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Brasileiro na ponta da tabela, cavaleiro solitário e outras histórias. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 28 August 2015 14:26

Chegando ao final das férias de Agosto na Europa, vamos dando prosseguimento a temporada 2015 no automobilismo. Se bem que fora da F1 e algumas poucas, os motores seguindo roncando pelo mundo. Em um mês marcado pela decisão do título da Indy, outro fato marcante poderá mudar os rumos de projetos dos monopostos: a morte do gentleman Justin Wilson, vítima de fatalidade das que se diz que apenas o destino assim quis, afinal não é sempre que algo cai exatamente em cima de um capacete, na vertical, em um carro a 300 km/h ... mas, este assunto será abordado em outra coluna do Nobres do Grid.

O esporte a motor é responsável por grandes emoções. Geralmente alegrias, as vezes dor. Mas não vamos deixar que as perdas ofusquem a paixão pelo esporte, afinal até no futebol tem jogador deixando estes campos enquanto cortava uma árvore ... Vamos as alegrias e reflexões. Na Formula 4 Sulamericana o nome da vez é Pedro Cardoso. Ou seria mais uma vez? Já perdi a conta das vezes que mencionei este jovem promissor brasileiro, apoiado pela Shell e Raízen. Fato é que o garoto tem mandado muito bem pelos circuitos do Cone Sul, e conquistou sua terceira vitória na temporada em Córdoba (Argentina), mantendo a liderança e vantagem para Juan Casella (Uruguai). O terceiro colocado é um piloto de nacionalidade um tanto quanto sumida das pistas nos últimos anos: o Peruano Rodrigo Pflucker. Ainda faltam 4 rodadas para o fim da temporada, após outras quatro rodadas duplas disputadas, e o título segue em aberto com outro brasileiro podendo aparecer no meio dos ponteiro: Leandro Guedes é o quarto na tabela e venceu uma prova este ano. Fiquem de olho, pois a disputa será boa.

 


Pedro Cardoso recebendo a bandeira em primeiro lugar em Córdoba (Argentina) – Foto: Divulgação

Na Europa, a Formula 4 Italiana voltará a acelerar pra valer em 6 de Setembro, circuito de Adria. Enquanto isso, Giuliano Raucci segue aproveitando as oportunidades e demonstrando seu talento sobre 4 rodas. No kart, é o 9° colocado do Academy Trophy CIK/FIA, certame composto por nada menos do que 47 pilotos de diversas nacionalidades. Na Itália, Raucci é o décimo colocado, a cada prova desbravando circuitos pouco conhecidos e ainda assim conquistando pontos importantes em sua primeira temporada no Velho Continente. Outro a disputar a recente categoria de monopostos italiana, João Vieira é o quarto colocado com 4 pódios em 12 corridas. O Campeão da Seletiva Petrobrás 2012 vem mostrando ao que veio (ou melhor, foi pra Europa), em seu segundo ano na categoria e na mesma equipe, a Antonelli Motorsport. Em 2014 terminou em sétimo e dois pódios.

 


Giuliano Raucci (Prema PowerTeam) em ação na F4 Italiana, no circuito de Vallelunga – Foto: Divulgação

Do lado de cá, a Formula 3 Brasil segue com seus pilotos mostrando serviço e vislumbrando expandir o currículo para o estrangeiro, como é de fato a intenção da categoria. Entre os recentes que atravessaram o Oceano Atlântico, Sergio Câmara tem se desdobrado para conhecer os circuitos tradicionais da Europa e o carro da F3 Européia e, apesar disso, já conquistou o terceiro lugar em Spa-Fancorchamps e no Red Bull Ring. Matheus Leist, vice da F3 Light em 2014, está a competir na MSA Formula, campeonato de F4 inglesa, na qual é o sexto colocado, com vitória em Donington Park e pódios em Brands Hatch, Thruxton e Oulton Park. Na atual temporada, Pedro Piquet segue na luta pelo bicampeonato. Na etapa de Curitiba, mais duas vitórias para o filho do tricampeão de F1, tendo no seu encalço o vice líder Matheus Iorio. Na Light, O mineiro nipônico Igor Fraga conquistou sua primeira vitória, após forte acidente na sexta-feira de treinos (clique e veja), e na prova de domingo mais uma vitória para o líder Guilherme Samaia. Com no mínimo 15 carros na pista, parece que a F3 brasileira anda queimando a língua de quem acreditava na extinção da categoria, após o fim da nomenclatura F3 Sulamericana e corridas com apenas 8 competidores. O Brasil precisa de uma categoria formadora para monopostos.

 


Guilherme Samaia acompanhado de pai, mãe e o troféu da vitória – Foto: P1 Filmes/Glauco Guerin

Na tônica em que terminara o parágrafo anterior, ano que vem é a estreia da Formula Inter, modalidade de monopostos seat and drive, capitaneada por Roberto Pupo Moreno, visando a formação de novos talentos oriundos do kart com baixo custo, mas esta categoria abordarei mais pra frente ...

Dando outra guinada na tela do Radar, voltemos os olhos sobre a terra do Tio Sam. O ano é 1998 e Alex Zanardi é campeão da ChampCar com indiscutíveis 7 vitórias em 19 corridas, e a Chip Ganassi faz dobradinha na tabela com o vice de Jimmy Vasser, com outras 3 vitórias. Apesar de nenhuma vitória, os brasileiros somaram 7 pódios, com uma legião formada por Hélio Castroneves, Gil de Ferran, Christian Fittipaldi, Mauricio Gugelmin, Tony Kanaan, André Ribeiro, Gualter Salles e Roberto Pupo Moreno. Era o ano de estreia de Tony e Helinho, respectivamente campeão e vice da Indy Lights em 1997. No ano seguinte, outro brasileiro conquistaria novamente o título na categoria de acesso, o mineiro Cristiano da Matta. E outros brasileiros tomaram partido do campeonato, sendo eles Felipe Giaffone, Airton Daré, Luiz Garcia Jr e Sergio Paese. Ou seja, 1998 tivemos nada menos do que 13 pilotos envolvidos com a categoria máxima de monopostos dos EUA e sua formadora. Destes nomes, Tony Kanaan e Helio Castroneves escrevem suas histórias com maestria e vitórias no currículo, arrebatando incontáveis fãs pelas terras do norte da América, e fora delas.

 


Tony Kanaan (Tasman) em seu ano de estreia na ChampCar/CART – Foto: Peter Burke

Mas, pera aí. Esta coluna é para falar sobre os brasileiros que estão ao redor do planeta competindo nas diversas categorias. Porque raios um relato histórico? Simples. Estamos em 2015, e ao olhar para IndyCar, encontramos apenas dois brasileiros. E são dois da relação de nomes do parágrafo anterior, ambos com 40 anos! Nada contra a idade, é óbvio que os experientes brasileiros são deveras prestigiados por lá e dão baile nos mais jovens, mas a questão é a falta de novos nomes competindo regularmente e ausência na Indy Lights. Em uma das principais categorias do mundo, e suas divisões de acesso, o ano de 2015 não conta com com tanto nomes para renovação nos próximos anos.

 


Victor Franzoni pilotando na Pro Mazda, no oval Lucas Oil Raceway – Foto: Glenda Lacer

Nelsinho Piquet chegou a disputar a etapa de Toronto, na qual cravou a pole position mas foi envolvido em acidentes. Victor Franzoni terminou em segundo na USF200 Winterfest, espécie de abertura de temporada do primeiro degrau do Road to Indy, venceu duas de cinco corridas e por pouco não levou o título. Na temporada regular, venceu uma e em outra foi ao pódio, em seis etapas. Uma mudança interessante no meio do jogo, subindo o brazuca para a Pro Mazda, o segundo degrau. Apesar de pegar o bonde andando, Victor marcou presença no top-10 todas as vezes em que completou as provas, além de 3 top-5 e muito perto de subir ao pódio. Toda sorte para o único brasileiro presente entre as 3 categorias de acesso a IndyCar Series. Resta saber o que houve para a redução drástica de pilotos brasileiros por lá... A crise econômica mexeu, e tem reflexos ainda, em diversas economias. Na Europa também. No próximo mês abordaremos esta questão e as novas categorias a surgir pelo país e o mundo, quiçá pela galáxia também.

Saudações, agora em São Paulo.

Fabiano Esteves

 


Last Updated ( Friday, 28 August 2015 14:45 )