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F2 e GP2: Vai dar casamento? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 06 May 2015 21:49

Caros amigos, aquele processo de estratificação do caminho para um piloto chegar à Fórmula 1 idealizado pela FIA (à contragosto de Bernie Ecclestone?) vai tomando corpo pelas mãos de Stefano Domenicali, presidente da Comissão de Monopostos da entidade.  

 

O ex-chefe da Ferrari tem pressa. Quer apresentar um projeto montado até o final de junho e isso implica em oficializar para ver qual vai ser o interesse real dos maiores fornecedores potenciais de motores e chassis, além dos outros equipamentos “chave” para a construção dos carros da categoria.

 

Para um possível desespero de Bernie Ecclestone, a mente do italiano aponta na mesma direção da atual realidade da Fórmula 1. Motores turbo alimentados e sistemas híbridos estão sendo considerados... mas dentro do que ele considera como “um nível aceitável de custo”. Ah, mas este ponto é complicado... muito complicado.

 

Uma solução seria a adoção de um sistema de V4 e turbos de dois litros para um futuro próximo. Talvez em 2017. Esta configuração é a mesma utilizada no DTM e da Súper Fórmula japonesa. Assim, montadoras como a Audi, a BMW e a Mercedes (na Europa) e as japonesas Honda, Nissan e Toyota teriam motorizações praticamente prontos para participar da categoria. A Renault, atual fornecedora dos motores da GP2 teria que fazer um novo investimento neste caso... fará?

 

Apesar de todo o planejamento, Stefano Domenicali disse que acredita que há espaço para que a Fórmula 2 coexista com a GP2 e a World Series. Contudo, o maior desafio da FIA e do italiano vai ser conseguir fazer a nova categoria tornar-se mais atraente do que as já existentes e consagradas como fornecedora de novos pilotos para a Fórmula 1, mesmo tendo a Fórmula 2 uma pontuação maior naquela tabela de pré-requisitos para poder pilotar um carro da categoria máxima.

 

Um outro aspecto interessante que o Presidente da Comissão de Monopostos é a sua linha de pensamento de que deve haver um limite de tempo e de idade para os pilotos permanecerem em cada uma das categorias que a FIA está procurando estabelecer como sendo o caminho para se chegar à Fórmula 1 (iniciar pela F4, ir para a F3 e posteriormente a F2).

 

O processo de ascensão dos pilotos, escalando degraus, deve ter “um limite de tolerância”. Um piloto não deve se “perpetuar” em uma categoria de base como é o caso de alguns pilotos da GP2 que estão lá há anos, mesmo que depois de “alguma insistência”, consigam ganhar o título, como foi o caso de Pastor Maldonado que disputou quatro temporadas (2007 a 2010), vindo de duas temporadas na World Series (2005 e 2006).

 

Se a filosofia da “categoria de formação” é preparar pilotos para crescer na carreira, faz sentido a linha de raciocínio defendida por Domenicali. O problema é que há um limite de vagas na Fórmula 1 e em algum lugar vai ter um “estreitamento do funil”. Caso haja 5 campeonatos de Fórmula 3 e  apenas um de Fórmula 2, não haverá vagas para todos. Este critério tem que ser bem estudado.

 

Dois meses atrás, escrevi sobre o possível conflito entre a Fórmula 2 e a GP2 (leia aqui) e pelo visto, a questão vem sendo levada a sério por parte do responsável direto pela categoria criada dentro do esquema da FOM de Bernie Ecclestone.

 

Bruno Michel, que afirmou que a categoria pode se juntar ao processo dependendo do que a FIA desejar para o projeto. Para tal, é preciso analisar a conformidade de regulamentos para que não haja grandes diferenças de um acordo e de que jeito poderia funcionar.

 

A GP2 tentou este ano aproximar-se mais das variações que a Fórmula 1 tem, com a abertura de asa, o uso de dois tipos de pneus e dentro da ideia da FIA em usar motores turbo alimentados, sistemas híbridos e seria dar um passo adiante nesta aproximação.

 

A questão é: como esta “fusão” seria vista por quem realmente manda? Como um reconhecimento da FIA de que a GP2 “É” a categoria de acesso à Fórmula 1 ou como uma tentativa de minar o poder de seu dono? Até o final do ano, teremos a resposta.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva