Olá leitores! Ao menos aqui em São Paulo o tempo esteve um pouco frio e bem chuvoso... o que fazer? Ficar em casa acompanhando as corridas do final de semana, claro! E tivemos um bocado de coisa legal para acompanhar, felizmente. Começando com o DTM, com rodada dupla em Lausitzring, aquele oval de triste memória onde faleceu Michele Alboreto testando para a Audi e onde o Zanardi quase foi para o andar de cima também, mas que possui algumas boas opções de traçado misto em sua parte interna, e que são utilizadas por diversas categorias. Do oval só se aproveita a reta dos boxes e um pedaço da segunda reta. No sábado assistimos uma apresentação de gala do Miguel Molina (Audi), que largou na pole, perdeu momentaneamente a posição para o ótimo Jamie Green (Audi), a recuperou após uma bela disputa e lá se manteve impávido e intocável. Green até que tentou, mas teve que se contentar com o segundo lugar mesmo, seguido por Robert Wickens (Mercedes). Farfus (BMW) foi apenas 21º. Já no domingo assistimos à primeira vitória do jovem austríaco Lucas Auer (Mercedes), largando da pole e administrando a corrida como um veterano, e ele cruzou a linha de chegada até que com uma boa vantagem para o experiente Mattias Ekström (Audi). Em 3º lugar, novamente chegou Robert Wickens (Mercedes), que com esses resultados assume a ponta da classificação dos pilotos. E se a corrida de sábado tinha sido ruim para Farfus, no domingo foi pior, já que ele se acidentou com Miguel Molina e teve de abandonar. Precisa colocar um galhinho de arruda no interior do carro... Menos mal para ele que ninguém no Brasil viu, pois a emissora que transmite estava preocupada com um tal de “Rolando Agarros”, ou algo foneticamente semelhante, e nada vimos. Muito bonito, só que não, né Bandsports? Também tivemos rodada dupla na Indy, naquele pavoroso circuito feito na ilha lá em Detroit. Eu gostava daquele circuito antigo da F-1, que chegou a ser usado também pela Indy algum tempo, era uma pista de rua que permitia ultrapassagens, tinha alguns desafios interessantes. Essa atual para ser ruim precisa melhorar uns 70%, e olhe lá. Enfim, no sábado tivemos uma bela vitória do experiente Sébastien Bourdais, em uma bela estratégia da KV, que deu um “nó tático” nas outras e fez as paradas de boxe completamente fora da janela padrão. Outro que se beneficiou da estratégia foi Conor Daly (Dale Coyne), que terminou em um ótimo 2º lugar, à frente do melhor da equipe Penske, Montoya, que cruzou a bandeirada em 3º lugar. No tocante aos brasileiros, Helinho terminou em um bom 5º lugar e Tony foi 9º. Já a segunda corrida teve a primeira vitória no ano do Will Power (Penske), que estava apagadíssimo nas outras corridas mas nessa “acordou”. Lembrou muito aquele Will Power que foi campeão em 2014 e vice campeão um bocado de outras vezes, rápido e combativo. Simon Pagenaud (Penske), atual líder do campeonato, terminou em 2º lugar e o rápido e competente Ryan Hunter-Reay (Andretti) encerrou o pódio. Entre os brasileiros, Tony melhorou um pouco (foi o 7º colocado) e o Helinho piorou sensivelmente, chegando apenas em 14º lugar. Esse final de semana tivemos a etapa catalã do Mundial de Motovelocidade, marcada pela trágica morte do garoto (24 anos) Luis Salom, da Moto2, ainda nos treinos de sexta-feira. Como vovó já dizia, quem morre de véspera é peru de Natal. Ele caiu na penúltima curva do traçado original (aquela que não existe no traçado F-1 pois a categoria pega uma variante mais fechada que leva a um esse), a moto e ele deslizaram no asfalto (podia ter brita ali, não é mais usado pela F-1...), a moto bateu no air-fence e o garoto bateu na moto. Ele tivesse batido um pouco mais à esquerda ou à direita, estaria dando entrevistas sobre como foi a queda, etc. e tal. Infelizmente chegou a hora dele. Isso causou uma comoção entre os pilotos, e a organização da prova decidiu usar o traçado “F-1”, com aquela curva 10 em formato de cotovelo e a chicane antes da curva de acesso aos boxes. Eu diria que isso determinou o resultado da prova de MotoGP, já que muito provavelmente com a curva