Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
O melhor domingo do ano! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 29 May 2016 23:55

Olá leitores!

 

O último domingo de maio é uma data festiva no automobilismo. É o dia em que ocorrem duas das três competições mais tradicionais do esporte a motor, o Grande Prêmio de Mônaco, cuja origem remonta aos anos 20, e as 500 Milhas de Indianápolis, iniciada em 1911 e que esse ano comemorou sua centésima edição (houveram interrupções durante as duas grandes guerras mundiais, daí a defasagem).

 

Comecemos com Mônaco, que começou com safety-car graças a uma forte chuva que caiu antes da largada e ao pavor atual dos pilotos em andar na chuva. OK, o assoalho plano e a completa falta de altura do solo não cooperam, mas... pelo que me lembro assoalho plano e carro baixo já tinha nos anos 80 e eles andavam sem problemas. Enfim, deixa para lá. E andar na chuva requer habilidade e calma, juntos, pelo que o inábil Palmerzinho e o afobado Verstappinho tiveram problemas, junto com o estabanado Räikkönen, que devia estar pensando em voltar logo para a birita no quarto do hotel. Aliás, a panca do Verstappinho na classificação recebeu o selo de aprovação do Maldonado, mesmo estilo.

 

Ao final, a vitória caiu no colo do Hamilton, que ainda teve a felicidade de ver o companheiro de equipe Rosberg terminar apenas em 7º lugar, se queixando de falta de ritmo no seu Mercedes. Vai ver que esqueceram de colocar o MP3 no carro do Nico e ele não conseguia ouvir música da Madonna enquanto pilotava, deve ser essa falta de ritmo. Hamilton, por sua vez, voltou a fazer uma bela corrida, cumpriu à risca a tática arriscada da equipe quando o trilho ficou um pouco mais definido passando direto dos pneus de chuva para os ultramacios, e com isso obrigou a Red Bull a chamar apressadamente o Ricciardo para os boxes e a fazer lambança. Belíssima apresentação.

 

Em 2º lugar, visivelmente p... da vida, um Daniel Ricciardo sem sorriso. Com motivos, por sinal, já que a parada para colocar os pneus de pista seca foi digna dos piores momentos da Williams, quase orquestrada pelo Keystone Cops. Lembrou uma da Ferrari nos anos 2000. Ele até tentou ultrapassar o Hamilton, mas recuou após algumas defesas de posição... duras. Se o Hamilton pilotasse pela Toro Rosso, Manor, Sauber, e fizesse aquilo, teria recebido punição na hora. Mas como é piloto da Mercedes... após a prova o Cardeal Richelieu da Red Bull, Helmut Marko, afirmou após a prova que a troca de pneus catastrófica foi “um erro de comunicação” e que o que podiam fazer era “pedir desculpas” ao Ricciardo. Troca, por sinal, que o Daniel não queria, mas obedeceu ao chamado da equipe para fazerem aquilo... que desgraça para o australiano. Aliás, eu gostaria muito de ver o Marko, que com muita boa vontade pode ter sido considerado um piloto nota 4, ser “incisivo” com os mecânicos como ele é com os pilotos da Red Bull. Acho que é o mesmo caso do Bernardinho, quando era técnico de vôlei feminino tocava o terror, depois foi treinar os homens e “afinou”. Se ele tratar um mecânico do jeito que lida com os pilotos corre o risco de apanhar com chave inglesa... O companheiro do Ricciardo, Max Verstappen (18º), não terminou a prova após bater na curva do Cassino.

 

Em 3º lugar um extremamente feliz Sérgio Pérez, que teve um desempenho surpreendente com um carro que historicamente não anda bem em pistas de baixa velocidade, de uma equipe que passa por sérias dificuldades financeiras, e mereceu enormemente esse lugar no pódio. Seu companheiro Nico Hülkemberg (6º) também arrancou leite de pedra para conseguir a classificação em que chegou, inclusive ultrapassando Rosberg no finalzinho da corrida.

 

Em 4º chegou Vettel, nitidamente insatisfeito com o rendimento da Ferrari nas estreitas ruas de Mônaco. Perdeu muito tempo atrás do Miojo Tranca Ruas, digo, Massa, e depois não conseguiu ser mais rápido que o Pérez. Aliás, final de semana para a Ferrari esquecer, já que o Kimi estava com o carro inguiável – ou ao menos foi a reclamação dele...

 

Em 5º lugar outra surpresa. Fernando Alonso com a McLaren, em mais uma daquelas demonstrações de retirar elefante da cartola do espanhol. Seu companheiro Button também terminou nos pontos, em 9º lugar, mostrando que o chassi desse ano é bem projetado. O problema é em pista que se precisa de potência do motor, aí a coisa complica...

 

Em 8º veio Carlos Sainz Jr., feliz por pontuar mas decepcionado por ter perdido posições no pit-stop, mas de qualquer maneira ele fez uma boa prova para um jovem piloto naquela que provavelmente é a pista mais desafiadora e a que menos aceita erros da temporada. Afinal, como já dizia o tricampeão Nelson Piquet, pilotar em Mônaco é como andar de bicicleta na sala de casa... seu companheiro Kvyat abandonou logo no começo com problemas eletrônicos.

 

Fechando a zona de pontuação chegou Felipe Massa (10º), que reclamou muito do carro e achou que esse 10º lugar já ficou no lucro, mas ainda foi melhor que seu companheiro Bottas (11º), que teve sérias dificuldades para passar Wehrlein, de Manor... dureza.

 

Próxima corrida de F-1 será no Dia dos Namorados (ou dos Encalhados, se você, caro leitor, estiver desacompanhado), GP do Canadá, provavelmente a Dona Plim Plim, que cortou o pódio hoje, vá passar no canal por assinatura. É só não colocarem aquele cara que fica repetindo que a situação para o piloto tal “está tranquilo, está favorável” que não tem problema algum...

 

E a outra grande corrida do dia foi em Indianápolis. Prova longa, 500 milhas dá 805 km, e essas provas longas em oval acabam sendo um jogo de estratégia. Quem teve a estratégia vencedora, de maneira impressionante, foi o carro do Bryan Herta, quase uma “equipe B” da Andretti, pilotado por Alexander Rossi. Sim, aquele mesmo que fez poucas corridas pela Marussia na F-1, vice-campeão de GP2, um garotão de 25 anos que apesar de ser norte americano era quase um desconhecido na apresentação dos pilotos.

 

Justiça seja feita, Herta é um bom estrategista. O número 98 é o mesmo número que foi usado por Dan Wheldon na vitória de 2011. Só espero que Rossi não tenha o mesmo destino... e o rapaz foi excepcional na arte de obedecer àquilo que foi pensado pela equipe, conseguiu andar rápido quando solicitado, economizou combustível muito bem quando a equipe pediu, foi um novato que pilotou como se tivesse anos e anos de experiência em ovais, logo ele que teve uma formação automobilística mais voltada aos circuitos mistos. Vitória surpreendente, claro, mas mais do que merecida.

 

Em 2º e 3º ficaram dois pilotos que aceleraram muito nesse domingo, mas viram a vitória escapar de seus dedos, respectivamente Carlos Muñoz e Josef Newgarden. Essa foi a segunda vez que Muñoz perde a corrida, em 2013 ele também chegou em 2º lugar, e estava nitidamente decepcionado ao final. Quanto aos brasileiros, Tony Kanaan terminou em 4º lugar, mesmo após receber uma pedrada na mão durante a prova (por menor que fosse a pedra, um pedregulho que seja, a mais de 300 km/h deve doer pacas...) e Hélio Castroneves terminou em 11º após ter a asa traseira quebrada com um choque do Hildebrandt, atrapalhando sua estratégia.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini