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Autódromos: Quantidade ou qualidade? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 11 May 2016 21:32

Caros Amigos, no último final de semana, num dos raros almoços de família que meu primo Mauricio consegue participar por ser corretor de imóveis e domingos serem os dias de plantões e lançamentos de novos empreendimentos, falamos sobre o nosso futuro autódromo em Curvelo e, conversa vai, conversa vem, a prosa saiu de Minas e espalhou-se para os outros autódromos do país.

 

Quantos autódromos temos hoje, em condições, de receber as maiores categorias que se disputa nacionalmente em termos de automobilismo? Vamos incluir, além da Fórmula Truck e das corridas da VICAR, a Copa Brasil de Endurance, a Porsche Cup e a Sprint Race. Como vemos, não são muitas alternativas.

 

No Rio Grande do Sul temos três autódromos sem “limitações”: Tarumã, Velopark e Santa Cruz do Sul. No Paraná, Temos os dois do interior (Cascavel e Londrina) e eu vou descartar o de Curitiba, que tem previsto o encerramento de atividades para o meio do ano. Em São Paulo temos Interlagos... e não incluirei o Velocittà por não ser um autódromo comercialmente utilizável.

 

No Centro Oeste temos Campo Grande e Goiânia... e só, enquanto Brasília estiver naquele estado. Assim, na “metade de baixo” do país teremos nove autódromos e mais Guaporé, onde correm a Endurance e a Fórmula Truck ao final de 2016 para atender as necessidades. Além destes, na metade de cima, temos na “metade de cima” do país, os autódromos de Caruaru e Fortaleza.

 

Acreditando na recuperação de Brasília para 2017, o número de autódromos na “metade de baixo” subiria para dez e, com as atuais categorias que correm pelo Brasil a nossa discussão ficou no seguinte sentido: precisamos de mais autódromos ou precisamos de autódromos melhores?

 

Estamos refazendo a série “Raio X dos Autódromos Brasileiros” no site, com nosso Editor, Flavio Pinheiro, percorrendo os mesmos caminhos trilhados entre os anos de 2009 e 2012. O que vimos pelo material fotográfico colhido até o momento é que, não falta muito para termos todos os nossos autódromos em condições muito boas de sediar e atender as atuais categorias que correm por aqui. Aos que precisam de melhorias, estas não são obras complexas.

 

Com tão poucas categorias e tendo autódromos que poderiam ser reformados e fazer parte do calendário como os autódromos do nordeste e mais o Distrito Federal, precisaríamos construir novos autódromos?

 

Repor a perda do Autódromo de Curitiba, onde grupos privados vem trabalhando neste projeto e em se tratando do estado com o maior número de pilotos federados do país, ficando atrás apenas de São Paulo, seria apenas uma reposição de algo que se está perdendo. Isso elevaria para 11 o número de “autódromos comerciais”. Um número suficiente para atender o número de categorias nacionais, sem que se precise ir mais de uma ou duas vezes a qualquer destes autódromos.

 

Um outro aspecto que é preciso levar em conta ao se falar sobre autódromos no Brasil é que há um certo “preciosismo” ao se falar de segurança com relação às pistas que temos. Logicamente que autódromos cinquentenários como Tarumã e Guaporé carecem de melhorias nos aspectos de segurança, mas será que Guaporé é um autódromo tão inseguro assim?

 

Ao ver as corridas em Bathrust, que tem em seus mais de 6 Km de extensão, boa parte das curvas com muros de concreto como área de escape, fico imaginando os nossos pilotos acelerando em velocidades médias acima de 180 Km/h e atingindo 300 Km/h no ponto de maior velocidade. Quantos iriam questionar a segurança daquele autódromo?

 

Quando olho as fotos que o Flavio fez em Guaporé, recebidas no final do mês passado e as fotos de Tarumã, que irão para a página no início da semana que vem eu fico pensando: coloca uns muros de concreto e umas telas, reforça as barreiras de pneus e estes dois autódromos poderiam ser os nossos Bathrust, aqueles autódromos para quem tem mais coragem que os outros.

 

Por outro lado, ter 10 ou 11 autódromos para receber todas as categorias mostra como nosso automobilismo – a nível nacional – é pequeno e aí não podemos entrar naquela coisa do ovo e da galinha, discutindo quem gerou o que, se o baixo número de autódromo para termos um automobilismo pequeno ou um automobilismo pequeno para desestimular a construção de autódromos.

 

Vejo como um primeiro passo para que nosso automobilismo se fortaleça termos bons autódromos, bons ao ponto de atrairmos uma etapa do Super TC 2000 para Santa Cruz do Sul ou Cascavel, por exemplo. Voltarmos a ter uma etapa do WTCC, numa prova poucas semanas após ou antes da Argentina. Daí, talvez, com uma condição econômica melhor, com uma gestão melhor no nosso automobilismo e com um crescimento futuro deste automobilismo, termos um planejado crescimento do número de autódromos para que estes sejam financeiramente sustentáveis.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva