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A virada automobilística! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 23 May 2016 09:16

Olá leitores!

 

Esse final de semana tivemos em São Paulo a Virada Cultural... pessoalmente, e tendo em vista a média das atrações que se apresentaram nos palcos, preferi uma Virada Automobilística. E foi possível fazer sem grandes problemas, já que as opções foram muitas.

 

Porém, antes de escrever sobre o que aconteceu no final de semana, não posso deixar de citar um vídeo que circulou na 3ªfeira, com uma comparação das câmeras on board do Rosberguinho e do Lewis. No vídeo que vi, apresentado pelo Anthony Davidson, ex piloto que é comentarista do canal Sky Sports, percebe-se que o switch de gerenciamento do motor está na mesma posição na largada efetuada na Rússia, e em posições diferentes na largada de Barcelona. Isso explica a imagem do carro #6 perdendo velocidade no meio da 2ª curva da pista catalã, e a luz vermelha (aquela que deve ser acesa quando chove) piscando na traseira do carro, já que no seco ela piscando é um indicativo de problema no carro da frente. Resumindo, ele alinhou o carro e não trocou o gerenciamento para o mapa correto da Centralina para uma situação de largada. Se me dissessem que era um gentleman driver errando a regulagem do seu Porsche GT3RS ou da sua Ferrari 458 GT3 em uma daquelas provas de Endurance que tem a categoria Pro-Am, eu juro que entenderia, afinal ele está ali para se divertir... mas o Rosberguinho ganha só para fazer isso na vida, como é que o cidadão erra um negócio desses?!?!?!?!? Pô, Rosberguinho, depois o pessoal fala que o seu pai, o velho Keke, enfia o pé na jaca... começo a dar razão para ele, eu também beberia.

 

Mas vamos deixar o Ken para lá, já deve ter tomado a bronca da Barbie. Tivemos no sábado uma ótima prova de Fórmula E, categoria que admito que só não é melhor porquê aquele barulho de furadeira ou enceradeira é desanimador, mas a corrida em si foi bem interessante. Devo ressaltar a linda ultrapassagem do Di Grassi sobre o Nicolas Prost; após a manobra, a cara de desanimado do Alain Prost nos boxes era fenomenal... uma pintura, muito boa mesmo. A vitória, merecida, ficou com Sébastien Buemi, que passou Vergne logo no começo, foi ultrapassado, passou de novo e daí para frente só voltou a ser levemente incomodado nas relargadas por conta das bandeiras amarelas. Voltou a ter uma apresentação de alto nível, e agora está apenas um ponto atrás do Di Grassi, o que significa que a rodada dupla de Londres será emocionante e decisiva para o campeonato. Em segundo chegou Daniel Abt, para alegria da torcida local, que viu um conterrâneo no pódio. Após a última relargada muitos pensavam que ele deixaria o companheiro de equipe passar, afinal ele está razoavelmente atrás no campeonato e não tem mais chances de título. Isso não aconteceu, em que pese após a corrida ele declarar que estava disposto a fazer a inversão de posições, afinal seria para o bem da equipe capitaneada pelo papai dele, mas a ordem não veio. O possível beneficiado com essa inversão, Lucas Di Grassi, chegou em 3º e declarou que preferia que fosse assim... sei... depois que perder o campeonato por 1 ponto, vai ficar se lamentando “Ah, se tivesse invertido a posição em Berlin...”, enfim, pode ser discurso da boca para fora. Eu, como chefe de equipe, teria pedido, ainda mais com o principal rival na luta pelo título vencendo a etapa. Nelsinho Piquet foi 13º e Bruno Senna foi apenas 15º lugar. Correndo o risco de parecer infame, creio que a última etapa da Fórmula E será eletrizante...

 

Voltando para os convencionais motores a explosão, esse final de semana tivemos corrida da DTM na Áustria, no Red Bull Ring. A primeira corrida, no sábado, foi meio sonolenta, com uma vitória tranquila do Marco Wittmann (BMW), escoltado pelo garotão Tom Blomqvist (BMW) em 2º. O Tom tem rosto de adolescente de 15, 16 anos. Deve ter problemas com os guardas de trânsito... em 3º chegou Edoardo Mortara (Audi), com cara de poucos amigos ao chegar ao parque fechado, nitidamente insatisfeito com o próprio desempenho. Augusto Farfus (BMW) foi 9º, após segurar com competência as investidas de Nico Müller. Já a segunda corrida foi mais movimentada, com alguns acidentes envolvendo os pilotos menos cotados do grid (não que sejam ruins, vejam bem, mas em uma categoria com tantos astros como o DTM não é fácil ser do 1º escalão...) e até safety car. Vitória do ótimo Timo Glock (BMW), com o igualmente ótimo Mattias Ekström (Audi) em 2º e o competente Jamie Green (Audi) em 3º. Dessa vez Farfus foi o 4º colocado, o que o levou à 7ª posição no campeonato, graças à sua consistência (em 4 corridas foram 3 Top-10). Bom ver que esse ano ele se entendeu com o carro, pois ano passado foi de lascar...

 

A torcida italiana que lotou Mugello para a etapa da MotoGP torcendo por uma vitória do Valentino Rossi e esperando uma boa atuação das Ducati pode ter tido decepções, mas assistiu a uma belíssima corrida. A expectativa criada pela classificação foi grande, com “Il Dottore” na pole position, o novo contratado da Yamaha “Maveco” Viñales em 2º e Iannone em 3º, mas logo na primeira curva o choque de realidade: Lorenzo teve uma largada fenomenal e assumiu a ponta logo na forte freada, e ali permaneceu, controlando a vantagem para o Rossi. Rossi que pressionou o quanto pôde, até o motor abrir o bico. Quando eu escrevo da boa fase do Lorenzo, é isso: o espanhol também teve o motor estourado, mas no warm up, e o pessoal que cuida do motor do Valentino poderia ter ficado esperto. Sorte de campeão? Quem sabe... apenas afirmo categoricamente que os italianos que deixaram o autódromo após o abandono do Rossi perderam uma última volta das mais épicas que já aconteceram. Marc Márquez sabia que precisava ultrapassar Lorenzo para empatar a pontuação no campeonato, e após fazer alguns ensaios de ultrapassagem resolveu partir definitivamente para cima na última volta, pilotou como há um bom tempo não fazia, ultrapassou, foi ultrapassado, passou de novo, e entrou na reta dos boxes na frente. Uma pessoa que acompanha a motovelocidade há tempos diria “bom, agora o motor superior da Honda superará a melhor ciclística da Yamaha, afinal é linha reta”... pois é. Lorenzo passou Márquez na base do motor quase em cima da linha de chegada, e ganhou por 19 milésimos de segundo. Em 3º lugar chegou Iannone, que se tornou o novo recordista de velocidade máxima da MotoGP: chegou a 354 km/h no final da longa reta principal de Mugello. Levando em conta a pequena área de contato da moto com o asfalto, tem que ter coragem, muita coragem...

 

Também tivemos corrida da Stock Car, debaixo de muito calor em uma das minhas pistas favoritas, Goiânia. Na primeira prova, vitória com autoridade do atual campeão Marcos Gomes (Cimed), que segurou as investidas de Cacá Bueno (Red Bull), que teve azar com o pneu traseiro esquerdo furado, e venceu com relativa tranquilidade. Em segundo veio Ricardo Maurício (RC), seguido de longe (mais de 10 segundos de vantagem) pelo Valdeno Brito (TMG). Destaque para o ótimo Max Wilson (RC), que largou lá atrás e terminou em 4º lugar. Impressionante. Já na corrida seguinte, tivemos a 2ª vitória da carreira de Galid Osman (RCM), que comemorou bastante a conquista, seguido de Felipe Fraga (Cimed) em segundo lugar e Rubens Barrichelo (Full Time) em 3º. Destaque para a bela disputa de posições entre Thiago Camilo (RCM) e Cacá Bueno (Red Bull) pela 5ª colocação, muito boa mesmo.

 

Também tivemos a definição das 4 primeiras filas para a largada das 500 milhas de Indianápolis, com uma daquelas surpresas que apenas Indianápolis consegue propiciar: a pole ficou com James Hinchcliff, da pequena equipe de Sam Schmidt, ex piloto tetraplégico que deu 4 voltas na pista entre o final do último treino livre e o começo da classificação pilotando um Corvette especialmente adaptado e controlado pela cabeça e pela boca. Claro que o público aplaudiu em pé essas voltas... mas voltando ao treino, James passou da condição de acidentado nos treinos de 2015 (um acidente que o tirou do resto da temporada, por sinal...) a pole position em 2016. E com motor Honda, que não marcava a pole no superspeedway há 5 anos. O momento mais estranho da classificação ficou por conta do Montoya, que na metade das suas voltas de classificação soltou um... saco de lixo na pista. O quê um saco de lixo fazia na traseira do carro, e por quê o mecânico não o retirou, é um enorme mistério... o que sei é que o acontecido desconcentrou o colombiano, que voltou para fazer outra tentativa de classificação mas não foi tão bem. Hinchcliff dividirá a primeira fila com Josef Newgarden (Carpenter) e Ryan Hunter-Reay (Andretti). Os brasileiros terminaram esse domingo na 9ª posição (Hélio Castroneves, da Penske) e 18ª (Tony Kanaan, Ganassi).

 

Nesse domingo terminou o Rali de Portugal, e dessa vez o topo do pódio não esteve com Sébastien Ogier. O francês da VW terminou “apenas” em 3º lugar, com o degrau mais alto sendo ocupado pelo norte-irlandês Kris Meeke, de Citroën DS3, que abriu quase meio minuto de vantagem para o 2º colocado, o norueguês Andreas Mikkelsen (VW Polo). Muito bom ver novos nomes no alto do pódio...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini