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Written by Administrator   
Sunday, 17 January 2016 11:57

Olá leitores!

 

Vos escrevo aqui de Bauru, cidade que nos presenteou com o Airton Daré, que chegou a correr na IRL entre 2000 e 2006, pelas equipes TeamXtreme, Foyt e Sam Schmidt Motorsports, estreante do ano da IRL em 2000, tendo vencido em 2002 a corrida no oval de Kansas pela equipe de A. J. Foyt com uma ultrapassagem na última relargada sobre o bicho papão da IRL, o Sam Hornish Jr.. Vim rever amigos da época da faculdade em meu período de férias.

 

Mas o assunto da coluna não é esse. Meus caros leitores, eu tento ser legal, ser mais zen, tranquilo, não sair criticando as coisas que vejo por aí... mas o resto da população não coopera. Especificamente a população vinculada ao automobilismo não está cooperando nem um pouco para eu me tornar uma pessoa menos estressada.

 

Começando com a FIA. Vendo o calendário definitivo para 2016, encontramos o GP do Canadá dia 12/06, e dia 19/06 (mesmo dia da chegada das 24 Horas de Le Mans) o GP do... Azerbaijão. Sim, o pessoal vai correr no Canadá, empacotar tudo rapidinho e ir correr na semana seguinte no inexpressivo Azerbaijão, país que com o dinheiro do petróleo montou uma competente equipe de ciclismo que participa das voltas européias de ciclismo de estrada (Giro d'Italia, Tour de France, Vuelta de España...), e montou um circuito de rua onde já passaram a Blancpain Series e o WTCC. Mas F-1 merecia algo melhor, e as equipes mereciam uma semana a mais para fazer a viagem e adaptação ao fuso horário. Vejamos: Montréal está 5 horas atrás do horário de Greenwich, e Baku 4 horas à frente. Em uma semana, é pauleira. Até porquê a corrida seguinte é na Áustria, menos da metade do caminho entre Montréal e Baku, e com uma diferença de fuso horário bem menor (apenas 1 hora à frente de Greenwich). E aí tem 2 semanas de espaço entre uma e outra. Meio sem sentido, não é? A não ser que minha teoria conspiratória a respeito do medo do Mau Velhinho com o crescimento do WEC esteja certa. Afinal, os grandes fabricantes estão lá para desenvolver seus híbridos (Audi, Porsche, Toyota...), inclusive o tipo de hibridismo de trem de força aplicado no WEC é muito mais aplicável nos carros do dia a dia do que aquele adotado pela F-1.

 

Outra coisa que não costumo aceitar bem é a "briga" da Stock Car com a Truck. Vamos analisar friamente: quantas etapas tem uma categoria nacional? 12, no máximo. Fosse a NASCAR e suas 36 corridas em 52 finais de semana do ano, OK, eu entendo perfeitamente... mas não dava para fazer um agendamento de provas evitando a coincidência de datas entre as duas categorias? Afinal, desculpem, mas uma parte razoável do público que acompanha uma também acompanha a outra, e isso seria melhor para o público e PRINCIPALMENTE para os PATROCINADORES (vamos ver se em caixa alta eles entendem, se é que lêem essa coluna), que são aqueles que SUSTENTAM as duas categorias. Sem a coincidência de datas, o público poderia acompanhar melhor e os patrocinadores de ambas apareceriam para um maior número de pessoas... eu ouvi chefe de equipe de Stock reclamando que tem patrocinador reclamando da falta de retorno da Stock Car em relação ao investimento efetuado. Acredito que na Truck devam existir equipes também com dificuldades econômicas. Que tal as cabeças pensantes de ambas se sentarem e discutirem como pessoas adultas e civilizadas um calendário sem concomitância de datas? OK, em alguns casos pode ser mais difícil: Interlagos, por exemplo, tem que ver se as datas das corridas não vão coincidir com algum show de música eletrônica, missa a céu aberto ou track day, que parecem ser as atuais prioridades da "administração" do autódromo (que, espero do âmago do meu ser, sobreviva a 2016 e tenha uma administração COMPETENTE em 2017, sob novo alcaide). Mas creio que com 20% de boa vontade seja possível um acordo bom para ambas as partes.

 

Saindo disso, a temporada de línguas afiadas que ocorre antes do começo dos campeonatos continua interessante. O Kubica declarou que vai correr o Rali de Monte Carlo mas não tem planos para o restante da temporada, podendo fazer corridas esporádicas no segundo semestre. Ainda deve estar procurando uma maneira de morrer pilotando alguma coisa... se eu fosse ele, tentaria ir para os EUA, lá ele pode encontrar algumas opções interessantes para atingir esse objetivo. Outra piada boa foi o consultor técnico da Red Bull, aquela simpatia de pessoa chamada Helmut Marko, dizer que a Renault "deveria esquecer a equipe própria e concentrar suas forças na Red Bull". Ora, só pode ser uma demonstração de humor austríaco: a Red Bull passou 2014 e 2015 inteiros reclamando da Renault, dizendo abertamente que adoraria ter "um motor competitivo" nos carros, e agora solta essa? Como diria Joel Santana, "Tá de brinqueichon with me"? Depois de velho, o Helmut resolveu virar comediante, só pode ser. E o Pat Symonds, da Williams, está batalhando para conseguir cidadania brasileira: já está reclamando que 2016 vai ser muito agitado, que vão ter que desenvolver o carro desse ano, o do ano que vem (afinal, o regulamento muda completamente...) e que seria muito bom adiar as mudanças para 2018. Eu completaria que, se for adiado, em 2017 ele pede adiamento para 2019... está bem encaminhado, meu caro, afinal não há melhor momento que esse ano para adiar para o ano que vem o projeto daquele carro campeão que provavelmente a Williams não construirá nunca mais...

 

E já tivemos a primeira corrida de longa duração do ano, as 24 Horas de Dubai, abrindo a temporada 2016 do International Endurance Series, com domínio dos Audi R8 LMS, 4 carros entre os 10 primeiros (P1-P3-P5-P7), seguidos dos Mercedes SLS AMG GT3 (P2-P4-P6).

 

Encerrando a coluna com um minuto de silêncio para a crônica da morte anunciada, ou seja, o anúncio oficial que o Autódromo dos Pinhais vai desaparecer mesmo. O fim já foi anunciado diversas vezes, inclusive com ótima matéria publicada aqui mesmo no site dos Nobres do Grid, mas não deixa de ser triste ver mais uma pista encerrando suas atividades. Enquanto isso, nuestros hermanos argentinos, mesmo com sua crise econômica muito mais séria que a nossa, continuam tendo muito mais público e autódromos do que nós, inclusive pistas construídas nesses anos de profunda crise. Viva la Argentina y el pueblo argentino!!!

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini