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Monza: Mais emoções fora do que na pista! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 04 September 2016 23:29

Olá leitores!

 

O GP da Itália não foi, admito, uma das mais emocionantes corridas que presenciei em minha vida. Justiça seja feita, corridas verdadeiramente emocionantes na pista situada dentro do Parco Nazionale de Monza existiram até 1971, último ano da pista gloriosamente livre, sem chicanes... de lá para cá, depende do regulamento vigente – e o atual é muito ruim nesse ponto. Entretanto, melhor uma corrida ruim em Monza que uma ótima em Abu Dhabi.

 

Isto posto, o final de semana da corrida já começou com uma notícia que se esperava há algum tempo, mas que eu não apostava que aconteceria – o anúncio da aposentadoria do Felipe Massa. Esse foi um piloto de quem eu esperava boas atuações, o começo da carreira dele foi bom, recebeu elogios do Michael Schumacher (com quem dividiu a Ferrari por 2 anos), e não foi campeão em 2008 pois durante a temporada a equipe Ferrari cometeu erros bizarros nas paradas de boxe (a pior foi a da mangueira de gasolina em Cingapura), mas era um bom piloto. Não se chega a uma disputa de título se for um “braço duro”. Teve um azar monumental em 2009, quando nos treinos do GP da Hungria recebeu aquela molada na cabeça que – em minha opinião – interrompeu a curva ascendente da carreira dele. Ele não admite por nada nesse mundo, mas perdeu velocidade após o acidente, e o que existia de arrojo nele foi para o lixo junto com o capacete usado no dia em que a mola o acertou. Passou a ser aquele piloto que arruma todo tipo de desculpa para o desempenho ruim, menos admitir que foi erro dele mesmo, e isso eu não gosto. Acho que para o bem da biografia dele deveria ter abandonado no fim de 2010, no máximo 2011, mas a teimosia o fez continuar. O que o fez mudar de ideia agora? Provavelmente a constatação que hoje em dia a F-1 é um esporte de pós adolescentes, e que a experiência de 14 anos de categoria dele não é mais levada em grande consideração. Aos 35 anos, você já não tem muita paciência para os Max Verstappen da vida, sem contar coisas que chegam na categoria apenas pelo sobrenome como o Joylon Palmer, talvez o mais inexpressivo piloto a aparecer na categoria nessa década. Que vá ser feliz, acredito eu que o melhor caminho para ele seja a F-E, já que não o vejo com perfil de piloto de WEC nem DTM.

 

Agora, vamos ao que interessa: a corrida. Mais uma vez tivemos dobradinha da Mercedes, dessa vez com o Rosberg na frente do Hamilton. A vitória do Rosberg foi facilitada pela péssima largada do Hamilton, que caiu da pole para o 6º lugar, e daí para frente não foi ameaçado em instante algum. Lewis fez uma corrida interessante, teve a oportunidade de disputar posições, coisa que não é muito comum ele fazer por conta da gigantesca superioridade da Mercedes sobre as outras equipes, mas não teve jeito: estava no pódio com aquela cara de quem sofre de hemorroida, coisa de criança mimada mesmo. Confesso não andar com muita paciência para com essa dupla da Mercedes e suas birras de crianças de 5 anos de idade...

 

Em 3º e 4º outra dobradinha, dessa vez da Ferrari (Vettel em 3º e Räikkönen em 4º), que gastou todas as “fichas” de desenvolvimento do motor que tinha para a etapa italiana, e se não conseguiu alcançar a Mercedes ao menos andou na frente da Red Bull, que ultimamente andava consideravelmente melhor. Correram bem, e como já fez outras vezes na Itália o Vettel agradeceu o apoio da torcida em italiano, para delírio da massa que superlotava a reta dos boxes. Os tifosi são tão animados que até fizeram o Sebastian parar de reclamar, ele que nos últimos tempos tem sido um dos maiores reclamões da categoria. Kimi esteve... Kimi, blasée como de costume, não celebrou o 4º lugar mas admitiu um avanço do carro.

 

Em 5º lugar chegou Daniel Ricciardo, em um ótimo resultado para um carro sem motor Mercedes e não sendo a Ferrari em uma pista onde cavalaria no motor é quase tudo. Não chegou no pódio como nas últimas corridas, mas teve uma bela atuação e fez uma ultrapassagem muito boa sobre o Bottas, em um dos melhores momentos da corrida. Seu companheiro Max Verstappen (7º) estava mais tranquilo esse final de semana, acho que acertaram a dose do remedinho dele, essa vez não se envolveu em enrosco e/ou polêmica com ninguém, e também extraiu tudo o que o equipamento podia oferecer, uma boa corrida.

 

Na 6ª posição chegou Valtteri Bottas, em uma bela apresentação da Williams, que finalmente voltou a andar na frente da Force India – e com os resultados do final de semana a equipe voltou ao 4º lugar no Campeonato dos Construtores. Valtteri reclamou um bocado dos pneus, demonstrou não estar feliz com o resultado, mas levando em conta as últimas corridas ele deveria comemorar. Seu companheiro Massa chegou em 9º lugar, ensanduichado entre as Force India, reclamou dos pneus (novidade...), mas reconheceu que foi um final de semana favorável para a Williams.

 

Em 8º chegou Sérgio Pérez, um dos alvos das especulações do mercado de pilotos para 2017, que não ficou muito satisfeito com o ritmo de corrida dos carros da equipe indiana e também não achou que a estratégia utilizada foi a mais adequada. Ao menos chegou na frente do seu companheiro Hülkemberg (10º), que se envolveu em algumas divididas de posição na primeira volta, levou a pior, ficou um tempo razoável preso atrás do Fernando Alonso, cuja McLaren não pontuou mas teve um desempenho aceitável, principalmente nas retas, e depois acabou fazendo uma corrida para levar o carro para a zona de pontuação.

 

Próxima etapa será nas ruas de Cingapura, etapa noturna mas que eu recomendo vivamente para quem puder que assista o 1º e 3º treinos livres, ainda com luz do dia, para admirar a beleza da parte antiga da cidade.

 

O domingo não foi só de F-1, e tivemos uma corrida memorável de MotoGP na Inglaterra, onde a Suzuki venceu após 9 anos com a revelação Maverick Viñales, 21 anos de puro talento, e ano que vem será uma ENORME dor de cabeça para o “Dottore” Valentino Rossi (3º colocado) na Yamaha, já que me parece ser mais rápido e arrojado que o Lorenzo (que desde que se colocou em aviso prévio, comunicando que ano que vem vai para a Ducati, só perdeu rendimento). Em segundo, para júbilo da torcida local, o vencedor da etapa passada, Cal Crutchlow, com sua Honda privada andando na frente das Honda oficiais HRC... está numa fase iluminada, que a aproveite muito bem.

 

E para você que está ficando cansado do automobilismo cheio de mimimi, de não me toques, sugiro entrar no site da NASCAR para assistir a última volta da corrida da Truck Series na pista canadense de Mosport Park... uma disputa de posição das mais “animadas” que já vi, com o John Nemecheck inconformado com a segunda posição jogando sua picape para cima do líder Cole Custer, forçando a batida, empurrando o adversário para o muro, e ambos cruzando a linha de chegada pela grama, se empurrando mutuamente. Os fiscais de prova tiveram o óbvio momento de indecisão, afinal não cruzaram a linha de chegada pelo asfalto, mas como a NASCAR não tem aquelas definições de “limites de pista” tão rígidas como a F-1 a posição dos dois acabou sendo confirmada. Evidentemente o menino Cole ficou muito, muito louco da vida (para não escrever a palavra de baixo calão que definiria mais claramente o que ele ficou), e no menor descuido da turma do “deixa disso” correu na direção do Nemechek e aplicou-lhe um “tackle” digno de full defense de futebol americano. Gostaria de ter visto a discussão de argumentos com os punhos, mas a turma do “deixa disso” foi rápida e os separou. Não prevejo uma campanha do Chase muito bem sucedida para o menino John, mas enfim...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini