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A Ética no Esporte! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 04 November 2015 21:06

Caros amigos, a questão da ética no esporte foi exposta de forma dura e violenta no último final de semana. Quem assistiu a corrida de Martinsville deve ter ficado horrorizado – ou revoltado – com o que viu ao longo das voltas naquele pequeno oval que em nada me emociona ou estimula ficar por tantas horas diante da televisão.

 

Uma coisa que ficou muito clara é que os pilotos são pessoas rancorosas e que, em tendo uma oportunidade de dar o troco em um concorrente devido a uma situação na qual se sentiu prejudicado, parece que o cérebro “trava” e o instinto animalesco aflora com a violência de uma erupção vulcânica.

 

Matt Kenseth e Joey Logano protagonizaram, no intervalo de duas semanas o que de pior podemos ver no automobilismo e para nós, que vimos as atitudes de Alain Prost, Ayrton Senna e Michael Schumacher na Fórmula 1, tais atitudes pareciam ser algo distante do automobilismo norte americano, em especial na NASCAR, onde o competitivo ambiente de corridas com mais de 40 carros na pista, mesmo onde os toques fazem parte do jogo, estes eram algo limitado a um “vai mais para lá que eu vou passar” e não um “vai dar um beijo no muro, vai”.

 

Acho que o atual formato do ‘Chase’, a parte final do campeonato, onde os pilotos passaram a ser eliminados da disputa em partes, com apenas alguns chegando na disputa final está servindo como combustível para ações mais duras e reações como foi o caso do ocorrido em Martinsville.

 

Dois domingos antes, na corrida do Kansas a disputa entre os dois (Kenseth e Logano) acabou em troca de tintas quando faltavam apenas 5 voltas para o final da corrida. Logano tocou na traseira do carro de Kenseth, visivelmente mais lento e que “dançava” na sua frente, mudando a trajetória e bloqueando o adversário, o que na NASCAR não é proibido como é na Fórmula 1. O vídeo da NASCAR pode ser visto aqui para que o estimado leitor possa tirar suas próprias conclusões.

 

Já o episódio de Martinsville não se tratava de uma disputa. Joey Logano liderava e Matt Kenseth era retardatário (o que na NASCAR é diferente, sem haver a “bandeira azul” para que estes abram passagem). Kenseth abriu caminho para Logano e acelerou depois, sendo nítido que ele buscou o acidente de forma intencional como podemos ver aqui.

 

Ao contrário do que costumava fazer em outras situações, a NASCAR decidiu agir de forma dura e correta, punindo Matt Kenseth com a suspensão de duas corridas por ter atingido de forma deliberada o carro de Joey Logano, que mesmo tendo ficado de fora da corrida em Martinsville, está garantido para a próxima etapa do ‘Chase’, mesmo com a próxima corrida ainda contar para a fase atual.

 

No caso de Matt Kenseth, como o campeonato deste ano “já terminou”, a punição acaba sendo não tão dura como parece. Duro seria se a punição fosse, por exemplo, para as duas primeiras corridas de 2016. Certamente tal medida faria com que todos os pilotos passassem a olhar de forma diferente para a lataria dos outros carros.

 

A cena protagonizada por Matt Kenseth não foi a única na corrida. A piloto Danica Patrick buscou, deliberadamente, revidar aquilo que ela considerou ter sido um toque intencional por parte de David Gilliand. Ela tentou revidar a batida, mas errou na dose e acabou sendo mais prejudicada do que o adversário. Não satisfeita, esperou Gilliand completar mais uma volta e buscou atingir o adversário. Ainda assim, acabou se dando mal... tanto na pista, como mostra o vídeo, como junto a direção da categoria, que a puniu com uma multa de 50 mil dólares e a perda de 25 pontos.

 

Imaginemos que esta moda de “revide” venha a se tornar uma prática comum no automobilismo e que casos de Ayrton Senna e Alain Prost no GP do Japão em 1990 (claro revide ao ocorrido em 1989) chegue a extremos? Muitos viram isso no que aconteceu entre Kimi Raikkonen e Valteri Bottas no GP do México. O problema é que, no caso de um Fórmula, o piloto está muito mais exposto.

 

Com o clima pesado que está dentro da equipe Mercedes depois do “episódio do boné”, e do “é mais seguro trocar os pneus” nas duas últimas corridas, a atmosfera explosiva dentro da equipe alemã pode perfeitamente levar a uma ação mais grave como já ocorreu entre Nico Rosberg e Lewis Hamilton no ano passado, quando os dois conseguiram perder o GP da Bélgica.

 

Se os pilotos não conseguem seguir uma ética no esporte, cabe às autoridades impô-la!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva