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O imponderável salvou a corrida e fez história! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 15 May 2016 23:42

Olá leitores!

 

Como seria de se esperar, cerca de 2/3 da corrida em Barcelona foram extremamente chatos. Previsível na única pista em que a Dona FIA autoriza fazer testes, que os pilotos conhecem como a palma das mãos. E essa mania dos engenheiros de pista mandarem os pilotos usarem o sonífero, digo, o composto médio da Pirelli, não cooperou em nada para o espetáculo.

 

Felizmente ainda existe o imponderável, e o imponderável salvou a corrida e fez história. Será que alguém, em sã consciência, imaginaria que a dupla da Mercedes iria se enroscar com menos de 1 minuto de corrida? Será que alguém, em sã consciência, iria em uma daquelas casa de apostas britânicas e cravaria que a vitória estaria nas mãos de um garoto de 18 anos e poucos meses, que foi promovido da equipe satélite para a principal porquê na corrida anterior o titular do carro fez tanta bobagem que foi ficar de castigo na equipe “B”? Se alguém acertou o pódio dessa corrida, o fez de zoeira.

 

Pequena nota sobre os envolvidos na batida: não que sejam maus pilotos (ao menos o Hamilton não é, embora esteja longe de ser um fenômeno. É um Mansell com mais talento para Relações Públicas), mas com um carro tão superior aos demais como a Mercedes, a única coisa que eles têm obrigação de fazer é não bater um no outro. E fizeram isso... inacreditável. Imagino a felicidade do Toto na reunião após retornarem aos boxes...

 

Como os dois intelectuais do volante se excluíram na 3ª curva, a corrida teve muito mais opções, e a aposta vencedora foi a da Red Bull: o mais jovem vencedor da história da categoria, Max Verstappen, e eu diria que quase certamente ele já é um dos maiores nomes do automobilismo holandês. Esse recorde dele, aliás, deve ser daqueles que o acompanharão até a morte, já que ele chegou na categoria ainda com 17 anos e a FIA alterou o regulamento, fazendo com que hoje em dia seja obrigatório já ter 18 anos para ingressar na categoria. Estava em 2º na relargada, passou o companheiro Ricciardo na base da estratégia de box, correu com maestria, suportou de forma inteligente a pressão do Kimi, e merecidamente se tornou o primeiro holandês a vencer na F-1. Simplesmente estava em um daqueles dias em que tudo dá certo. Ricciardo (4º) também fez uma bela prova, mesmo com uma estratégia de pneus incorreta e tendo um pneu furado no finalzinho da corrida. Ainda conseguiu despertar o lado chorão do Vettel, que reclamou muito da tentativa de ultrapassagem (absolutamente normal, diga-se de passagem) que o australiano fez.

 

Em 2º e 3º chegaram os pilotos da Ferrari, dessa vez Räikkönen na frente de Vettel. Kimi fez uma belíssima prova, como há muito não fazia, tentou o quanto pôde ultrapassar o Max, porém mesmo o carro sendo mais rápido na reta ele não conseguia entrar na reta principal junto o suficiente para conseguir emparelhar com o Verstappinho na freada do final da reta. Culpa do carro com aerodinâmica menos eficiente da Ferrari, que perdia tempo no miolo do circuito catalão. Aliás, tanto é menos eficiente que no meio da prova as Ferrari estavam tomando calor da Toro Rosso do Sainz, que usa o motor Ferrari do ano passado... Vettel acelerou aquilo que o carro deixou, e nas últimas voltas protagonizou uma bela e acalorada disputa pelo pódio com Daniel Ricciardo. Deu para ver que o carro da Ferrari precisa evoluir se quiserem brigar por vitórias com as Mercedes na pista.

 

Em 5º chegou Valtteri Bottas, que tirou leite de pedra do carro da Williams e terminou em uma posição bastante boa para o equipamento que lhe foi entregue esse ano. Seu companheiro, o experiente Felipe Massa, não passou de um 8º lugar, pior até que a média dele, que é chegar em 6º. Contudo, devemos lembrar que largou em 18º lugar...mas que

 

Por falar em 6º, a sexta posição ficou com Carlos Sainz Jr, vigiado dos boxes pelo pai, a lenda espanhola dos ralis Carlos Sainz. Largou maravilhosamente bem, mas não teve ritmo para segurar os carros da Ferrari, No entanto, deu um grande trabalho para eles, o que é excelente em se tratando de uma equipe satélite. Seu novo companheiro, o Daniil Kvyat, cruzou a linha de chegada em 10º lugar, bastante bom para um piloto que nitidamente sentiu o baque psicológico da remoção para a equipe satélite da Red Bull.

 

Em 7º apareceu Sérgio Pérez, outro cujo carro (Force India) não se adapta bem ao traçado espanhol, e fez uma corrida solitária na maior parte do tempo. Seu companheiro Hülkemberg novamente não conseguiu terminar a prova. Esse ano está mais azarado que de costume...

 

Em 9º lugar um surpreendente Jenson Button. Não surpreendente pelo piloto, mas pelo carro, claro, que provou que possui um chassi melhor projetado que o do ano passado, mas ainda sofre com a falta de potência do motor Honda. Reclamou demais da falta de aderência. Seu companheiro Alonso foi vítima de uma pane no carro, e abandonou curiosamente quase no lugar em que ele se acidentou no comecinho do ano passado.

 

Próxima prova, Mônaco, no último domingo do mês. Curioso para ver a estreia do pneu ultra macio da fábrica italiana, no mesmo dia da monumental 500 Milhas de Indianapolis.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini