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Uma zebra no templo do WRC! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 11 August 2016 14:01

E após sete etapas o WRC 2016 chegou ao seu templo com a realização, entre os dias 28 a 31 de Julho, do Neste Rally Finlândia. A etapa preferida por 10 entre 10 pilotos de rally, até mesmo no vídeo Game.

 

A etapa realizada no berço de lendas como Juha Kankkunen, Tommi Makinen e Ari Vatanen, conta com trechos com velocidades próximas a 200 km/h por entre intermináveis florestas de reflorestamento, saltos em sexta marcha com motor cortando giro, que levam ao delírio não só os finlandeses, mas também milhares de torcedores de países vizinhos como Suécia e Noruega. Os mais fanáticos acampam dias antes ao longo das especiais para garantir o melhor lugar. Enfim, a Finlândia está para o rally assim como o Brasil está (ou estava), para o futebol.

 

Quem teve a oportunidade de acompanhar de perto a etapa deste ano não se arrependeu, pois o que não faltou mais uma vez foi emoção, e um resultado até certo ponto surpreendente.

 

O piloto local, Jari Matti Latvala, estando na equipe que lidera o campeonato, era cotado como o favorito da etapa.

 

O líder na bolsa de apostas era no piloto da casa e vencedor das três últimas edições do rally finlandês, Jari Matti Latvala, não só pelo amplo conhecimento da região, mas também por estar a bordo do carro com melhor retrospecto dos últimos anos no WRC, o VW Polo.

 

Mas para surpresa geral, o herói não vestia azul e branco, não era nórdico, nem carregava no peito o símbolo da VW.

 

Sebastien Ogier não vem conseguindo manter o desempenho das primeiras etapas, mas continua lider do campeonato.

 

O azarão britânico Kris Meeke, em sua terceira aparição na temporada, chamou para si o papel de protagonista da festa, e a bordo de seu Citroen DS3, roubou a cena e tornou-se o quarto piloto não nórdico a vencer a lendária etapa, juntando-se a um seleto grupo que conta com Sainz, Loeb e Ogier.

 

Nem mesmo os companheiros de equipe de Latvala, o líder do campeonato e atual tri campeão mundial, Sebastien Ogier, nem o norueguês Andreas Mikkelsen, o qual também corria praticamente em casa, conseguiram impedir a vitória de Meeke, o qual  aproveitou-se do fato de largar mais para trás nos dois primeiros dias de prova, pegando assim os trechos mais limpos, para assumir a liderança e não largar mais.

 

Quem vem subindo em desempenho é a Hyundai, andando na frente de marcas com muita bagagem na categoria.

 

Como  Meeke já havia conquistado também uma vitória na etapa de Portugal, tornou-se o segundo piloto a conquistar duas vitórias na temporada, juntando-se a Sebastien Ogier.

 

Mas o que chama a atenção, é o fato do líder do campeonato ter conseguido esse feito nas duas primeiras etapas da temporada, Monte Carlo e Suécia. Após isso, não obteve mais nenhum triunfo. E a pressão, pelo visto, está começando a aparecer, pois Ogier acabou cometendo um erro crasso na SS 10 e ficou preso em uma vala, só conseguindo sair com a ajuda do público, e mesmo assim, após perder quase 20 minutos, dando adeus a qualquer chance de vitória, ou até mesmo de obter alguns pontos.

 

Apesar de terminar a etapa zerado, com ampla vantagem na classificação do campeonato, 143 pontos contra 98 do vice líder Andreas Mikkelsen, Ogier deverá garantir seu quarto título mundial com certa tranquilidade, visto que restam apenas  6 etapas para o final do campeonato.

 

O Rally da Finlândia acabou (sem trocadilho) na vala para Sebastien Ogier, que não marcou pontos na etapa.

 

Mas Ogier deverá ser campeão  mais em razão da pluralização de vencedores que a temporada está apresentando (Latvala, Meeke, Paddon, Neuville, Mikkelsen), e em virtude dos erros cometidos pelo seu companheiro de equipe, e principal concorrente, Jari Matti Latvala, do que por seus méritos. Aposto que nem Ogier imaginaria que teria um ano tão difícil após o domínio absoluto obtido em 2015.

 

E a história poderia ser outra caso a Citroen estivesse participando da temporada completa, pois Kris Meeke venceu 2 das 3 provas em que participou, e só não venceu também a primeira, em Monte Carlo, pois danificou seu DS3 em uma pedra no meio do caminho quando estava na liderando a etapa.

 

Ao que parece Kris Meeke finalmente encontrou o equilíbrio entre velocidade e consistência, já que anteriormente acelerava muito, mas também sofria muitos acidentes.

 

A Ford foi muito mal na Finlândia e MadsOstberg não conseguiu ir além de uma sexta colocação.

 

Com Ogier fora da disputa pela etapa, Meeke venceu o rally com uma vantagem de 29,1 segundos sobre Latvala.  Já seu companheiro de Citroen, Craig Breen, também surpreendeu a todos e completou o pódio com a terceira colocação.

 

Já a Hyundai e a Ford não tiveram o mesmo desempenho demonstrado nas demais etapas e ficaram de fora do pódio. A Hyundai até que passou perto, ficando na quarta e quinta colocação, com Neuville e Paddon, respectivamente. Já a Ford teve que se contentar com a sexta posição de Mads Ostberg.

 

Com a chegada das etapas de asfalto, sua especialidade, Ogier deverá parar de reclamar do fato de ter que limpar a estrada e voltar a subir ao lugar mais alto do pódio, e se isso não ocorrer, terá que buscar outra desculpa para o seu mal desempenho na temporada, apesar da provável conquista do tetracampeonato mundial.

 

Kris Meeke venceu a sua segunda etapaeste ano e seria muito bom para o campeonato se a tabela desse uma embolada.

 

E que Ogier se prepare para  2017, pois a se julgar pelos resultado das últimas etapas, e de Kris Meeke, ele não terá moleza na próxima temporada.

 

Até a próxima pessoal!

 

Marcos Tokarski