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Mais dificuldades para o futuro. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 27 July 2015 09:32

Estamos na metade da temporada 2015, exceto Indy e Formula E, e nas férias do verão europeu. Bom, eu não estou por lá, mas as principais categorias do automobilismo mundial estão. Mas engana-se quem acredita em cenários das belas praias do Mediterrâneo e a calma da falta de pressa. Esta é a época em que boatos crescem em quantidade e abrangência, mas também certezas começam a tomar forma.

 

Mas, aqui não há espaço para fofocas e boataria, então vamos ao que há de concreto. Na Formula 4 Sudamericana, terceira etapa realizada no Circuito de Mercedes (Uruguai), e Pedro Cardoso venceu a corrida 1 e cravou o segundo lugar na corrida 2, mantendo a liderança do campeonato com 106 pontos. Destaque também para Leandro Guedes, que apesar dos resultados abaixo do top5, segue em terceiro com 63, e perto dele aparece Pedro Caland com 54 pontos, após completar as duas corridas na quinta posição.

 

Vitória de Pedro Cardoso na corrida 1 da terceira etapa da Formula 4 Sudamericana.

 

Na Itália, a Formula 4 da Velha Bota segue em sua segunda temporada e com os dois brasileiros por lá mostrando rápida evolução com o carro e circuitos italianos. João Vieira coleciona 4 troféus no pódio, sendo duas vezes em segundo e outras duas chegando em terceiro. Com isso, o tupiniquim se encontra na quinta colocação da classificação geral do campeonato. Na Prema PowerTeam, Giuliano Raucci já esteve bem próximo do pódio, em Mugello, terminando na quarta posição e conquistando pontos importantes em seu primeiro ano no automobilismo, estando agora em 11° na tabela de pontos.

 

#28 João Viera em disputa por posição em Ímola, etapa em que chegou em terceiro em uma das provas.

 

Pela Europa, a Renault já avisou as equipes da Formula Renault 3.5 da retirada do seu suporte aos motores do certame. Porém, deverá manter o apoio na formação de pilotos da Formula Renault 2.0 e o recente Troféu RS01, classe de turismo desenvolvida pela Renault Sport, divisão esportiva da fábrica de Viry Châtillon. Apesar de certa surpresa, não parece ser algo a temer quanto ao futuro da categoria principal e do World Series como um todo. Afinal, Jaime Alguersuari (sim, nome comum nos últimos anos... mas não falo do piloto, mas do pai deste) com a sua empresa RPM Racing (outrora RPM Comunicações) iniciou os trabalhos deste campeonato em 1998 e há o interesse de retomar o controle da organização do evento, cedido a Renault Sport em 2005, ano em que os franceses substituíram (como marca) a nipônica Nissan, sua sócia.

 

Na história da World Series, nomes importantes foram campeões, tais como: Marc Gené (1998), Fernando Alonso (1999), Ricardo Zonta (2002), Heikki Kovalainen (2004), Robert Kubica (2005), Kevin Magnussen (2013) e Carlos Sainz Jr. (2014). Além deste, outros pilotos se sagraram campeões na versão 2.0, como Kamui Kobayashi (2005), Valteri Bottas (2008) e os postulantes a futuras vagas na F1, hoje correndo na GP2 Stoffel Vandoorne (2012), piloto da academia da McLaren e o francês Pierre Gasly (2013), do programa de jovens pilotos da Red Bull. Tal o currículo histórico e atual da categoria a coloca como concorrente direta, por vezes superior, as competições da GP2 e GP3.

 

Ricardo Zonta em ação, quando conquistou o título do World Series em 2002.

 

Agora, por que neste espaço que serve para divulgar os brasileiros pelas pistas do mundo, venho lançar este assunto? Simples, porque o caminho pelo World Series tende a ser menos dispendioso e com mais frutos para a carreira de jovens pilotos, assim como no ano passado a Seletiva Petrobrás de Kart proporcionou testes de pista com monopostos da equipe Koiranen, uma das principais nas categorias de base europeia, por onde passaram Kimi Raikkonen, Valteri Bottas e Daniil Kvyat, nomes atualmente na Formula 1. Além das categorias na World Series, outras de monopostos seguem sendo importantes para o desenvolvimento de pilotos no continente europeu, sobretudo. Outras diversas existiram ao redor do globo, como aqui mesmo no Brasil, na qual Allam Khodair, Sergio Jimenez e Felipe Lapenna foram alguns dos campeões, e hoje atuam na Stock Car.

 

Allam Khodair liderando pelotão da finada Formula Renault 2.0 Brasil, em 2003.

 

Na atual temporada, o Brasil é representado na Renault 3.5 por Bruno Bonifácio (21°) e Pietro Fantin (9°), ambos na Draco International e chefiados por Guto Negrão. Na última etapa, realizada no Red Bull Ring em 12 de Julho, Bonifácio enfrentou problemas e não pontuou, enquanto Fantin conquistou sua melhor posição final, ao cruzar em 4° na corrida 2. Na 2.0 temos a presença Thiago Vivacqua na JD Motorsport e Bruno Baptista na referida equipe anteriormente, a finlandesa Koiranen. Baptista está em seu segundo ano no automobilismo, sendo no passado campeão da Formula 4 Sudamericana, mas na atual temporada não atingiu o top10 e marcou seus primeiros pontos, mas em breve o talento do jovem brasileiro levará seu bólido a zona de pontuação. Enquanto isso, Vivacqua está em 14° no campeonato e marcando pontos em 3 das 7 corridas até aqui, além de ser o 5° na Renault ALPS, formada a partir da Formula Renault da Europa Central/Suiça e Italiana.

 

Thiago Vivacqua percorrendo o traçado da tradicional pista de Spa-Francochamps.

 

Apesar do receio de nova onda de mudanças nas categorias apoiadas por montadoras e a crise ainda causando reflexos na economia mundial, desmanche como já vimos e podemos forçar um pouco a memória com a própria Renault, BMW, Chevrolet entre outras, pode não ser o caso da World Series e as demais F-Renault. A reunião para definir o futuro da categoria será em 30 de julho, mas escrevo esta matéria antes logo só posso me ater ao que tenho visto hoje. Se visse o futuro, acertava a Mega-Sena... Mas... ao que tudo indica, as equipes estão inclinadas positivamente para seguirem no campeonato em 2016, mantendo suas bases e estruturas. Agora, quanto aos motores a equiparem a 3.5, posso deduzir que volte a ser da Nissan, afinal as duas montadoras mantém firme aliança desde o século passado, para melhorar a sinergia de ambas, e a marca japonesa está voltando ao WEC, trabalhando com protótipos e a World Series poderia ser um bom campo de prova para seus motores e tecnologia.

 

Saudações, agora em São Paulo.

 

Fabiano Esteves.