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Mais corrida e menos mimimi! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 26 June 2016 23:09

Olá leitores!

 

Quantas vezes vocês já ouviram “ah, mimimi, esse domingo não tem F-1, mimimi...”? Diversas, não é? Pois bem, quem só se importa com F-1 não sabe o que perdeu esse final de semana...

 

Começando na Alemanha, com as corridas em Norisring, aquela pista de rua que contorna a arquibancada em que o bigodinho ficava contando conversa fiada para enrolar o povo alemão. Na prova de sábado a sorte grande ficou com o italiano Mortara (Audi), que vinha só assistindo de camarote a disputa entre os 3 primeiros, sem condições de tentar nada mais, e herdou a liderança após o Ekström (Audi) tentar fazer uma ultrapassagem kamikaze e tirou os três da disputa. Claro que menino Mattias tomou uma punição da direção de prova por conta disso, mas foi branda até: perder 3 posições no grid de largada da prova do domingo ficou de graça pela “Maldonadada” que ele fez. Em segundo chegou Jamie Green (Audi) e em 3º Paul di Resta (Mercedes). Uma dobradinha Audi quebrando um bom período de predomínio da Mercedes (desde 2003...) nessa pista, que fica perto da sede da marca dos anéis, Ingolstad. Farfus (BMW) foi apenas o 11º. Na corrida do domingo a vitória também ficou com um Audi, dessa vez o de Nico Müller – sua primeira no DTM –, seguido de Tom Blomqvist (BMW), um sobrenome que me lembra de rali, não de prova de asfalto, e em 3º o Maxime Martin (BMW), que foi comendo o mingau quente da corrida pelas beiradas e, enquanto os outros se tocavam, rodavam ou saíam da pista, ele foi paulatinamente ganhando posições e saiu da corrida com um belo pódio. Farfus foi pior ainda, teve que abandonar pouco após a largada. Grande piloto, mas que má fase...

 

Esse foi o final de semana da mais tradicional corrida da MotoGP, a prova na “catedral do motociclismo” Assen. Um templo que, a exemplo de Interlagos, já teve seu traçado mutilado, mas que ainda é uma pista extremamente desafiadora (nesse ponto, ao contrário de Interlagos, que perdeu todas as suas curvas de alta – e não, não considero a “curva do café” uma curva propriamente dita). Antes da corrida, uma bela e importante notícia: a exemplo do que já acontece com as classes inferiores, na MotoGP a partir do ano que vem serão proibidas aquelas asas que Ducati e Yamaha ostentam nas suas carenagens. A visão daquilo me causa medo de imaginar aquilo tocando o piloto da moto ao lado, e acredito que tenha sido a segurança o principal motivo da proibição. No tocante à corrida holandesa, o tempo foi... holandês. A chuva não apenas antecipou o final da prova da Moto2, como resolveu brincar com a cabeça dos fiscais e dos pilotos. Começou sem chuva, mas com a pista encharcada, e na água quem se deu bem foram os pilotos da Ducati (consegue entregar a potência de forma mais progressiva, importante na chuva) e Valentino Rossi, afinal é o tipo de condição em que ele tem como mostrar o que sabe. Valentino assumiu a ponta na largada, mas depois as Ducatis – oficiais e privadas – começaram a se aproximar e passar. Só que a chuva voltou, e na 14ª volta a direção achou por bem dar bandeira vermelha por conta do volume de água que caía do céu e se acumulava na pista. E aí, na relargada. foi quando começou a carnificina, com diversos pilotos indo conferir de perto o atrito (ou falta de) do asfalto, ou inspecionar as caixas de brita. Pedrosa, Crutchlow, Dovizioso (para desespero do pessoal da Ducati, que o tinha como vencedor quase certo), Smith, até Rossi, 9 vezes vencedor da corrida, caiu. Nesse ponto a liderança era de Márquez, que fez uma excelente largada, mas havia outro piloto mais rápido que ele: o australiano Jack Miller, com uma Honda privada da equipe Marc VDS, que vinha andando misérias no piso molhado, e passou sem grande dificuldade o espanhol. Márquez até deve ter pensado em atacar, mas sabendo que Rossi estava fora e Lorenzo estava lá atrás, não forçou a barra – em que pese a moto muito mais rápida em condições normais – e preferiu garantir a pontuação do segundo lugar, que lhe deram 24 pontos de vantagem para Lorenzo e 42 para Rossi. Descontando o Márquez em 2º, o pódio parecia aquele filme italiano, “A Classe Operária Vai ao Paraíso”, já que em 3º chegou Scott Redding, com uma Ducati 2014 da Pramac. Ah, sim, o 4º colocado foi Pol Espargaró, com uma Yamaha privada, da Tech 3... Coisas da chuva, certamente. E a comemoração deve ter sido boa, já que australiano é um povo que bebe bastante cerveja e a equipe é patrocinada por uma marca de cerveja...

 

Também tivemos prova do WTCC, no histórico circuito de rua de Vila Real, em Portugal. Pista old school, que assistiu na prova 1 a vitória do simpaticíssimo holandês Tom Coronel (Chevrolet), seguido de Tom Chilton (Citroën) e Nicky Catsburg (Lada) em 3º. Na prova 2, o herói local Tiago Monteiro venceu com seu Honda, seguido por Yvan Müller (Citroën) e Norbert Michelisz (Honda) em 3º.

 

No Brasil, etapa de Tarumã, numa pista que – admito – aguentei assistir por poucas voltas a disputa. Aquela chicane improvisada por causa da inabilidade ou incapacidade dos pilotos em andarem em pista de alta velocidade me desanimou tanto que perdi a vontade de assistir. Ao mesmo tempo, os pilotos da Indy, com aqueles carros medonhos, andavam num Elkhart Lake com uma reta dos boxes enorme, duas curvas de média para alta e outra reta tão grande quanto, terminada em uma curva quase de baixa velocidade com freada em descida... Aí não dá para controlar o desgosto. Enfim, vamos ao resultado: na corrida longa, vitória do ótimo Max Wilson (RC-Chevrolet)), seguido de Felipe Fraga (Cimed-Peugeot) e completando o pódio chegou o atual campeão Marcos Gomes (Cimed-Peugeot). Na corrida curta, vitória de Júlio Campos (C2-Chevrolet), seguido de Thiago Camilo (RCM-Chevrolet) e Allam Khodair (Full Time-Chevrolet). A comemorar a 6ª posição da Bia Figueiredo na corrida curta, uma piloto das mais batalhadoras que existe.

 

E já que citei Elkhart Lake, a prova em Road America foi muito boa de assistir. Está certo que a dominância de Will Power (Penske), que venceu de ponta a ponta, tirou um pouco do brilho da corrida, mas atrás dele a coisa foi bem interessante. Um merecidíssimo 2º lugar para Tony Kanaan (Ganassi), que pilotou como há um bom tempo não pilotava, e que dessa vez deve ter ido para pista com unas 3 meias de lã nos pés para evitar o pé frio que o atrapalhou algumas vezes ultimamente. Em 3º veio um batalhador Graham Rahal (Rahal-Letterman), que mereceu a posição pelo quanto incomodou os líderes durante a corrida. Helinho também foi bem e terminou em 5º, mesmo tendo recebido punição por bloquear o Hunter-Reay.

 

Antes de fechar a resenha automobilística do final de semana com a Nascar Sprint Cup, permitam-me comentar sobre a briga entre John Townley e Spencer Gallagher na etapa da Truck Series no oval de Gateway. Esses pilotos de hoje em dia são tão, digamos, frouxos, que nem sair na mão esse pessoal sabe mais. Que espetáculo lamentável! Começaram se agarrando, depois rolaram no chão, estava vendo a hora que iriam começar os beijinhos... esse pessoal precisa ter umas aulinhas com o Nelson Piquet sobre como ir dar uns sopapos no adversário, assim não pode.

 

Por falar na Sprint Cup, prova em circuito misto, Sonoma, no Napa Valley, região produtora de vinhos bastante interessantes (confesso ter curiosidade para experimentar a produção vinícola do Mario Andretti e do Jeff Gordon...) e com uma pista que parece uma montanha russa, cheia de subidas e descidas. E nesse parque de diversões para o bom piloto, vitória de Tony “Smoke” Stewart (Stewwart-Haas), quebrando um jejum de 84 corridas sem vitórias com uma pilotagem empolgante em sua temporada de despedida da categoria. Ele acertou na estratégia, soube segurar atrás de si os carros mais rápidos quando foi necessário, e o duelo na última volta entre ele e o 2º colocado Denny Hamlin (Joe Gibbs) foi épico. Tomou um totózinho lá do outro lado do circuito, antes dos esses em descida, e perdeu a liderança para Hamlin, mas no hairpin antes da chegada o Denny errou a freada e abriu muito a curva. Stewart embicou por dentro, quando Hamlin tentou voltou para a trajetória correta já encontrou o Tony no lugar, recebeu um contato que lhe garantiu uma bela rabeada no muro, mas ainda assim conseguiu seguir adiante para terminar no segundo posto. Completando o Top-5 vieram Joey Logano (Penske) em 3º, Carl Edwards (Joe Gibbs) em 4º e Martin Truex Jr. (Furniture Row) em 5º.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini