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As perspectivas de Felipe Nasr PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Saturday, 30 July 2016 18:29

Olá fãs do automobilismo,

 

Com as duas corridas em finais de semana consecutivos, meus queridos leitores já devem imaginar como foram as duas semanas entre a corrida da Áustria e a corrida da Hungria aqui no meu consultório.

 

Além dos clientes da Fórmula 1, ainda estamos em uma fase decisiva do campeonato da NASCAR e também no terço final do campeonato da Fórmula Indy. Tudo junto acontecendo, foi preciso criar um terceiro expediente e dar consultas até as 10 horas da noite. Confesso que fiquei, literalmente, destruída... não apenas física, mas mentalmente também. O terapeuta sofre um grande desgaste com seu trabalho. Ouvir, assimilar e ajudar o paciente a encontrar as respostas para seus questionamentos é um trabalho complexo.

 

Entre todas as consultas que tive, resolvi falar sobre a situação de um menino que eu adoro, que é uma pessoa super do bem, mas que está com seu futuro indefinido, além de estar sofrendo com um equipamento e numa equipe incapaz de dar-lhe condições fé fazer mais do que simplesmente dar voltas no circuito tentando não ser ultrapassado.

 

 

Nesta última vinda do Felipe Nasr aqui no meu consultório, percebi um certo ar de esperança em suas palavras. Ainda assim, o semblante de angústia que ele tenta disfarçar, principalmente diante das lentes dos fotógrafos, tem sido seu traço mais forte desde o início do ano, quando a equipe não conseguiu repetir o feito de produzir um carro competitivo logo no início da temporada e assim conseguir marcar alguns pontos. Atualmente, a Sauber é a única equipe no campeonato que não pontuou. Até a Manor conseguiu este feito.

 

Estando em seu último ano de contrato com a Sauber e com a perspectiva de ver a participação do Banco do Brasil, seu principal patrocinador, ser reduzida ou simplesmente deixar de existir, ele, seu tio (Amir Nasr) e seu empresário, Steve Roberts (o mesmo de Kimi Raikkonen) trabalharam com possibilidades de colocação em outra equipe, mas uma novidade que alguns dias depois apareceu na mídia conseguiu por um sorriso no rosto de Felipe.

 

 

A Equipe Sauber estava sendo vendida. O comprador é um grupo de investimento suíço, o Longbow Finance, e numa reunião do CEO deste grupo, Pascal Picci, ele garantiu o emprego de mais de 300 funcionários, o pagamento dos salários atrasados e acenou com a perspectiva de dias melhores. Enquanto ele falava, eu lembrei da passagem de outro grupo (Genii) pela categoria e tudo o que aconteceu. Tomara que a história não se repita.

 

Felipe, na sua busca por outra equipe para correr, esbarrou na dificuldade provocada pela definição – relativamente precoce – da maioria das vagas nas equipes para o ano de 2017, diminuindo assim as possibilidades de conseguir um lugar em outra equipe, com mais recursos. É como aquela brincadeira da cadeira. Se você levanta, pode não ter mais onde sentar quando a música parar.

 

 

Em suas palavras, Felipe – comedidamente – comemorou a negociação, considerando que foi uma boa notícia para todos e que esta negociação deu mais estabilidade a todos no time. A gente pode ver a alegria de todos com isso, os sorrisos voltaram na sede em Hinwil. Contudo o problema para este ano continua. O time continua limitado porque não tem ainda os recursos para trabalhar no desenvolvimento do carro e, com a mudança de regulamento para 2017, até onde valerá a pena fazer isso, mas as perspectivas a longo prazo são boas.

 

Em todo caso, o objetivo da Sauber para a sequência da temporada, que será retomada no fim de agosto após a pausa para as férias de verão é conseguir colocar o carro em condições de – com alguma sorte como teve a Manor – marcar pontos e sair da 11ª posição no campeonato. Mesmo com as mudanças, Monisha Kaltenborn, continuará como membro do Conselho de Diretores da equipe e seguirá como diretora-executiva e também a chefe da equipe.

 

 

Ainda faltam muitas corridas e todos acham esta recuperação possível. Com o primeiro aporte de dinheiro do grupo Longbow Finance, a equipe está preparando um pacote considerável de de atualizações para o C35, que praticamente não sofreu alterações desde o início da temporada por conta dos problemas financeiros que o time suíço vinha enfrentando. Com um investimento bem direcionado, é possível se conseguir sair da lanterna da tabela.

 

O problema é que, com a potencial melhoria da condição técnica e principalmente financeira da Sauber (que ainda não se definiu continuar ou não com o nome, mesmo porque, Peter Sauber vai se retirar dos seus afazeres no grupo), além dos pilotos das categorias de acesso, que buscam um lugar na Fórmula 1, outros pilotos da categoria, com seus lugares ameaçados, também passarão a olhar para a Sauber como uma opção interessante.

 

 

Felipe tem plena consciência de que precisa mostrar seu diferencial na pista, no trabalho com os engenheiros e ficar longe de acidentes para quem sabe ser ele a conseguir operar este quase milagre de marcar pontos na volta das férias de verão em agosto para ter chances de continuar no time para 2017. O problema é que ser bom na pista não tem se mostrado o suficiente para conseguir se manter numa equipe e a história recente nos conta isso bem claramente.

 

Em todo caso, Felipe não pode perder as esperanças e precisa continuar trabalhando com os olhos voltados para frente. Resolver os problemas da equipe, melhorar o carro, marcar alguns pontos, andar na frente do companheiro de equipe são os objetivos a ser conquistados nestes meses que restam de 2016. Felipe é um profissional muito forte mentalmente e tem condições de permanecer no grid para o ano que vem.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares

 

 

 

 

Last Updated ( Monday, 01 August 2016 09:48 )