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A ficção e a realidade. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 22 February 2015 22:19

Olá leitores!

 

Aqui no Brasil é corrente dizer que o ano começa após o Carnaval. Bom, ao menos no automobilismo isso foi verdade, já que esse final de semana tivemos a abertura de temporada de importantes categorias.

 

Vamos começar com os preparativos: os testes coletivos da Fórmula 1 continuam, dessa vez em Barcelona, pista mais veloz que o travado Jerez de la Frontera onde foram feitos os primeiros testes. Basta olhar os tempos feitos para comprovar o que sempre digo, os testes coletivos são ótimos para colocar em prática as ideias que os projetistas tiveram, testar novas soluções, mas dificilmente podem ser considerados um retrato fidedigno daquilo que acontecerá durante a temporada. Ou dá para acreditar que a Sauber vai andar na frente da Williams e da Ferrari, ou que o carro mais rápido durante o ano será a Lotus, dessa vez com motor Mercedes ao invés do Renault? Considero pouco provável. Enfim, mesmo assim dá para ter alguma ideia do desenvolvimento das equipes, e parece que a Ferrari conseguiu fazer um carro melhor que aquela cadeira elétrica do ano passado. Consta que até o Kimi Räikkönen está falante, o que convenhamos é um grande espanto. Alonso, El Llorón de las Astúrias, pelo jeito percebeu que a Ferrari vai andar mais que o McLaren dele e sentiu o golpe: quis andar mais rápido que o carro nesse domingo e se acidentou, precisando ser levado para o hospital. Não sofreu ferimentos, mas por conta da desaceleração do choque passará a noite em observação no hospital. Novamente a Williams mostrou que o carro evoluiu em relação ao já bom modelo do ano passado, e mesmo com um motor mais fraco que os Mercedes a Red Bull mostrou que não está morta. Admito uma certa expectativa em relação ao GP da Austrália, onde veremos efetivamente como as equipes evoluíram seus carros do ano passado para esse.

 

E começou a temporada 2015 da Superbike. A FIM (Federação Internacional de Motociclismo) promoveu mudanças no regulamento técnico da categoria, com o intuito de diminuir o degrau entre as equipes oficiais de fábrica e os times privados, e a mudança que mais me agradou foi na parte eletrônica: o desenvolvimento das centralinas de gerenciamento do motor continua permitido, mas as fábricas devem fornecer um kit (Superbike Kit System) para as equipes particulares no começo da temporada com todos os componentes eletrônicos para o funcionamento da moto, e algumas vezes no ano as fábricas devem repassar os seus avanços na eletrônica para as equipes privadas. Bom para as equipes privadas, que poderão ter acesso ao que as fábricas desenvolvem, e bom para as fábricas, que poderão continuar usando a categoria para desenvolver a eletrônica de suas motos de rua. Eletrônica essa que elas não podem desenvolver na MotoGP, que tem restrições nesse sentido.

 

A temporada começou no belo circuito de Phillip Island, uma pista que se por acaso a corrida estiver chata você pode ir para a região atrás da segunda curva da pista para admirar o mar australiano. Deprimente, não acham? A primeira corrida (Superbike sempre corre em rodadas duplas no mesmo dia, vamos relembrar) teve a vitória do competente Jonathan Rea (Kawasaki), com uma “gigantesca” margem de 4 centésimos de segundo para o segundo colocado, o Leon Haslam (filho daquele Ron Haslam que corria na 500 nos anos 80 e 90), de Aprilia. Completando o pódio chegou Chaz Davies, de Ducati. A segunda corrida foi vencida por Haslam, com a “expressiva” vantagem de 1 centésimo de segundo para Rea. Para aumentar a aflição do Haslam, o 3º colocado (novamente Davies) chegou 3 décimos atrás deles... a ressaltar nessa segunda corrida a participação do Randy de Puniet, que saiu da MotoGP para a Superbike, levou um senhor tombo nos treinos do começo da semana, foi para a pista tomando analgésicos e terminou a segunda corrida em 7º lugar. O pior de tudo foi o chefe da equipe Suzuki, que como maneira de exaltar a superação do piloto publicou uma foto no Twitter do grande hematoma resultante do tal tombo, ocupando praticamente toda a região glútea do piloto... existem cenas que o público não merece ver, convenhamos. Espero que a moda não pegue.

 

Começou também a grande festa norte americana, a NASCAR, com a tradicional prova de Daytona. Na sexta-feira à noite tivemos a prova da Truck Series, com dois “big ones” para alegria do público da categoria, sempre ávido por grandes “enroscos” entre os pilotos. O vencedor foi Tyler Reddick, com a picape Ford da equipe do Brad Keselowski, seguido pelo Erik Jones (Toyota da equipe do Kyle Busch) e pelo Lagasse Jr. (Chevrolet). Sábado à tarde teve a prova da Xfinity Series (novo nome da Nationwide, já que o patrocinador anterior pulou fora), vencida pelo Ryan Reed (Ford), seguido pelo Chris Buescher – dobradinha da equipe de Jack Roush, há muito tempo não acontecia. O fato triste do sábado foi o acidente de Kyle Busch, que bateu em um dos poucos trechos da pista que não possui o “soft wall” quebrando a perna direita e o pé esquerdo. Não é um bom começo de ano para a família Busch, já que seu irmão mais velho Kurt Busch está suspenso indefinidamente por ter sido condenado em uma corte do Delaware em um caso de agressão a uma ex namorada. Como sempre digo, tem gente que nasce com a vocação de se meter em encrencas, e o Buschão é um desses casos.

 

Chegou o domingo, e com ele a prova principal, a Daytona 500. Para os padrões de superspeedways, foi uma prova tranquila, sem grandes interrupções – para ter uma ideia, a 6ª bandeira amarela da prova apareceu a 3 voltas do final. Só que como requereu uma limpeza mais profunda da pista (a quebra do motor do Allgaier espalhou um bocado de óleo pela pista) acionaram a bandeira vermelha. Na relargada para a prorrogação (o clássico Green-White-Checkered), Joey Logano foi muito bem, assumindo a ponta com autoridade, enquanto a “briga de faca” rolava solta pelas posições seguintes entre Kevin Harvick, Denny Hamlin, Jimmy Johnson, Dale Jr, entre outros. Ao final, vitória do Logano, com Harvick em segundo e Dale Jr em terceiro. Jeff Gordon, que já anunciou que se aposentará ao final da temporada, liderou o maior número de voltas e tinha chances de um bom resultado, mas acabou envolvido no acidente da última volta. Uma pena.

 

Por falar na Sprint Cup, a Daytona 500 é uma corrida com certas peculiaridades, e uma delas é a classificação: os dois primeiros colocados são decididos numa prova no domingo anterior à corrida, e as posições subsequentes em outra corrida na noite de 5ª feira, os “Duels”. No domingo passado, Hamlin bateu na Danica. Nos duels, voltou a bater. Após a bandeirada, a baixinha não se fez de rogada: foi tirar satisfação com o Hamlin, falando, gesticulando e até empurrando o peito do piloto, que tentava de todas as maneiras se desculpar e acalmar a “formiga atômica”. Muito engraçado.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini