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Que o esporte vença sempre! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 06 March 2016 23:44

Olá leitores

 

A semana automobilística teve durante a semana os testes coletivos da F-1 na chatíssima pista de Barcelona, o carrossel da NASCAR cantou “Viva Las Vegas” com algum sósia do Elvis Presley, e começou a temporada da Stock Car se despedindo do ótimo autódromo de Curitiba com a prova de duplas.

 

Vamos começar com os testes da Fórmula 1: tenho por tradição não dar importância para esses testes, pois na verdade o pessoal está lá para verificar se aquelas soluções que pareciam corretas no CAD-CAM são corretas na vida real, se o novo motor está funcionando em parceria com o chassis, uma série de outras coisas que na verdade tornam os tempos obtidos não necessariamente fidedignos. Para os mais jovens ou aqueles com memória falha, nos anos 80 a Ferrari sempre era a equipe mais rápida dos testes pré-temporada, e quando chegava na hora do “vamos ver” acabava sendo superada por outras equipes. Portanto, o que chamou a atenção não foram os carros que apareceram (o carro da Sauber foi oficialmente apresentado, e esperemos que tenha nascido bem como nasceu o do ano passado e que a equipe não tenha que pagar nenhuma indenização milionária que afete sua capacidade de desenvolver o carro durante o ano), mas o teste do Halo, feito pelo Kimi Räikkönen. Halo? Sim, o nome da proteção para a cabeça do piloto que a Mercedes inventou e a FIA se empolgou. Olhando o carro, parece que ele está com as tiras das Havaianas sobre o cockpit. Além de atrapalhar a visão, feio, feio, muito feio demais da conta. Conseguiu ser mais ridículo que o bico em degrau. Nenhum dos pilotos aprovou aquela aberração sobre o cockpit. Eu ainda acho que uma cobertura estilo avião de caça com material à prova de balas daria muito mais certo do que essa... “coisa”, mas por enquanto a FIA não quer saber de cockpit fechado. Até acho que não precisa ser fechado, se tiver uma abertura que permita a entrada e saída do piloto já resolve 90% dos casos de alguma coisa voando em direção ao piloto, mas... Para terem uma ideia, nem o pai do Jules Bianchi achou que as tiras de sandália de dedo iriam proteger a cabeça do filho. Se nem ele, que tem todos os motivos do mundo para defender uma proteção de cabeça, foi a favor, imagine os próprios pilotos... Espero sinceramente que essa ideia não vá adiante.

 

Aqui no Brasil a temporada da Stock Car começou com a festiva corrida de duplas, e sob a mancha de uma denúncia publicada na grande imprensa sobre dois comissários de pista da CBA que teriam intencionalmente prejudicado dois pilotos (Cacá Bueno e Thiago Camilo) por serem os dois “mais encrenqueiros” da categoria – na visão deles. Não vou entrar no mérito da questão, a CBA tem total competência para analisar o caso e aplicar as punições necessárias, apenas acho que esses dois devem procurar outra coisa para fazer em suas vidas (dirigir para o Uber, por exemplo) e repetir a minha opinião: regulamento técnico tem que ser simples, regulamento esportivo mais ainda – afinal os pilotos dentro dos carros sabem mais do que quem está fora o que acontece na pista – e a tecnologia deve ser cada vez mais usada para fiscalizar, pois o ser humano, principalmente o ser humano sul americano lusófono, é passível de erros. Não adianta, nunca seremos alemães. Então, que tenhamos regras simples, fáceis de serem fiscalizadas, e que a tecnologia seja utilizada para fiscalizar e punir aqueles que forem merecedores de punição. Essa é uma categoria de topo, possui os meios para “vigiar” o que os pilotos fazem por meios tecnológicos. Em contrário, acontece o que aconteceu com o Augusto Farfus, que acabou acertando a traseira de outro piloto quando este levantou o pé por causa do carro que saiu da pista na sua frente e estava retornando ao traçado, e os comissários o puniram por um choque não intencional. Esse tipo de punição precisa acabar, pois ele tinha grandes chances de chegar ao pódio, e foi prejudicado por uma interpretação errada dos comissários sobre um regulamento esportivo que prevê punição para quase tudo, mais rigoroso até que algumas categorias de fórmula. E esse foi apenas um dos casos, podemos encontrar vários casos de excesso de preciosismo dos comissários em diversas outras provas nos anos anteriores. Enfim, infelizmente não sou eu o responsável por escrever os regulamentos, só o que posso fazer é lamentar.

 

Mas voltando ao que interessa: a corrida. Quando os carros são muito semelhantes, o talento sempre vence, e isso ficou demonstrado no pódio, com o carro campeão do ano passado largando em 5º e terminando em primeiro, pilotado por Marcos Gomes/Antônio Pizzonia, em segundo chegando o carro de Allam Khodair, que fez dupla com o excelente português Antonio Félix da Costa, e em 3º o carro com o experiente campeão Ricardo Maurício e o ótimo jovem talento Guilherme Salas, que suportou por bom tempo e duelou a sério com o português, piloto do DTM e da F-E, que não está na F-1 pois apareceu o Kvyat para tomar aquela vaga na Toro Rosso que quase todos os especialistas diziam que seria dele. Isso diz muito a respeito do rapaz. Apresentação de gala foi a da dupla Átila Abreu e Nelsinho Piquet, largando em último lugar e chegando em 6º lugar. Outro piloto que foi punido pelos comissários, mas dessa vez após a prova, foi o Felipe Fraga, que tinha feito um ótimo 4º lugar e os comissários enxergaram “atitude antidesportiva” na ultrapassagem dele sobre o Daniel Serra. Tempo final acrescido em 20 segundos, despencou de 4º para 16º... acho que como dizia um dos temas dos quadrinhos do Watchmen, “who watches the watchmen?”, quem vigia os vigilantes? Agora, o mais difícil de tudo foi aguentar a narração versão 2016: eu sei que um dos grandes malefícios que o Galvão Bueno fez à nação foi passar a ideia de que para ser um narrador de sucesso você tem que ser “engraçadinho” (entre aspas mesmo). E o narrador do SporTV, desgraçadamente, ficou repetindo algumas vezes na narração que para o piloto naquele momento da corrida “tá tranquilo, tá favorável”. Muita, muita vontade de responder para ele como naqueles memes com a Dercy Gonçalves o que é que estava tranquilo e favorável... sei que o brasileiro tem uma predileção toda especial por música ruim, mas vá fazer isso em narração de futebol, de desfile de escola de samba, não em transmissão de automobilismo. Que lástima, que lástima...

 

E agora falemos de NASCAR: no sábado Kyle Busch ratificou sua fama de “rei do sabadão”, vencendo a etapa da Xfinity Series sobre o companheiro de equipe, o bom mexicano Daniel Suárez, que ficou em 2º, e sobre Erik Jones, 3º colocado que fez uma mega corrida, pressionando Buschinho no começo da prova, depois recebeu uma punição por excesso de velocidade nos boxes por ocasião da primeira série de pit stops, chegou a estar 2 voltas atrás e se recuperou. Mostrou a razão de ter sido campeão da Truck Series. No domingo, a corrida da categoria principal, e o principal protagonista foi o tempo: largada adiada em 30 minutos por conta da chuva que caiu na região semidesértica, e mais tarde veio tempestade de areia, perto do final da prova. Talvez como efeito dos prêmios Oscar levados pelo mais recente filme do Mad Max esse ano, a direção de prova não mostrou a amarela. Mais uma vez a corrida não foi das mais emocionantes. Presumo que a intenção com esse novo kit aerodinâmico que dá pouca aderência fosse que os pilotos tivessem mais dificuldades com a pilotagem, e que portanto houvesse um maior número de bandeiras amarelas. Engano. O número de bandeiras diminuiu por conta dos pilotos estarem mais cuidadosos, e as corridas perderam em emoção. Após a procissão de costume, o resultado final foi uma dobradinha da Penske, com a vitória do Brad Keselowski e a 2ª posição do Joey Logano. Jimmie Johnson (Hendrick) foi o 3º, Kyle Busch quase sem pneus ainda conseguiu um 4º lugar e fechando o Top-5 veio o Austin Dillon, com o enorme peso de dirigir o carro #3 da Richard Childress.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini