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Cubos, pneus e as origens do Autorama PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 08 May 2015 21:41

Olá amigos do Nobres do Grid,

 

Nosso carro está pronto para ir para a pista e precisamos que ele tenha o melhor desempenho possível.

 

Assim como nos carros de corrida que disputam as categorias pelo mundo a fora, o uso correto dos pneus é fundamental para que o carro consiga ter uma performance eficiente.

 

No autorama, os pneus também tem um papel importantíssimo e deixá-lo na condição ideal para cada pista é imperativo. Do contrário, seu carro não irá conseguir ter a velocidade e a estabilidade que você deseja.

 

Como fazer isso?

 

Temos uma grande variedade de tipos de pneus e estes vêm com suas definições em seus nomes: wonder, big hub wonder, big full hub wonder, drilled big hub wonder, drilled big full hub wonder, small full rub, supernatural, professional, tuna, manta Parma, etc.

 

O que significa cada nome destes tipos de pneus, qual a diferença entre cada um quanto aos seus compostos e, em qual tipo de pista e condições de pista devemos usar cada tipo?

 

Vamos dividir o assunto em duas partes: cubos e tipos de borracha.

 

BORRACHA.


Borrachas basicamente são de três tipos: wonder, natural e as fedidas (piranha, tuna e etc...)
Todas essas borrachas, têm durezas diferentes, ou seja, você vai precisar de uma ferramenta que se chama durômetro, que serve para medir a densidade (dureza) da borracha.
ex. corrida de Força Livre em Piracicaba (king): poderá ser usada borracha wonder de dureza entre 30 a 34 dependendo do acerto do carro (chassi e carroceria).

 

Ex. corrida de Parma na Octopus, poderá ser usado borracha tuna com dureza entre 18 a 22.
A borracha wonder é muito resistente e praticamente a única que suporta a potência do motor de Força Livre, mas serve para todas as categorias inclusive Parma.

 

                                                                       Pneus TWP

 

A borracha natural, serve para todas as categorias, menos o FL, pois lhe falta resistência para aguentar a potência do motor, chegando a sair pedaços da borracha.

 

As borrachas Tuna e Piranha são as melhores para os Parma, pois normalmente são muito macias e tem uma grande aderência.

 

CUBOS.

Cubos são fabricados basicamente em dois materiais: alumínio e magnésio sendo o magnésio o melhor mais leve e resistente.

 

Quanto às definições dos cubos, o diâmetro maior (big hub) é mais adequado para pista de alta velocidade normalmente com borrachas mais duras.

 

O cubo full hub, tem a característica básica aumentar a banda do pneu e a borracha fica com sustentação na sua extensão total; esse cubo é mais adequado para pistas mais travadas que usam borrachas mais macias.

 

 

                                                                        Pneus Red Fox

 

Ainda quanto ao cubo full hub, ele tem várias medidas, inclusive com diâmetro pequeno; tem também com diâmetro maior, porém, o mais importante é que a borracha vai ter sustentação em sua área total; esse cubo não tem o rebaixo para o pivô, que fica alojado por dentro da borracha mesmo, que tem um furo bem pequeno por onde passa a chave Allen.

 

Um exemplo prático está na troca de transmissão: uma coroa de 41 dentes vai precisar de um pneu com o diâmetro grande para suportar o diâmetro da coroa, o que prejudica a estabilidade do carro; usando uma transmissão de 10x37 pode-se aproveitar para usar pneus com 18 mm, baixos, que dão maior estabilidade ao carro.

 

Mas, o importante é a escolha correta do tipo de borracha que se vai usar.

 

Dependendo das condições da pista, temperatura do ambiente, quantidade de glubs aplicada sobre o piso da pista, muda o tipo de pneus que se vai usar e também que cubo vai servir para dar maior aderência.

 

                                                              Pneus ainda não torneados.

 

Um cubo largo tem mais borracha e vai servir para pistas mais escorregadias enquanto um cubo menor ou mais curto vai ser mais rápido em pista mais pesadas.

 

Às vezes a pista está tão pesada de glubs que é preciso cortar a borracha do pneu para que o carro ganhe velocidade.

 

Eu mesmo já andei em circuito com o pneu tão cortado que os gozadores diziam que estava usando só um pneu atrás; aliás, somando as borrachas dos dois traseiros talvez não desse um pneu inteiro.  Mas isso é coisa de corrida...

 

REBAIXADOR.

 

É importante que se tenha um bom rebaixador de pneus; o mesmo deve estar perfeitamente alinhado para não lixar a borracha de forma irregular.

 

                                                        Modelo de rebaixador de pneus antigo.

 

Cada carro e cada pista usam um tipo de altura diferente no pneu que depende também da altura em que os mancais do carro foram soldados.

 

Como dito acima, coroa maior precisa de pneu maior enquanto coroa menor pode permitir um pneu bem baixinho que, como se sabe é mais aderente, embora não seja o mais rápido de reta.

 

                                   Torno de rebaixar pneus. Um dos modelos atualmente utilizados.

 

Esse é outro compromisso que se deve levar em conta: pneus maiores dão maior velocidade de reta enquanto os menores dão maior aderência nas curvas.

 

Enfim tem que testar muito para acertar o carro para as condições daquele dia no circuito.

 

 

AS ORIGENS DO AUTORAMA.

 

 

O autorama foi criado pela ambição de pessoas de competir com modelos de carros lado a lado do mesmo modo em que corriam os carros reais.

 

                                                                               Märklin carro elétrico guiado por um trilho de 1909.

 

De maneira surpreendente pistas de autorama vinham sendo construídas desde antes da primeira guerra mundial,  mas essas pistas eram brinquedos apenas para pessoas muito ricas. Muitas produções individuais e comerciais de pistas vieram depois da guerra e junto com elas um punhado de clubes para corrida gratuita, carros movidos a elástico e por mecanismo como os de relógios por uma razão ou outra nunca se tornaram um passatempo (hobby) popular. As coisas não estavam relativamente indo bem até o desenvolvimento de pequenos motores a diesel ou “glow-plug” para aeromodelos nos anos 30. Eles logo foram adaptados aos automodelos nos Estados Unidos, e corriam separadamente em um círculo de concreto amarrado a um resistente arame fixado a um poste central e o carro mais rápido dependendo do tamanho do motor era o vencedor. Os carros eram muito barulhentos e satisfaziam completamente os construtores, mas você ao menos teria que ter o carro mais rápido. Talvez um esporte não muito envolvente. 

 

Uma coisa que estava faltando era um método de corrida que permitisse que os carros pudessem correr uns contra os outros lado a lado, e o desenvolvimento de uma maneira de “prender” os carros a pista foi um trilho. Nos circuitos de concreto ou de madeira resistente foi colocado um metal em forma de “I” para cada carro acima da superfície da pista. Desse modo os carros eram presos a esses trilhos através de dois pares de bolas abaixo dos mesmos, as quais impediam que os carros “voassem” em qualquer direção e forçava-os a seguirem a trilha. Os carros de corrida ficaram muito mais excitantes para os pilotos e espectadores com quatro ou mais carros lado-a-lado, fazendo um barulho muito alto! Os dois “hobbies” foram popularizados no final doas anos 40 e início dos anos 50 através de páginas do The Model Craftsman nos Estados Unidos e Model Cars and The Model Car News na Inglaterra. 

 

                             H.H Crooks no Handley Page M.E. Societies. Pista de carros amarrados por arames em Hendon 1947.

 

O grande inconveniente desses dois esquemas de corrida era que uma vez o motor do carro ligado, você não tinha o controle do mesmo até o motor parar. Essa não foi a única razão pelas quais esse hobby desapareceu, e também não influenciou os praticantes em encontrar uma melhor forma de pilotar. A admiração por carros movidos a diesel começou a desaparecer, modelos movidos a eletricidade foram redescobertos. Talvez eles tenham sido esquecidos até mesmo porque a maneira de como funcionavam era muito diferente de uma emulação real, mas utilizando eletricidade ao invés de motores a diesel e controlando a corrente elétrica através de um reostato provou ser um método perfeito para a corrida de modelos lado-a-lado. 

 

Carros movidos a eletricidade conseguiram uma grande popularidade no final dos anos 50 principalmente através de esforços da revista Britânica “Model Maker” onde vários experimentos foram divulgados. Pistas eram relativamente fáceis de serem construídas e o “hobby” lentamente ganhou novos seguidores. Entretanto havia alguns inconvenientes no modo em que era fornecida a energia elétrica aos carros, através de trilhos levantados acima da pista, e um método foi desenvolvido (não pela primeira vez!) que consistia em cortar um sulco na pista fornecendo a energia através de condutores planos em um dos dois lados.

 

                                      Carro movido a eletricidade e conduzido por trilhos patenteado em 1951 por Ivor Lewis.

 

Esse aprimoramento foi adotado pela produção comercial de modelos de carros de corrida da Minimodels (Scalextric) e Victory Industrias (VIP Model Roadways) dos quais ambos chegaram as lojas em 1957 e tornaram finalmente simples,  a pessoas de bom poder aquisitivo, obter facilmente modelos de carros de corrida. Levaram mais alguns poucos anos para que todos os praticantes de carros elétricos de trilhos aderissem aos carros elétricos de fenda, mas uma vez observada as vantagens era óbvio que o “hobby” era bom e havia realmente nascido. 


Histórico do Automodelismo de Fenda (Autorama) no Brasil.

 

No final da década de 50 e início da década de 60, os então automodelistas de competição com seus micro-modelos a controle remoto encontravam dificuldade na disputas, pois muitas vezes acabavam enroscados com os cordões umbilicais que ligavam os controladores (direção, aceleração e frenagem) aos seus micro-modelos. Baseados na observação do férro-modelismo, imaginaram criar a semelhança de trilhos, Fendas (Slots) que   servissem de guia para a direção de seus auto-modelos; criaram inicialmente pinos fixos nos chassis para seguir a fenda, e os contatos eram fixados   ao fundo dos mesmos chassis. Posteriormente,   adotaram sapatas móveis (pickup-shoes) com os contatos, já com cordoalhas fixados nas mesmas, o que permitiria aos contatos permanecerem alinhados com as tiras de cordoalhas fixas ao longo da pista. Para a transmissão da corrente elétrica, introduziram duas sapatas flexíveis (lâminas de latão ou niquelina) que entravam em contato com dois trilhos metálicos ligados aos controladores, reóstatos, que eram manejados pelos competidores. O sistema foi aperfeiçoado com a adoção da sapata móvel e a instalação de cordoalhas na pista, em substituição aos frisos metálicos.

 

                                 Carros movidos a diesel e conduzidos através de trilhos na Model Engineer Exhibition em 1951.

 

O automodelismo de fenda nasceu nos EUA sob o nome de Slot car e posteriormente com a industrialização do Japão recebeu o nome comercial de autorama. Sob licença passou a ser produzido no Brasil pela fabrica Estrela, mantendo a denominação japonesa e sendo divulgado como brinquedo. Com essa denominação o automodelismo de fenda quase foi jogado ao abandono das caixas de brinquedos em quartos de crianças.   Em 1961, o autorama já era um brinquedo difundido nos Estados Unidos. Em Porto Alegre, alguns comandantes da Varig trouxeram a novidade para o Brasil. Na mesma época em São Paulo, o grupo de senhores, Felício Cavalli, Bié, Alfredo Araujo, Ewaldo Pacini de Almeida, José Alvares Moraes e outros todos do signo de escorpião começaram se interessar também pelo esporte e fundou a primeira escuderia, a "SCORPIUS" que treinava e competia numa pista montada num quintal do Brás. A pista foi feita com martelos e talhadeiras, os carrinhos eram preparados por eles mesmos. Em 1963 a loja Mobral Modelismo de São Paulo, começou a importar equipamentos e carrinhos de autorama,   no ano seguinte a Estrela lançava seu primeiro autorama no festival realizado no DEFE, no qual Emerson Fittipaldi tiraria o terceiro lugar. Alguns pioneiros, que eram aotomodelistas de "carteirinha" entusiasmados com a oportunidade, iniciaram com a desculpa de "manutenção e testes" passaram a dedicar-se de corpo e alma ao novo ESPORTE-MODELISMO. Assim começaram a surgir casas especializadas.

 

 

Surgiram algumas pistas de competição amadoras, subseqüentemente algumas profissionais. Iniciou-se  assim um movimento espontâneo de retorno às origens do automodelismo de fenda. Com isso pais e filhos passaram a dedicar-se juntamente com amadores e profissionais no desenvolvimento desse esporte modelismo. Nesses anos que convivemos com o lado esportivo tanto quanto com o lado modelista, aprendemos o valor da sua prática. O automodelismo, como todas as outras formas de hobbies, demonstraram a função catalisadora de co-participação e desenvolvimento socio-cultural de seus participantes, a importância significativa na formação do caráter e da personalidade de quem prática. 
Como Funcionam

 

                             O autorama atraia e ainda atrai fãs de todas as idades. Os Beatles adoravam.

 

O autorama ou slot car, como é conhecido nos EUA, é um carro em escala 1/24 ou 1/32 que anda em uma pista de madeira, geralmente com 48m de comprimento, ou como foi mais conhecido no Brasil como o autorama residencial amador, com peças de encaixar de plástico. Os carros andam em uma fenda que possue duas cordoalhas e alimentadas com 13.8 volts de corrente continua (baterias).O carro em escala possue um guia para andar na fenda, chassis em aço, carroceria em lexan ou acetato, pneus de borracha relação de coroa e pinhão em aço e nylon, e motor elétrico de 13.8 volts (corrente continua) de escovas (carvões) e imãs permanentes.

 

Estes "carrinhos" nos seus modelos mais sofisticados chegam aos inacreditáveis 160 km/h !!! Estes carros necessitam de muito reflexo, em uma pista oficial com traçado "Blue king" de 48 metros, o recorde mundial de tomada de tempo, (dar uma volta completa no circuito) informatizado, é de 1.590 segundos !!! É o segundo esporte em reflexo perdendo apenas para a esgrima. Nas corridas quem ganha é quem der mais voltas, (com tempo determinado) revezando nas 8 fendas que as pistas tem, identificadas por cores que acompanham a cordoalha, Os pegas são eletrizantes.

 

Abraços,

 

Jorge Ramos

 

 

Last Updated ( Friday, 08 May 2015 22:18 )