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Pintou o campeão? Eu acho que não! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 02 October 2016 23:43


Olá leitores!

 

O Nico Rosberg é um piloto difícil de, por assim dizer, decifrar. Acontecesse com o Vettel, com o Alonso, com o Hamilton, com um Lauda, com um Prost, com um Scheckter, o que aconteceu com ele nesse GP da Malásia, e poderíamos dizer que ele está com “sorte de campeão”. Dentro do cenário que se apresentava ao final da primeira volta, o que aconteceu com ele deu tão certo ao cruzar a bandeirada que – com esses pilotos citados – poderíamos cravar que o moral estaria em uma curva ascendente, que ele conseguiria se impor sobre o companheiro de equipe, e que já estava com uma mão e dois dedos na taça. No entanto, é o Nico Rosberg... e simplesmente não consigo imaginar ele aproveitando essa fase em que o companheiro de equipe está abalado (principalmente por ser o companheiro de equipe dele quem é) para abrir vantagem até o final do ano. Não consigo cravar o “pintou o campeão” que eu cravaria com os pilotos supracitados. Ele é um piloto rápido, mostrou isso nas categorias de acesso e na própria F-1, mas não consigo perceber nele aquele “sangue nos olhos” de aproveitar um momento desses e se superar até o final do ano. Ele me passa a impressão de ser alguém como o Gerhard Berger, como o David Coulthard, um bom piloto, um piloto vencedor, mas sem aquele “algo a mais”... eu espero, sinceramente, que eu esteja redondamente errado, e que eu queime a língua até o final do campeonato, que ele se consagre o campeão de 2016, mas não apostaria dinheiro nisso.

 

Após essas divagações sobre um dos dois postulantes ao título, devo ressaltar a excelente atuação da Red Bull no calorão malaio. Fariam dobradinha 1-2 caso Rosberg não tivesse sido atingido pelo Vettel na primeira volta e se o Hamilton não tivesse o motor quebrado? Claro que não, mas foram de longe os melhores da F-1 (não estou considerando a dupla da F-Mercedes), e foi um resultado que deve ser comemorado como o fruto de uma estratégia bem traçada, que passa pela grande eficiência que os pilotos da Red Bull demonstram nas largadas, em contraste com a irregularidade da dupla que disputa o título.

 

Vitória de Daniel Ricciardo, quebrando um jejum de 2 anos e dedicando a vitória ao Jules Bianchi, já que desde a morte da promessa francesa ele não subia ao degrau mais alto do pódio. Não conseguiu ameaçar diretamente o Hamilton em nenhum momento que não fosse uma saída de safety car virtual para a bandeira verde, mas conseguiu ficar próximo o suficiente para o inglês não se sentir confortável a corrida toda, e isso certamente foi importante para o resultado final. Teve uma estratégia mais acertada que o companheiro, ficando com os pneus mais macios no final e usando os duros no trecho intermediário. Seu companheiro Max Verstappen (2º) bem que tentou pressionar no final, mas com pneus duros não conseguiu alcançar o australiano. Também fez uma grande corrida, mostrando que a decisão da Red Bull de o trocar de lugar com o Kvyat foi extremamente acertada.

 

Em 3º chegou o grande sortudo do dia, Nico Rosberg, que após ser atingido por um Vettel que escolheu uma trajetória heterodoxa para entrar na complicada primeira curva do circuito de Sepang e rodar, saiu do incidente sem nenhum prejuízo na suspensão. Conseguiu (ajudado pelo abismo que existe entre o carro da Mercedes e os outros) galgar novamente as posições perdidas até chegar atrás das Red Bull. Não sem antes tentar uma “vingança” com a Ferrari do Kimi, fazendo uma ultrapassagem “NASCAR style”, dando um toquinho na roda traseira do finlandês no momento da ultrapassagem – manobra que rendeu uma inócua punição de 10 segundos no tempo total da prova. Resultado, como podemos ver, vantajoso para o alemão. Já seu companheiro Lewis Hamilton (19º) abandonou após um belo espetáculo pirotécnico propiciado pelo motor. O inglês – como seria de se esperar – deu um chilique ao chegar de volta aos boxes, dizendo que haveria um complô na equipe para que ele não fosse campeão, e outras bobagens. Depois que os diretores responderam à altura da bobagem ele esfriou a cabeça e se desculpou, mas é chato ter que trabalhar com piloto mimado e chiliquento assim. Tinha que passar umas 5 corridas na Manor para aprender o que é uma vida dura...

 

Em 4º chegou Kimi Räikkönen, reclamando (justificadamente, diga-se de passagem) da falta de velocidade do carro. Simplesmente por mais que ele tentasse baixar os tempos de volta, o tempo não vinha. Ele deve estar torcendo para esse ano acabar o mais rápido possível para ver se com o novo regulamento do ano que vem ele pode voltar a almejar lugares no pódio, pois o carro do ano passado já não foi maravilhoso, mas o desse ano realmente deixa a desejar para uma equipe com os recursos da Ferrari. Seu companheiro Vettel teve uma largada atribulada, tentou encontrar um espaço e se deu mal, fazendo o Rosberg rodar, quebrando sua suspensão dianteira esquerda, não chegou a completar nem uma única volta e, para completar a obra, ainda foi punido pelos comissários com a perda de 3 posições no grid de largada da corrida do Japão, na próxima semana.

 

Em 5º chegou Valtteri Bottas, que fez uma ótima corrida arrancando tudo que foi possível do apenas regular carro da Williams. Uma das melhores atuações do ano por parte do jovem finlandês. Seu companheiro Massa (13º) por outro lado teve um dia terrível, com problemas elétricos na largada, depois sofreu um furo no pneu 3 voltas após efetuar a troca... mais um dia para esquecer.

 

Em 6º chegou Sérgio Pérez, salvando alguns pontos após o safety car virtual prejudicar sobremaneira a estratégia de pneus escolhida para a prova. Seu companheiro Nico Hülkemberg (8º) também não tem muito o que agradecer, tendo perdido posições desviando do incidente Rosberg/Vettel, depois perdeu mais um bocado de tempo atrás do Button, enfim, não foi um dia dos mais bem sucedidos para ele. Também deve agradecer por chegar nos pontos.

 

Em 7º, demonstrando mais uma vez o tamanho do seu talento, chegou Fernando Alonso, após largar em último por conta das punições recebidas por causa das mexidas da McLaren no motor do carro. A McLaren nitidamente conseguiu evoluir o carro, e a Honda avançou bastante no motor, pena para eles que ano que vem muda o regulamento... e aí é o recomeço de novo. Comprovando o bom dia que a equipe teve, Button também pontuou, chegando em 9º lugar. Chegou em nono mas reclamou de monte de ter tido a estratégia prejudicada pelo safety car virtual... é, o ano sabático virá em ótimo e apropriado momento...

 

E para espanto desse vosso escriba, em 10º chegou Jolyon Palmer, da Renault. Sim, até o Palmerzinho pontuou. Deve ter sido aquele dia em que o alinhamento planetário estava completamente favorável ao garoto, pois a habilidade dele ao volante não é para isso tudo não. Seu companheiro Kevin Magnussen foi tocado no incidente da largada, trocou a asa, e posteriormente foi chamado de volta aos boxes para abandonar antes que os problemas nos freios causassem um acidente.

 

E o calvário de Felipe Nasr com a Sauber continua, tendo abandonado por problemas no freio eletrônico (aquele que aciona as rodas traseiras). Que consiga um lugar um pouco melhor ano que vem...

 

Próxima corrida já é final de semana que vem, para desagrado do Hamilton, que está com saudades de pegar seu avião e ir visitar os amigos do meio musical em New York...

 

Antes de encerrar, vamos comemorar o vice campeonato do Christian Fittipaldi no IMSA SportsCar Championship e a vitória dele no Campeonato Norte Americano de Endurance, que compreende as provas de duração mais longa do IMSA. Esse descobriu que existia uma vida, e uma vida feliz, fora da F-1 e está lá fazendo seu trabalho de maneira competente. E antes que algum brasileiro que segue a lógica do finado de que “o segundo colocado é o primeiro dos perdedores”, cumpre ressaltar que ele foi vice esse ano depois de ser campeão em 2014 e 2015...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini