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A retrospectiva internacional PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 18 December 2016 23:03

Olá leitores!

 

Chegou aquele momento em que todos os campeonatos principais acabaram, e é hora de fazer aquela retrospectiva do que aconteceu no ano. Comecemos com a retrospectiva internacional, semana que vem será a nacional, e por fim, já no comecinho de 2017, a esperada consulta com Pai Alex (já reservei horário com ele, que está com agenda lotada, mas arrumou um tempinho para me receber antes do Réveillon) com as previsões para o próximo ano.

 

Na Fórmula Um, muito mimimi, muito chororô, mas um final inesperado. O ponto baixo da temporada, definitivamente, foi a corrida em Baku, que a FIA insistiu em chamar de GP da Europa, mas na época em que eu estudei Geografia na escola definitivamente o Azerbaijão não fazia parte da Europa... enfim, os dólares do petróleo da ex república soviética compram até alteração no mapa, pelo jeito. Criou-se uma falsa expectativa em torno de alguma emoção protagonizada por uma curva ao lado do castelo medieval da cidade, onde passa apenas um carro, mas na hora da corrida a opção preferencial da categoria por pilotos com perfil de Alain Prost ao invés de pilotos com perfil de Nigel Mansell tornou a etapa um remédio para dormir dos mais poderosos. Os melhores momentos da corrida puderam ser resumidos à largada e à chegada. Horrível, horrível, horrível. Menos mal que para 2017 a Dona FIA desistiu de colocar essa corrida na mesma data das 24 Horas de Le Mans. 2016 também foi o ano em que os comissários de corrida se mostraram sensíveis ao choro dos crianções que pilotam na categoria, e cada vez que um choro era ouvido pelo rádio era prontamente atendido pelos comissários, que demonstraram que se a FIA resolver substituir eles por sensores eletrônicos (ainda acho que os sensores errariam menos e seriam menos parciais do que eles foram) eles poderão ter uma carreira de sucesso como babás, sabem acalentar crianças choronas com perfeição. Vettel mostrou que é tetracampeão de F-1 e hexacampeão de chororô, reclamou muito mesmo pelo rádio. Insatisfação com o carro da Ferrari (que foi um projeto quase tão ruim quanto aquele de 1992), insatisfação com o Kimi andando mais rápido que ele em algumas corridas, acredito que se já não tivesse contrato assinado para 2017 ele teria procurado outra equipe para correr.

 

2016 também foi o ano em que vimos pilotos ruins como os daquela época em que tínhamos a pré classificação na F-1, devido ao grande número de equipes pequenas na categoria. Kevin Magnussen não é exatamente ruim, mas seu companheiro nessa temporada, Jolyon Palmer... começou o ano como inexpressivo, terminou como braço duro mesmo. Acredito que tenha sido pior que aquele francês que foi companheiro do Piquet na Brabham em algumas corridas de 1985, o Francois Hesnault, aquele que rodou em linha reta no seco em Mônaco... ruim, ruim, muito ruim o Palmerzinho. Conseguiu ser amplamente pior que o pai – que já não foi exatamente um ás da categoria. Outro que não deixou saudades foi Rio Haryanto, piloto ruim num carro ruim, nada de bom poderia vir dali. Esteban Ocon entrou no meio da temporada, prefiro ver uma temporada completa para opinar melhor, mas me pareceu outra chicane ambulante. Outro que merece uma menção desonrosa é Daniil Kvyat, que não é ruim, tanto que chegou em 3º na China, mas resolveu pilotar como aqueles motoristas da terra natal dele que vemos aqueles vídeos hilários na internet quando procuramos com as palavras “dash cam” e “russia”... foi rebaixado da Red Bull para a Toro Rosso merecidamente, e quando viu o sucesso que o seu substituto Max Verstappen fez aí sua cabecinha entrou em estol de vez. Ou se recupera em 2017 ou será merecidamente varrido para baixo do tapete da história da categoria, junto àqueles que poderiam ter sido e nunca foram.

 

Para o Brasil foi um ano difícil. O experiente Felipe Massa nitidamente não se entendeu bem com o carro desse ano, sendo sistematicamente superado pelo companheiro Valtteri Bottas, e anunciou sua aposentadoria no GP de Monza. Aposentadoria essa que está em stand by, seja pelas novas regras de aposentadoria do governo brasileiro, seja pelo fato que Bottas pode sair e a equipe precisa de alguém com experiência para acompanhar o novato Stroll, que não pôde ser anunciado como piloto da equipe antes de completar 18 anos, afinal a equipe é patrocinada por uma empresa de bebidas alcoólicas. Felipe Nasr, por sua vez, comprovando que é o Chris Amon tupiniquim, só conseguiu algum resultado com a carroça da Sauber no GP do Brasil, quando já era certo que estava fora dos planos da equipe, empurrado psicologicamente pela torcida e levando aquela biga no braço debaixo da chuva inclemente que caiu em Interlagos durante a corrida. Gostaria muito que ele permanecesse na categoria ano que vem, mas quando você tem concorrentes com menos talento e mais dinheiro em caixa, a coisa é complicadíssima. Mais uma vez, torço para meu pessimismo estar errado.

 

O fato mais surpreendente, claro, foi a decisão de Nico Rosberg se retirar da categoria após finalmente conquistar o título. Seja por questões de foro íntimo (ficar mais tempo com a família e se tornar piloto de carrinho de bebê e van/SUV familiar tipo Chrysler Town and Country ou Mercedes GLE) ou para não ter de enfrentar um Lewis Hamilton cheio de sangue nos olhos para retomar o título para si em 2017, ele sai da categoria por cima, como campeão. Um campeonato que poderia ter acabado a 3 corridas do final, mas como o Nico quis adotar uma direção no estilo Thierry Boutsen até a última etapa e não correr risco algum, tivemos uma prova improvavelmente emocionante em Abu Dhabi. Ao menos para isso serviu o excesso de prudência do filho do Keke, que como vimos tem motivo de sobra para tomar as biritas que ele toma...

 

No tocante a outras categorias, muita movimentação na Indy: após o (para mim) surpreendente título do Simon Pagenaud, uma movimentada dança das cadeiras para o 2017: na Penske, sai Montoyucho Fofucho e entra Josef Newgarden (talvez o mais talentoso dentre os pilotos mais jovens da categoria), mas terá um carro extra para o colombiano em Indianapolis. Na Andretti, sai Muñoz – que vai para a Foyt – e entra Takuma Sato, que com um carro melhor pode aprontar das suas no pelotão da frente. Em termos de motores e kits aerodinâmicos, a Foyt deixa os Honda para receber os Chevrolet e a Ganassi deixa os Chevrolet para usar os Honda em 2017. E a dança das cadeiras também se estende às equipes pequenas, ou seja, grandes mudanças para ano que vem. Mais um ano se passou e os brasileiros ficaram fora do degrau mais alto do pódio, embora Helinho e Tony tenham tido desempenho melhor esse ano do que ano passado.

 

No DTM, uma temporada que considerei meio aborrecida. Esse atual regulamento tem carros muito, muito seguros, mas definitivamente escolheram privilegiar a segurança em detrimento da competitividade, e nem os artifícios herdados da F-1 como a asa traseira móvel tiveram efeito para fazer a categoria voltar a ser agradável de assistir como era nos anos 80 e 90. O título ficou em boas mãos, o Marco Wittmann é um dos melhores pilotos da categoria, e se a BMW não fizer nenhuma grande bobagem para o carro do ano que vem deve estar entre os postulantes para o título. No calendário continuam as chatérrimas etapas de Hungaroring e de Moscou, uma pista cuja inadequação à categoria rivaliza com aquela pista que eles corriam na Itália (e que felizmente a categoria abandonou) em Adria. Torçamos para o Farfus ter mais sorte, esse ano foi de lascar.

 

No WRC mais um título do Sebastien  Ogier e a grande “bomba” que foi o anúncio da saída da VW da competição, como forma de reduzir os gastos da empresa que terá que pagar milhões e milhões de indenização por ter tentado burlar a draconiana legislação atual a respeito de emissão de poluentes em motores Diesel. O “jeitinho germânico” não foi tão eficiente quanto o “jeitinho brasileiro”, e a casa caiu para os tedescos. O ponto positivo da temporada foi o crescimento da Hyundai, que finalmente conseguiu em algumas etapas ficar nos calcanhares da equipe VW, inclusive conquistando duas vitórias (Argentina e Sardenha), mesmo total de vitórias da Citroën, que passou a temporada se preparando para o novo regulamento de 2017.

 

No WTCC, mais um campeonato para o argentino José Maria “Pechito” López, seguido pelo Yvan Muller, que após mais um vice campeonato achou por bem anunciar o final da sua longa e bem sucedida carreira de piloto de turismo. É outra categoria que terá novo regulamento ano que vem, que – assim como no caso do WRC – espero que traga mais competitividade na categoria, que viveu mais um ano de aborrecida supremacia da Citroën, em que pese algumas boas apresentações da Honda e da Lada – que não desenvolverá carro para o próximo regulamento, se dedicando ao pujante campeonato russo de automobilismo...

 

No WEC, o título de construtores ficou com a Porsche, e por sinal o título de pilotos também ficou na marca, com a vitória do trio Lieb, Jani e Dumas. A Toyota não apresentou um desempenho bom como ano passado, mas definitivamente a equipe sentiu o baque de ter perdido a tão almejada vitória nas 24 Horas de Le Mans por um problema mecânico faltando menos de 5 minutos para a bandeirada. Um castigo muito cruel para uma equipe que dessa vez não fez nada de errado, e teve a simpatia até das suas rivais Porsche e Audi. Audi que não estará na categoria ano que vem (ao menos não como equipe oficial), também como reflexo do Dieselgate.

 

E naquela categoria que começa e termina no meio do ano, com calendário parecido com o futebol europeu, a Fórmula E, vitória merecida para Sebastien Buemi, que duelou até a última prova com Lucas di Grassi pelo título. Uma disputa muito interessante entre eles, para compensar o barulho de furadeira que os carros fazem. Para a temporada 2016/2017, a grande novidade é o spoiler dianteiro mais feio, medonho e pavoroso que já vi em monopostos. Bateu amplamente aqueles bicos com degrau da F-1 no quesito feiura.

 

Por enquanto é só, semana que vem tem a retrospectiva nacional e onde falarei também sobre a NASCAR. Aproveitando a ocasião, um Feliz Natal a todos vocês, caros e fieis leitores.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini