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Nuvens Negras! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 26 May 2016 02:06

Caros amigos, no final do ano passado, estudamos o que deveria ser a pauta para o encerramento do calendário da VICAR, na décima segunda etapa, realizada em Interlagos. Não demorou muito para decidirmos, diante de informações previamente colhidas, que os enviados da sucursal São Paulo deveriam investigar o que poderíamos esperar das equipes diante das nuvens negras que surgiam no horizonte financeiro da maioria delas.

 

Ou nossos enviados foram um pouco comedidos demais, ou os proprietários de equipe ainda tinham algum otimismo em suas almas, ou trataram de esconder bem o tamanho do problema que se avizinhava e que os levaria a medidas extremas para sobreviver ou salvar o patrimônio e a dignidade que lhes restava.

 

Assim fez Ereneu Boetteger, que vendeu uma vaga na sua equipe para a C2 alinhar um terceiro carro e piloto, pensando em crescimento, mas esta veio apenas com dois carros para a temporada de 2016, enquanto os catarinenses de Timbó estão inclusive com seu site na internet apenas com o link para contato.

 

A corrida de duplas, que no ano passado foi de uma proporção tamanha que desloquei nosso Editor Chefe com uma pauta gigantesca para cumprir na capital goiana, neste ano foi de muito poucas atrações internacionais. Decepcionante, principalmente quando soubemos que uma equipe estava negociando a vinda de Alain Prost para correr em um de seus carros.

 

O cenário era ruim e nosso enviado ao autódromo na etapa de abertura deste ano em Curitiba, mesmo não sendo este um assunto de pauta, nos alertou de que as coisas não estavam fáceis e que o clima de apreensão de alguns chefes de equipe e alguns pilotos estava nítido em seus rostos e no cuidado de suas declarações. De imediato já havia uma baixa: uma equipe a menos e 32 carros largando no grid.

 

O estimado leitor, antes que me apedreje por eu estar reclamando de “um grid com 32 carros alinhados”, por favor, procure olhar um pouco mais adiante. Na corrida seguinte um dos carros da Mico’s Racing, uma das equipes mais bem estruturadas e mais fortes até o ano passado, não seguiu para o Velopark, reduzindo o grid para 31 carros

 

Infelizmente bastou chegarmos a terceira etapa para vermos, ou melhor (quero dizer, pior) não vermos toda a equipe do uruguaio Juan Carlos Lopez tomando seu lugar nos boxes do Autódromo Internacional de Goiânia. Além dela, a RZ Motorsport enviou nota à toda a imprensa especializada na sexta-feira, 20 de maio, informando que não participaria da etapa por não haver recebido o pagamento de seu principal patrocinador.

 

O comunicado veio acompanhado de um pedido de desculpas aos demais patrocinadores da equipe e a esperança de que a incômoda situação possa ser contornada para a próxima etapa, que acontecerá no dia 5 de junho em Santa Cruz do Sul, RS. Com isso, em Goiânia, dos 34 carros que alinharam na última etapa da temporada de 2015, o grid teve uma redução para 28 carros.

 

Se o problema é grande em quatro rodas, em duas ele ficou ainda maior. Na mesma sexta-feira, 20 de maio, a direção do Moto 1000 GP anunciou, em tom oficial, a não realização de seu campeonato de motovelocidade na temporada de 2016. Neste caso não se trata de uma, duas ou três equipes, mas de uma categoria inteira!

 

Segundo explicou seu promotor e organizador, o ex-piloto Gilson Scudeler, Os efeitos da crise enfrentada pelo Brasil e a deterioração do cenário econômico nacional, acentuada desde o início deste ano, trouxeram reflexos incontornáveis, que determinaram a descontinuação do evento. Na nota o dirigente apontou a deterioração do cenário econômico nacional e um somatório de dificuldades atingiu duramente o planejamento da categoria acabou levando-os a tomar esta decisão.

 

Se no final do ano passado as nuvens negras estavam dando sinais no horizonte, no momento as mesmas pairam sobre as cabeças daqueles que ainda estão virando seus motores.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva