estava na alça de mira do 4º colocado, então o que teve de fazer foi administrar a posição, mais um merecido pódio para o jovem finlandês. Seu companheiro Massa (11º) teve problemas no treino de classificação, largou em 18º e ao final da corrida parecia orgulhoso de ter feito um bom trabalho, chegando na frente de 2 Toro Rosso, 2 Sauber e 2 Lotus... como sempre, achou uma desculpa para não ter alcançado a zona de pontuação, dessa vez foi o tráfego. Felipe, infelizmente nas corridas de automóvel os outros pilotos não abrem voluntariamente a pista para você passar, o tráfego existe e os outros pilotos sabem lidar melhor com isso que você. Sei que você não vai ler essa coluna, mas o mundo das pistas é cruel, e não dá para aguardar o momento ideal para iniciar a manobra de ultrapassagem. Além do mais, o estrategista tem ideia absurda e ele nem para questionar. Lamentável.

 

Em 4º e 5º lugares chegaram os pilotos da McLaren, na ordem Button e Magnussen, aproveitando que o carro se adaptou bem à pista russa. Magnussen, especificamente, fez uma bela corrida, saindo de 11º na largada para 5º ao final da prova, tendo ultrapassado os mesmo adversários que massa reclamou... Button ressaltou a durabilidade dos pneus, dizendo que talvez durassem a corrida inteira.

 

Em 6º chegou Alonso, arrancando tudo o que podia de sua Ferrari. Depois reclama dele estar se oferecendo para pilotar  por outras equipes... seu companheiro Räikkönen terminou a corrida em 9º, pontuando mas mostrando também as diversas deficiências no projeto da F14T.

 

Em 7º e 8º chegou a dupla da Red Bull, respectivamente Ricciardo e Vettel. Ambos não tinham carros exatamente velozes de reta e pagaram o preço disso na posição final da corrida, mas ao menos os carros se comportaram bem durante a prova, dá para usar de base para o carro de 2015, não é como a Ferrari que se quiser vencer vai ter de refazer o carro inteiro...

 

Fechando a zona de pontuação em 10º lugar chegou o algoz de Massa (ou, ao menos na cabeça dele, é o algoz), o mexicano Sérgio Pérez. Enfrentou problemas com o consumo de combustível no final da prova, mas mesmo assim conseguiu manter atrás de si um carro da forte equipe Williams, fez uma bela corrida. Seu companheiro Hülkemberg (12º) escolheu um acerto estanho para a Force India, privilegiando a velocidade em curvas em detrimento da velocidade em retas, e a escolha não se mostrou a melhor possível.

 

Próxima corrida é dia 02/11, Grande Prêmio dos EUA, no Texas. Como a Plim-Plim gosta de fazer com corridas que interferem no horário do futebol, a prova será transmitida ao vivo pelo SporTV ao invés da emissora aberta. Pelo menos os narradores são melhores...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini