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Até onde vale o risco? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 03 September 2015 01:02

Caros Amigos, estamos nos aproximando do GP de Monza, na Itália, que – insanamente – em breve pode ficar fora do calendário da Fórmula 1 para dar lugar a algum local sem expressão e/ou tradição no meio automobilístico em troca dos milhões pela qual a avidez do Sr. Bernie Ecclestone tem corrido.

 

Contudo, um outro fator está gerando preocupações mais imediatas: os pneus Pirelli e sua capacidade de resistir aos esforços aos quais são e serão submetidos, considerando-se as possibilidades de estratégia e a integridade física dos pilotos.

 

Dentre os atuais circuitos da categoria, reserva-se à pista do mítico autódromo italiano ter os pontos onde os carros da Fórmula 1 atingem a maior velocidade. No ano passado, os carros chegaram aos 370 Km/h antes da freada para a chicane no final da reta dos boxes. Este ano, pode ser mais alta.

 

O que tem gerado um ambiente pesado – e extremamente político – nos bastidores e a repercussão das palavras de Sebastian Vettel em contraponto com a postura do Diretor Esportivo da Pirelli, Paul Hembery.

 

Logo em seguida ao final da etapa belga do campeonato, o dirigente inglês declarou que a Ferrari teria ido além do limite do pneu e que qualquer pneu do mundo, quando chega ao final de sua vida útil, alguma coisa como aquela poderia acontecer, dando a entender que a Ferrari errou ao pensar que fazer uma estratégia de uma parada era plausível. Era uma corrida de duas paradas, a maioria considerava três.

 

Do potro lado, um furioso Sebastian Vettel dizia que poderia ter morrido caso aquele pneu tivesse estourado alguns metros antes, no contorno da Eau Rouge. O tetracampeão cobrou explicações da Pirelli e disse que não foi um “simples furo” de pneu, mas uma explosão do mesmo, diferente do que ocorrera com Nico Rosberg nos treinos da sexta-feira e que pneus explodirem não é aceitável. No fim, eles vão dizer que foi um erro de construção ou que um detrito furou o pneu...

 

Teria o alemão uma bola de cristal ou as desculpas da Pirelli estão ficando tão repetitivas que não é difícil saber como eles reagirão?

 

A Pirelli acabou se desdizendo quando, por meio de um infográfico, indicou que os pneus poderiam durar até 40 voltas (o jogo de pneus da Ferrari de Sebastian  Vettel estava com cerca de 30 voltas de uso). Isto nos leva a uma futura declaração da empresa italiana com um pedido de desculpas (com todos à mesa e “em casa”) para estes dias que antecedem o GP da Itália, que será fundamentado na sua “investigação interna”.

 

Por outro lado, a Associação dos Pilotos, que é presidida por um ex-piloto ou, se preferirem, um piloto que não está em atividade na categoria – Alexander Wurz – veio com “panos quentes”, pedindo calma para evitar que as críticas fossem feitas publicamente. Sebastian Vettel faz parte da diretoria da comissão e não quis conversa, colocando uma declaração em seu site oficial foi colocada dizendo que a Ferrari “não tinha de ser culpada” pelo caso.

 

Todos nós que acompanhamos a Fórmula 1 sabemos qual é o “objetivo” da Pirelli fazer pneus que se degradem com mais velocidade do que um pneu deveria: para “dar mais emoção” as corridas, forçando os piloto a trabalhar o uso destes pneus para que eles sejam eficientes dentro de uma faixa de durabilidade e atendam às estratégias montadas pelas equipes.

 

Este ano houve uma aproximação da FOM com a fabricante francesa Michellin, para que esta voltasse a fornecer pneus para a Fórmula 1. Contudo, diante das colocações técnicas apresentadas para os franceses, a resposta do Diretor-Técnico da marca francesa, Nicolas Groubert foi categórica:

 

“Um dos elementos chave para a marca Michelin é a longevidade do produto. Toda vez que entramos em uma corrida, tentamos ter a melhor relação possível entre aderência e longevidade. Na MotoGP, vamos fazer o que pudermos para ter a volta mais rápida na última volta da corrida”.

 

O dirigente reiterou que havia um enorme interesse da Michellin em voltar à Fórmula 1, mas não com as regras atuais e muito menos com o que foi pedido para a fabricante de pneus fazer. Ainda segundo ele, tal tipo de produto (pneus que se degradam rapidamente) é exatamente o oposto do que a Michellin quer mostrar aos seus clientes e a Michellin de jeito algum irá fazer isso.

 

Em um ano em que perdemos dois pilotos em categorias top vítimas de acidentes, com uma questão delicada como esta que se apresentou em Spa-Francorchamps, não posso deixar de questionar: até onde vale o risco do espetáculo?

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva