Olá leitores!

Sabem aquela coisa do anticlímax? Você está assistindo um filme que está muito bom, de repente na segunda metade do filme a coisa começa a ficar estranha e quando o filma acaba você se pergunta “Mas o que raios aconteceu com o roteiro do filme”? Então, foi a minha sensação a respeito do GP da Inglaterra. Começou de maneira empolgante, com os dois Mercedes largando mal e os dois pilotos da Williams aproveitando a oportunidade, uma intensa briga entre 4 carros até o primeiro pit-stop, a Williams como de costume atravancando nos boxes o trabalho dos pilotos na pista, mas ainda assim a prova estava disputada... até que a chuva veio, evidenciou que o carro da Williams não foi feito para piso molhado, os erros de estratégia se acumularam, e o pódio foi o mesmo de 6 outras etapas esse ano. Anticlímax total. Quando a pista é ruim, a chuva melhora a corrida; no caso de Silverstone, o efeito foi ao contrário. Menos mal que tivemos uma corrida quase à antiga, com diversos abandonos e quase a Manor (antiga Marussia) conseguiu chegar nos pontos, mais dois abandonos e um carro do ano passado teria pontuado...

Vitória de Hamilton, decidida na primeira parada de troca de pneus: ele fez um trabalho perfeito, parando antes das Williams e fazendo uma volta digna de classificação após a troca dos pneus. OK, se a Williams não tivesse demorado 1,4 segundo a mais para efetuar a troca dos pneus talvez ele não conseguisse estar na frente do Massa após a troca dos pneus, mas enfim, isso não tira o mérito dele ter acelerado muito. E basicamente foi isso, depois ele abriu vantagem suficiente para ter tempo de segurar o carro na pista com tranquilidade antes de ser chamado para colocar os pneus intermediários por conta da chuva fraca, e a superioridade dos carros alemães foi mostrada mais uma vez. Ficou mais evidente com o 2º colocado, Rosberg, que definitivamente não estava em um de seus melhores dias. Esse posso afirmar categoricamente, foi salvo pela chuva. Se não chovesse, no máximo poderia almejar um 3º lugar.

Em 3º outro que foi salvo pela chuva, Vettel, que estava com uma Ferrari inferior aos carros da Williams, mas que melhorou consideravelmente com a pista molhada. A bem da verdade, na primeira parte da corrida chegou a estar atrás até da Force India do Hülkemberg... na somatória de uma estratégia melhor e um carro que tem mais pressão aerodinâmica, ultrapassou os dois carros da equipe do velho Frank. Seu companheiro Räikkönen (8º) esteve o tempo todo no pelotão intermediário, e serviu de “cobaia” para os pneus intermediários, já que foi o primeiro dos carros que normalmente pontuam a os utilizar, mesmo quando a chuva estava atingindo apenas uma parte da pista. Definitivamente o Iceman não está numa boa fase.

Em 4º chegou Massa, completamente desiludido com o resultado final, e com motivos. Largou muito bem, assumiu a ponta, conseguiu segurar atrás de si o ímpeto do seu arrojado companheiro de equipe, e mesmo perdendo a liderança na troca de pneus (mais uma vez o mau trabalho de boxe da Williams influenciou negativamente o resultado... menos mal que eles erram com os dois pilotos) estava se encaminhando para subir no segundo degrau do pódio... aí a chuva veio, a equipe demorou para o chamar para troca de pneus (mesmo vendo que o desempenho dos dois carros estava pior que os outros competidores), e o lugar no pódio derreteu com a água que caiu do céu. Seu companheiro Bottas (5º) fez uma corrida muito parecida com a dele, tentou ultrapassar o brasileiro com a ajuda da asa móvel mas não logrou êxito, e quando caiu a chuva ficou tão “na mão” quanto o brasileiro no quesito aderência. Quase dava pena do trabalho que ele teve para segurar o Williams na pista.

Em 6º chegou Kvyat, grudado no Bottas (para verem o quão ruim de chuva é o carro da Williams...), e dessa vez o carro da Red Bull se comportou mais ou menos dignamente na pista. Seu companheiro Ricciardo abandonou com pane elétrica.

Em 7º veio Hülkemberg, que após a vitória nas 24 Horas de Le Mans está muito mais confiante na pista e voltando a apresentar seu bom rendimento habitual. No começo da corrida protagonizou algumas boas disputas de posição. Seu companheiro Pérez terminou em 9º, mesmo enfrentando problemas de granulação nos pneus e demorando muito para colocar os pneus de piso molhado no final da prova.

Em 10º, encerrando a zona de pontuação, chegou Alonso, marcando seu primeiro ponto esse ano. É, meu caro, o trabalho de desenvolvimento do motor Honda não está fácil... Certamente esse resultado veio como fruto do abandono de um carro da Toro Rosso, outro da Red Bull, além dos dois Lotus, carros que em condições normais estariam à frente da McLaren-Honda. Enfim, aquilo que você faz com os companheiros de equipe mais hora menos hora vira karma para cima de você, e o processo kármico desse aí é longo... seu companheiro Button abandonou na primeira volta, atingido pelo Alonso, que tentava se desviar das duas Lotus que batiam uma na outra.

Com a desistência da Alemanha em realizar seu GP, a próxima corrida de F-1 será apenas dia 26/07, em Hungaroring... podia ser o inverso, realizar o GP alemão e não correrem na Hungria, mas enfim, é o que temos.

Até a próxima!