original o seu Iannone fez o favor de achar que dava para frear para o cotovelo que nem se freia para a curva original, não conseguiu controlar a moto e acabou acertando a roda traseira do Jorge Lorenzo, que evidentemente ficou “muito feliz” com o italiano e não aceitou as desculpas que ele pediu. Os comissários também não entraram na conversa fiada do Andrea e determinaram que na próxima corrida, na Holanda, ele larga em último lugar. Se fizer caca, vai fazer no “pelotão do tiroteio” lá atrás. Na corrida, Lorenzo largou muito bem e assumiu a ponta, seguido de perto pelo Márquez, que fez a pole mas não largou tão bem assim. Márquez pressionou bem o Lorenzo, sem sucesso, até que foi ultrapassado pelo “Dottore” Rossi, que não classificou bem mas tinha nitidamente a moto mais rápida em ritmo de corrida. Mais algumas voltas e Rossi assumiu a liderança, ao passo que Lorenzo começava a perder o ritmo, sendo ultrapassado por Márquez, Pedrosa e Maveco Viñalez, até que foi encontrado por Ianonne. A briga pela liderança entre Rossi e Márquez foi muito boa mesmo, e durou até poucas voltas do final, quando os pneus do Marc Márquez abriram o bico. O pódio ficou com Rossi (Yamaha) em 1º, Márquez (Honda) em 2º e Dani Pedrosa (Honda) 3º. No parque fechado do pódio, em homenagem ao Salom, que usava #39, o Márquez inverteu o seu #93, em um belo gesto de homenagem. O mais importante, entretanto, parece ser que Marc e Valentino finalmente fizeram as pazes após aquele incidente na Malásia ano passado. São adultos e não compensava continuar se comportando como crianças de 10 anos. No Rio Grande do Sul, em uma gelada Santa Cruz do Sul, tivemos o prosseguimento do campeonato de Stock Car. Na primeira corrida, vitória de ponta a ponta (mas nem por isso fácil...) do jovem Felipe Fraga (Cimed), que lidou muito bem com a forte pressão exercida pelo Allam Khodair (Full Time), que tentou diversas vezes mas não conseguiu a ultrapassagem. Aliás, essa pista é de construção recente, poderiam ter pensado um pouquinho melhor na hora de desenhar o traçado. Se você não passa na reta dos boxes, esquece pois não existem outros pontos de ultrapassagem na pista, que é bonita, não nego, mas parece projeto do Tilke. Fechando o pódio, chegou Daniel Serra (Red Bull). Já a segunda corrida foi um pouco mais movimentada, com belas disputas de posição durante a etapa e uma grande vitória de Max Wilson (RC), seguido por Rubens Barrichello (Full Time) em 2º e um surpreendente Felipe Guimarães (Full Time Pro GP) em 3º. Também tivemos Fórmula Truck em Goiânia, mais uma corrida que ninguém viu pois a Dona Bandeirantes estava preocupada com um negócio de Rolou Agarrou, alguma coisa do gênero, que não tem brasileiro participando nem das Quartas de Final desde a época do Gustavo Kuerten, mas vá lá. Deve ter algum netinho ou bisnetinho na família Saad que se interessou por esse negócio de bolinha pra lá e bolinha pra cá, e eles estão tentando reativar o interesse disso por aqui. Como eles prometeram passar a corrida na íntegra no próximo final de semana, fiquei pensando se escrevia ou não, afinal seria dar “spoilers” da transmissão. Como eu sou malvado, vou dizer o que aconteceu sim. Domínio absoluto do ótimo Paulo Salustiano (Mercedes), vitória de ponta a ponta, melhorando as chances dele disputar o título. Infelizmente para ele, quem chegou em 2º foi justamente o líder da temporada, Diogo Pachenki (Mercedes “bicudo”), seguido por André Marques (VW-MAN) em 3º, “Hisgué” (Ford) em 4º (belo resultado para a equipe do grande Djalma Fogaça, uma das mais engraçadas figuras da categoria) e fechando o pódio chegou Roberval Andrade (Scania). Pronto, “spoiler” dado. Deveríamos ter acompanhado também a etapa de Pocono da NASCAR, mas a chuva adiantou o final da etapa da Xfinity no sábado e, auxiliada pela neblina, inviabilizou a realização da corrida da categoria principal no domingo. Deverá ser nessa segunda feira, se as condições climáticas na paradisíaca Long Pond permitirem. Lagoa Grande... belo lugar para fazer um oval de 2,5 milhas, né? Até a próxima! Alexandre Bianchini |