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FR 01: O novo pneu da F. Truck PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Saturday, 30 April 2016 00:18

 

A Pirelli já era a fornecedora de pneus da maioria dos campeonatos nacionais do Brasil e para 2016, avançaram em um novo e bruto território: a Fórmula Truck. o pneu FR:01, que integra o portfólio SERIE 01, da gama de pneus radiais lançada recentemente no mercado brasileiro e produzidos nas fábricas de Santo André, no Estado de São Paulo, e em Gravataí, no Rio Grande do Sul, com processo industrial desenvolvido especialmente para o segmento de transporte.

 

O plano da empresa é substituir gradativamente a sua linha de produtos no mercado como a Série FR. Segundo o portfólio da pneumática italiana, os pneus desta série tem como vantagem a redução de temperatura durante a rodagem, maior durabilidade e diminuição da resistência ao rolamento, quesitos que contribuem para a redução de aproximadamente 2% do consumo de combustível e na busca por três vidas úteis dos pneus.

 

 

Logicamente seu produto foi submetido a exaustivos testes nas mais diversas condições de trabalho antes de ser lançado, mas qual seria a verdadeira “prova de fogo” para um pneu que não o de ser submetido ao limite de esforços e exigência que uma competição equilibrada e acirrada como a Fórmula Truck.

 

Assim como costuma fazer nas demais competições que participa, a Pirelli tem deslocado para os autódromos por onde anda a Fórmula Truck uma equipe de técnicos e analistas para fazer toda a parte de verificações que os seus pneus podem fornecer, distribuídos pelas equipes e sempre trocando informações entre eles para transmitir o maior número de dados que as equipes possam vir a utilizar.

 

 

Mas isso tudo não seria muito se o leitor do site dos Nobres do Grid não ouvisse, com as palavras de alguns dos principais personagens como eles receberam esta mudança, como tiveram que trabalhar para adaptar seus caminhões ao comportamento dos novos pneus e em que isso afetou a guiada dos pilotos. Além disso, como a equipe técnica que está no autódromo tem analisado este novo desafio em suas mãos. Afinal, durante praticamente 20 anos a categoria usou um produto concorrente (Bridgestone)

 

 

Marcio Takimoto – Engenheiro e Gerente de Produtos da Pirelli.

Bom, no ano passado a Formula Truck e a Pirelli tiveram a retomada das primeiras conversas que aconteceram algum tempo atrás e no final de 2015 começamos a analisar se seria viável fornecermos um produto idôneo e dentro das premissas de nosso padrão de qualidade e atingir também neste seguimento este universo de competições. A Pirelli fornece pneus de competição para diversas categorias no mundo com excelente aceitação e reconhecimento.

 

A nossa ideia foi trazer a nossa tecnologia que já é empregue nos nossos produtos de seguimento para ônibus e caminhões, num mercado muito competitivo e onde temos uma fatia na qual pretendemos expandi-la, e apresentar em uma outra vitrine que é a Fórmula Truck esta nova série, a 01, para este mercado consumidor como sendo um pneu que é capaz de resistir aos maiores esforços.

 

Durante o intervalo das temporadas do ano passado e deste ano, nós e a Fórmula truck fizemos testes em dois autódromos com diversos tipos de compostos da nossa gama de pneus. Usamos os circuitos de Santa Cruz do Sul (RS) e Cascavel (PR) para fazer estes testes e usar dois circuitos nos daria mais subsídios, principalmente na análise da resistência e no comportamento da carcaça dos pneus em uma pista como Cascavel, que por suas características, exige bastante em esforços laterais.

 

Com os dados colhidos nestes testes vimos que nosso produto tinha como atender em qualidade à Fórmula Truck como atende os nossos clientes e foi dado o sinal verde para firmarmos este contrato com a categoria.

 

Altair Felix – Diretor Técnico da F. Truck.

Foi uma mudança positiva pelo que vimos nos testes que fizemos entre o final da temporada passada e a abertura do campeonato em santa cruz do Sul. O pneu mostrou ser muito seguro e resistente e a segurança é um fator que tem que ser sempre considerado em primeiro lugar.

 

Nestes dois períodos de teste que fizemos desde o final do ano passado o pneu demonstrou um comportamento excelente, no caso de alguns compostos testados um desempenho bem superior ao que tínhamos anteriormente e foi feita a escolha pelo atual composto, o FR 01, que mostrou-se muito bem nas duas primeiras etapas disputadas, sem que tivéssemos nenhum problema com os pneus durante a corrida.

 

A Pirelli nos ofereceu junto com o contrato de fornecimento de pneus uma equipe completa muito bem qualificada de engenheiros e técnicos para fazer o acompanhamento dos pneus ao longo das etapas e os resultados disso, com a troca de informações e dados da equipe de técnicos para as equipes e para nós tem sido algo de padrão elevadíssimo. Tanto que testamos diversos modelos da Pirelli e na análise de dados chegamos a este composto que está sendo utilizado, que foi o que melhor “encaixou” com o que nós queríamos e o que eles tinham para oferecer. Este pneu tem um padrão de qualidade excelente tanto para a pista seca como para pista molhada.

 

E é bom lembrar que este pneu que usamos nas nossas corridas é o mesmo pneu que o caminhoneiro, que o frotista pode comprar e equipar seus caminhões. As condições que submetemos os pneus aqui, em corrida, dificilmente um caminhão vai sofrer na estrada e se o pneu resiste bem aqui, vai ser uma tranquilidade para quem usá-lo nas estradas e nas cidades.

 

Djalma Fogaça – Chefe e Proprietário da Equipe DF Motorsport.

