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Fórmula Humpf! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 07 November 2016 19:23

Pessoal, todo mundo já ouviu aquela praga de que nada está ruim o suficiente que não possa piorar, não é mesmo? E a cartolada da Fórmula 1 tem levado isso ao pé da letra, conseguindo estragar ainda mais um espetáculo que vem perdendo público nos autódromos e audiência na televisão há cada ano que passa.

 

Bobagens esse pessoal empoleirado nas torres de controle faz à rodo e isso a gente já tá careca de saber – sem exceção de categorias. Isso a gente vê na Stock Car, na Fórmula Truck, nos campeonatos de kart, na NASCAR, na Indy, mas o GP do México no final do mês passado “ganhou o Oscar” do absurdo.

 

Logo na primeira curva, Neguin Hamilton, depois de percorrer os cerca de 800 metros até a freada com o Paquito Rosberg e todo pelotão embutido na traseira da Mercedes, meteu o pé no freio, travou uma roda e vendo que não iria conseguir fazer a curva, passou reto, pela grama, cortando a chicane e saindo com uma distância absurda para o segundo colocado.

 

Depois de largar bem e segurar a ponta, sem conseguir frear, Hamilton cortou caminho pela grama pra garantir a liderança.

 

Se aquilo não foi levar vantagem ao exceder os limites da pista foi o que? Era coisa para 10 segundos de punição nos boxes... no mínimo. Só que, na interpretação dos comissários desportivos, tendo como base a telemetria da Mercedes, o diretor de provas, Charlie Whiting Omo Total, declararam que o fato de que o carro #44 desacelerou assim que deixou a pista e só retomou o ritmo ao retornar não constituía um ganho de vantagem.

 

Esse bando de sei lá o quê (censuraram o texto original 3 vezes) não vê as imagens da TV? Se a distância aberta para o segundo colocado naquela curva não foi ganho de vantagem que nome tem aquilo? Eu digo que nome tem: interesses comerciais! Se o Neguin Hamilton toma um travo de 10s nos boxes, ia perder a liderança no primeiro pitstop e, com isso, dificilmente retomaria a ponta, correndo o risco do campeonato acabar no México. No ano passado, quando terminou nos EUA, já fez um estrago danado na bilheteria do GP Brasil... ia acontecer de novo? “No Way!” deve ter dito Munrad, o de vida eterna.

 

Rosberg, ddepois de tocar rodas com Verstappen,também usou a grama para segurar a posição.

 

Na mesma primeira curva, um toque roda com roda entre o Paquito Rosberg e Unabomber Verstappen complicaria a vida do líder do campeonato, mas o piloto da Mercedes também resolveu “cortar grama” pra manter o segundo lugar. Punição? O que é isso? Do mesmo jeito que não puniram o líder, também não puniram quem o seguia com uma desculpa ridícula, de que só fez aquilo porque foi forçado pelo piloto da Red Bull... então era o “ex-dimenor” quem seria o punido, por forçar outro competidor para fora da pista. Mas isso também não aconteceu!

 

Talvez a omissão dos comissários e do Diretor de Provas não passasse em branco se o Safety Car não fosse acionado por conta da batida no fundo do pelotão, mas ainda assim, os fatos que aconteceram nas cinco voltas finais da corrida conseguiram reunir uma somatória de incoerências que despertara a fúria dês colunista e, certamente, de muita gente que assiste Fórmula 1 desde os anos 80.

 

Seria muito bom se o Charlie Whiting fizesse um "mea culpa" e assumisse os erros na condução do GP do México.

 

Certamente assegurado da impunidade, uma vez que os dois primeiros colocados da corrida não foram punidos em suas passagens pela grama e nem ele, por ter empurrado um deles pra fora dos limites da pista, quando se viu na iminência de perder o terceiro lugar para a Ferrari que fungava na sua caixa de câmbio, o que fez o “aborrecente” da Red Bull: forçou a freada, travou um pneu e... jogou o carro na grama, cortando caminho e mantendo a posição.

 

Faltavam 4 voltas pra terminar a corrida e uma ação por parte dos comissários e do Diretor de Prova teria que ser rápida e precisa... e assim como eu, a maioria aqui não acredita em Papai Noel, Duende ou Coelhinho da Páscoa. Enquanto a televisão mostrava a cabine da mureta da Ferrari e seu tetra campeão do mundo e rei do chororô no rádio esperneando como uma criança que perde a chupeta, certamente o “Baby Bull” recebia orientações para segurar a Ferrari o máximo que pudesse para que o outro carro da equipe, com o Ricardão Caçapão pudesse atacá-lo, como vimos acontecer.

 

Na cara dura, como Hamilton, Verstappen passou pelo gramado e impediu Vettel de tomar a terceira posição.

 

Entre todos os mimimis e chororôs que vi nestes anos vendo corridas de Fórmula 1, o mais ridículo é essa nova regra de que não se pode mudar de trajetória quando se está freando para uma curva por ser “muito perigoso”. Fazer crochê também é... a gente pode se furar com a pinta da agulha! Em categoria nenhuma existe essa regra esdrúxula, só na Fórmula 1.

 

Quem mais vinha reclamando disso eram os pilotos da Ferrari e eis que, faltando três voltas para o final da corrida, o que faz o “Darth Vettel”? Freia e muda de direção na defesa de posição! É bom rever este momento uma vez que, mesmo mudando a trajetória, o alemão deixa espaço para um carro entre a Ferrari e a linha branca que indica o limite do traçado, permitindo o ataque.

 

Apesar de ter mudado a trajetória, Vettel deixou espaço para Ricciardo tentar a ultrapassagem, que não aconteceu.

 

Eu queria ser uma mosquinha lá na torre de controle para ver os comissários e o Diretor de Prova batendo cabeças com dois episódios polêmicos para serem resolvidos num intervalo de 5 minutos faltando duas voltas para o final da corrida. Querer que saísse alguma coisa daquela sala envidraçada com bom senso e coerência seria mais difícil que os 6 números da megasena.

 

A direção de provas tinha o mundo contra si pelas imagens mostradas e, no final, conseguiu expor toda a sua incompetência na capacidade de gerir problemas, problemas estes criados por ela mesma. Primeiro, numa atitude evidente de dar um mínimo de satisfação aos que viram o marrento birrento cortar grama, puniram o Tourinho Aborrecente com 5 segundos e tiraram-no do pódio ainda na sala de preparação, fazendo o ferrarista chorão correr para receber o troféu.

 

Rei do "mimimi" no Radio, Sebastian Vettel chamou o diretor de provas de tudo... foi punido (não oficialmente) pela língua.

 

Logicamente a manobra do Darth Vettel não ficaria impune, ainda mais depois do monte de palavrões endereçados ao Diretor de Prova, que é o dono do poder supremo e infalível como um Deus em suas decisões. Assim, três horas depois, o piloto da Ferrari é punido com 10 segundos no seu tempo de prova, jogando-o para o 5º lugar e obrigando-o a uma retratação, sob o risco de ficar de fora da corrida no Brasil.

 

Depois vem a cartolada toda reclamar de que estão perdendo audiência, que o público está diminuindo, que os jovens não se interessam por corridas, que isso, que aquilo e não reconhecem que são eles quem estão estragando o espetáculo, deixando o piloto errar à vontade com áreas de escape asfaltadas, criando regras que freiam a competitividade, punindo quem é arrojado e fazendo a gente dormir na frente da televisão durante as corridas. Na quinta-feira, anterior ao GP Brasil, colocaram o Charlie Whiting Omo Total pra explicar suas decisões no GP anterior... e ele conseguiu ser unânime: ninguém engoliu as justificativas!

 

 

Aí o Bom velhinho vem lançar aqueles factoides de “criar atalhos” nos circuitos, molhar o asfalto, premiação com medalhas, que o GP de tal lugar não vai mais acontecer, que o do outro lugar também não, que a democracia no esporte não é boa... tomara que esse tal de Grupo Liberty coloque logo ordem na casa.

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva


Last Updated ( Friday, 18 November 2016 08:43 )