Olá leitores! Neste domingo chegamos à metade da primeira grande competição automobilística do ano, o Rally Dakar. Dia de descanso para os pilotos, dia de tentar consertar o que for possível nos carros para as equipes, e para nós, fãs de esporte a motor, momento de venerar a belíssima competição que estamos presenciando. Vocês, leitores, acreditam em extraterrestres? Eu não só acredito, como sei que dois deles estão liderando o rali na categoria carros. Temos o ET Stéphane Peterhansel, múltiplas vezes vencedor do Dakar - seja em motos, seja com carros - em segundo lugar na classificação, e temos o ET Sébastien Loeb, o mago do WRC, o homem que chegou em 2º nas 24 Horas de Le Mans com um carro e equipe muito inferior à poderosa equipe Audi (vencedora da edição em questão), na liderança provisória do rali. Loeb nunca deixa de me surpreender. OK, ele deitou e rolou no WRC... mas os carros do Dakar são significativamente diferentes dos de WRC, e logo em sua primeira participação ele já apresentou as credenciais e chegou impondo a sua fenomenal qualidade sobre os demais. A primeira especial foi cancelada por conta das torrenciais chuvas que se abateram sobre a Argentina, mas depois disso ele venceu na 2ª feira, 3ª feira e 5ª feira, com Peterhansel vencendo 4ª feira e 6ª feira, e o experiente Carlos Sainz, "El Matador", aquele que tinha o maior número de vitórias no WRC até o aparecimento de Loeb, venceu no sábado. Até agora, apenas pilotos da Peugeot venceram, mostrando o quão acertadas foram as mudanças no carro do ano passado para esse, e o acerto da opção de montar um "dream team" de pilotos para essa edição (a equipe só contratou pilotos que não entendem nada do riscado: Sébastien Loeb, Stéphane Peterhansel, Carlos Sainz e Cyril Despres, ainda um iniciante nos carros mas com longa experiência nas motos). Por enquanto o chefe da equipe nega qualquer possibilidade de ordens de equipe, mas... vamos ver até o próximo domingo. Todos nós já conhecemos esse tipo de coisa, e a partir do momento em que a equipe não se veja mais ameaçada pelos Mini de Nasser Al-Attiyah (4º colocado) e Mirko Hirvonen (5º colocado), esperemos qual será a atitude da equipe. Falando em brasileiros, a dupla Spinelli/Haddad abandonou dia 05, com problemas de superaquecimento, e o sonho de terminar a competição também chegou ao final para os brasileiros Wagenfuhr/Kravtchenko e Souza/Fiúza. Por enquanto, apenas a dupla Franciosi/Gugelmin permanece na prova, no último Mitsubishi ASX sobrevivente. Na categoria motos, nosso único representante não teve sorte: na primeira especial (04/01), já sofreu um tombo que lhe rendeu dores nas mãos, braços e costelas, e danificou o tanque de combustível, jogando-o para atrás da 100ª posição na classificação. Dia 06/01, já estava num "promissor" 96º lugar. Acontece que o piloto que deveria ser o responsável pela "assistência rápida" (o que leva peças - ou as cede da própria moto - para os principais) está com um desempenho excelente, e estava em 2º lugar na categoria. Assim sendo, quando o companheiro Javier Pizzolito precisou de outro radiador para sua moto, coube ao brasileiro (que estava em péssima colocação) fornecer a peça, durante a especial que ia de Jujuy (Argentina) para Uyuni (Bolívia, onde tem o famoso Salar de Uyuni). Fim da linha. A categoria motos, até então, tem a liderança do francês Antoine Meo (KTM), com o argentino Kevin Benavides (Honda) em 2º lugar e o português Paulo Gonçalves (Honda) em 3º. Nos quadriciclos, outro azar brasileiro: Marcelo Medeiros, que estava na vice liderança da categoria em sua estréia na competição, levou um tombo e quebrou a clavícula. Um fotógrafo bem posicionado conseguiu fotografar o tombo, e ele deu sorte de ter sido apenas a clavícula que quebrou. A liderança provisória está com os irmãos argentinos Patronelli, Alejandro em 1º e Marcos em 2º, com o russo Sergey Karykin em 3º lugar. Entre os caminhões, para enorme surpresa desse vosso colunista, a liderança na Geral NÃO está com algum dos caminhões do esquadrão Kamaz. Sim, o líder até o momento é o trio holandês Versluis/Pronk/Arthur, com MAN, seguidos pelo trio De Rooy/Rodewald/Torrallardona (Iveco) em 2º lugar. Apenas em 3º lugar aparece o primeiro dos Kamaz, com o trio Mardeev/Belyaev/Svistunov. Talvez a menor proporção de dunas no trajeto desse ano tenha algo a ver com isso, mas para mim essa situação é surpreendente. Esse final de semana também é um momento de adeus: faleceu no sábado, aos 89 anos, a italiana Maria Teresa de Fillipis, primeira mulher a participar do Campeonato Mundial de F-1, com 3 participações em 1958, os GPs de Portugal, Itália e Bélgica. Com as regras atuais, teria marcado 1 ponto na carreira, por chegar em 10º no GP da Bélgica, disputado naquele velocíssimo Spa-Francorchamps de 14 km de extensão da época. Até a próxima! Alexandre Bianchini |