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O Teste de Longa Duração do Gordini PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 29 June 2009 22:45

 

133 RECORDES DE RESISTÊNCIA EM CIRCUITO FECHADO!

 

Em 26 de outubro de 1964, um Renault Gordini, de 850cc., montado em São Bernardo do Campo, pela então Willys Overland do Brasil, iniciou no circuito externo do Autódromo de Interlagos uma das maiores provas de resistência em circuito fechado jamais realizada em todo o mundo em relação ao resultado obtido na categoria "E" do Código Desportivo Internacional da FIA, de 750 a 1.100cc.  

 

Para que se tenha uma idéia comparativa do evento, um dos testes similares de resistência anteriormente realizado, aconteceu em Monthlery, no ano anterior, com um Ford Cortina, conduzido por Jim Clark, Trevor Taylor, Tony Brooks e Ted Dougary, e outros, estabeleceu vários recordes mundiais, rodando 7 (sete) dias ininterruptos, os quais foram quebrados pelo Gordini brasileiro. 

 

De 26 de outubro a 16 de novembro de 1964, o Renault Gordini, conduzido pela Equipe Oficial de Competição da Willys Overland do Brasil, liderada pelo LUIZ ANTONIO GRECO e composta de pilotos que se revezavam na direção do carro a cada 3 (três) horas de rodagem, que foram BIRD CLEMENTE, CAROL FIGUEIREDO, DANILO DE LEMOS, FRANCISCO LAMEIRÃO, GERALDO MEIRELLES FREIRE, JOSÉ CARLOS PACE, LUIZ PEREIRA BUENO, VITTORIO ANDREATA, WALDEMIR COSTA e WILSON FITTIPALDI JÚNIOR, rodando sem parar durante 21 dias e 10 horas, completou 50.000 Km., num total de 514 horas, 37 minutos, 14 segundos  e 93/100. Todavia, acordando ao desejo dos pilotos o Gordini completou 22 dias de rodagem até as 18:00h. do dia 17 de novembro de 1964.  

 


Foto aficial, feita antes do início do teste: a confiança no sucesso era total por parte de todos.

 

Foi montado, em Interlagos, um alojamento especial para pernoite onde os pilotos,  estruturado, inclusive, para alimentação, a espelho dos "hospitality centers" hoje comuns quando da realização das provas de F 1, em todos os circuitos do mundo. 

 

O teste foi supervisionado e oficializado pela FIA, através de representante oficial, especialmente enviado para fiscalizar e homologar a prova de resistência.  

 

O carro em questão foi escolhido aleatoriamente pelo delegado da FIA na linha de montagem da fábrica em Taboão, e quando inteiramente montado, todos os presentes, com um afiado estilete de aço, apuseram suas assinaturas sobre a chapa do porta malas, na tampa do motor e os mais altos na capota. 

 


Mesmo depois da "capotada da coruja", o valente Gordini continuou rodando... e por vários dias.

 

O regulamento somente permitia a troca de pneus, óleo do motor e reabastecimento, o que de fato ocorreu sob as vistas do representante da FIA,  muito atento, durante os 22 dias de atividade em Interlagos. No entretanto, deu-se um fato curioso, quando na manhã do dia 29 de Outubro o Gordini desgarrou atingindo um barranco e capotando em seguida, no final da reta, junto a, então, curva 3, tendo ficado amassados os paralamas dianteiro e traseiro do lado esquerdo e parte da capota. O pára-brisas destacou-se durante a capotagem, sendo o vidro traseiro retirado, para evitar turbulência frontal, quando de uma rápida revisão das condições gerais do carro, tendo sido trocado somente um aro de roda, o que, evidentemente foi feito juntamente com o pneu Pirelli Cinturato usado no teste, o que era permitido pelo regulamento da FIA. 

 

O carro em condições normais de pista vinha obtendo a média de 104,167 Km/h e após o acidente passou a rodar a 1'55" por volta à média de 100,595 km/h. a qual caiu para 99,61Km/h no decorrer dos dias seguintes, no entanto computadas as paradas para troca de pilotos, pneus e reabastecimento a média total geral alcançou 97,158Km/h, considerados 22 dias de rodagem. 

 

Assim, o Gordini quebrou vários e estabeleceu outros tantos recordes, sendo 25 internacionais, 10 de distancia e 15 de tempo; 54 brasileiros, 28 de distancia e 26 de tempo; e, 54 paulistas, 28 de distancia e 26 de tempo. Dentre os recordes internacionais, na condução de Luis Pereira Bueno estabeleceu-se o recorde do 25.000 Km, em 261hs,21',14",60/100; na mão de Luiz Antonio Greco, o de 40.000 Km/h; com Bird Clemente, o de 30.000 milhas, e, 495h.,51',48",60/100; o de 11 dias, por Wilson Fittipaldi Jr. à media de 96,660 km/h; o de 17 dias, rodados 39.379,336 Km. à média de 96,520 Km/h por José Carlos Pacce; dos 21 dias, rodados 48.977,139Km, à média de 97,180 Km/h na mão de Geraldo Meirelles Freire; e, coroando o feito na mão de Luiz Antonio Greco, o de 22 dias, em 51.233,005 Km, à média de 97,030 Km/h.    

 


Depois da conquista, a Willys-Overland fez uma maciça campanha publicitária, mostrando o seu feito.

 

Muitos destes recordes ainda permanecem embatidos mantendo-se o antigo Renault Gordini e os nomes de seus pilotos, de então, em posição de destaque nos anais da FIA, em Paris, França, até a data de hoje, passados 40 anos. 

 

Geraldo C. Meirelles  

 

Junho / 2009  

 

 

Last Updated ( Thursday, 22 January 2015 10:43 )