O pneu mostrou-se muito diferente do Bridgestone em termos de resistência, mas uma coisa foi feita nesses pneus diferente do que vinha sendo feito até o ano passado. Os pneus para a pista seca são lixados, para ficar slick ou perto disso e os pneus que forneceram para as equipes ainda na primeira corrida em Santa Cruz do Sul vieram com os sulcos muito marcados, com diferenças, não estavam “slick”.

 

Isso interfere no acerto, interfere na aderência, interfere na guiada e ninguém pode lixar mais o pneu, fora daqui, para deixá-lo com mais perfornance de pneu slick. Pode ver que os tempos estão mais altos do que no ano passado e o que todo mundo vai fazer é usar o mesmo pneu por várias corridas e quando ele estiver mais lixado pelo uso, ter um parâmetro melhor se for o caso pra comparar.

 

Outra coisa é que está tendo esse acompanhamento da fábrica durante as corridas e a gente vem recebendo as informações e a pressão sugerida para se usar nos pneus. A gente aqui está seguindo a indicação dos técnicos da Pirelli porque ainda precisamos entender melhor o pneu pra ver se podemos fazer alguma coisa um pouco diferente.

 

A gente tá aprendendo. Estamos com dois pilotos novos, o Isgué [Valdir Benavides] e Geraldo [Piquet] que vieram de caminhões grandes e estão se adaptando. Ainda estamos buscando mais chão no trabalho de molas e amortecedores para ver se tiramos mais alguma coisa desses pneus, mas as coisas andam difíceis.

 

Diogo Pachenki – Piloto da Equipe Copacol Truck Racing.

Eu acho que eu dei muita sorte porque meu caminhão se acertou super bem com estes novos pneus da Pirelli. Estamos conseguindo andar no ritmo dos pilotos que lideraram o campeonato do ano passado e isso está sendo muito bom e motivador dentro da equipe inteira.

 

Uma coisa que me chamou atenção foi a durabilidade destes pneus. No ano passado, em um final de semana, usávamos até três jogos de pneus no eixo dianteiro do caminhão e com este novo pneu da Pirelli estamos conseguindo fazer todo o final de semana com os mesmos pneus e sem haver perda de performance.

 

A gente também precisou trabalhar os amortecedores para melhorar a parte de chão do caminhão, mas não foi muita mudança que fizemos. Conversando com o pessoal aí das outras equipes eu sei que eles tem trabalhado bastante e é por isso que acho que eu dei muita sorte. Não tivemos que fazer muita coisa e o caminhão está competitivo.

 

Renato Martins – Chefe e Proprietário da RM Competições.

A Pirelli surpreendeu a todos com este pneu que forneceu para a categoria. Na abertura do campeonato, lá em santa Cruz do Sul, estava sol, calor e todos esperavam que o pneu sofresse um desgaste bem maior do que aquele que constatamos ao final de cada treino e do final de semana, incluindo a corrida.

 

Uma coisa que sempre fazíamos até o ano passado, de uma etapa para outra, que era a troca dos pneus dianteiros, nós fomos pra Curitiba, numa corrida com sol, calor, temperatura alta de asfalto e usando o mesmo pneu! A parte da resistência e durabilidade o pneu mostrou ter mais do que o Bridgestone que usamos no ano passado. Em termos de velocidade, ainda não deu para estabelecer um parâmetro porque estamos num início de trabalho e ainda não usamos muitas variações. Isso vai vir com o tempo.

 

Como o pneu é um pouco mais duro, o comportamento do caminhão como um todo muda e a gente não pode perder o ganho de chão que tínhamos o ano passado. Por isso, em todas as pistas tivemos e teremos muito trabalho de acerto de suspensão, trabalhar na escolha das molas, para poder ter a mesma performance de ponta que tivemos nos anos anteriores.

 

A grande referência vai ser o que lermos ao final de cada corrida, depois de ver o caminhão andando forte por uma hora e daí analisar os dados. Nos treinos a gente para e anda o tempo todo. É na corrida que aparece se fizemos a coisa certa ou a coisa errada e o consumo nessas primeiras corridas foi muito baixo, o que eu acho bom e acaba por fazer a gente se esforçar um pouco mais para continuar andando entre os primeiros.

 

Paulo Salustiano – Piloto da Equipe ABF Mercedes-Benz.

Eu acho que a entrada de uma empresa que está envolvida no automobilismo como é a Pirelli aqui no Brasil e sendo ela a fornecedora de pneus da Fórmula 1 a gente nem precisa falar muita coisa mais. Eles tem muito conhecimento, muita capacidade de fazer um pneu de alta qualidade para qualquer categoria.

 

A gente tem observado a forma como a equipe deles vem trabalhando junto às equipes, junto ao Altair [Felix, Diretor Técnico], com muito comprometimento, sem querer deixar nada faltando para ninguém.

 

Eu fui um dos pilotos que fez testes com os pneus antes da temporada começar. Alguns compostos deixaram o caminhão três segundos mais rápido do que ele era na corrida realizada alguns meses antes, uma coisa surpreendente, mas dentre os compostos ele e a categoria acabou optando por este que estamos usando, que é um pneu de altíssima qualidade, excelente resistência e que se não foi tão rápido, mostrou outras qualidades, como a resistência.

 

Como esse pneu é um pouco mais duro que o pneu que usávamos no ano passado, a gente está “escorregando” mais um pouquinho e isso tem que se acertar dosando o acelerador, mudando um pouco a guiada para fazer a curva, tanto na aproximação como na saída, tem que ter calma com o acelerador, mas em termos de resposta, no cronômetro, ele até surpreendeu e acho que ainda podemos tirar mais dele no decorrer da temporada. Ainda estamos todos aprendendo a lidar com ele.