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Queremos carros bonitos... e força pra LMP2 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 16 January 2017 10:36

Olá pessoal! Feliz ano novo!

 

Escrevo a coluna deste mês diretamente de Guarapari, a praia dos mineiros. Aqui a gente só vê gente bonita, exceto quando me olho no espelho. Só que a nossa coluna vai falar também de coisas feias. Umas muito feias, mas que tem gente que acha bonito, por que gosto e mau gosto tem pra todos os gostos.

 

Eu tenho certeza que a maioria dos leitores acham os atuais carros da Fórmula 1 feios. Recentemente foram até pior, com um aerofólio dianteiro que parecia uma colheitadeira, ridículos e minúsculos aerofólios traseiros, aquele bico quebrado, com degrau então... um horror, mas o pior foi aqueles “pinguelos” nos bicos, onde apelidamos o carro da Force India de Kid Bengala, porque o deles era preto.

 

Os carros da Fórmula Indy conseguem ser mais feios ainda. Tanto que chamamos aquelas coisas de “Fórmula Taturana Arrepiada”. Como os cara de lá são “limitados” (pra ser bondoso, afinal, o ano está só começando), os carros tem que ter proteções laterais contra encavalamento de rodas e “parachoques” na parte traseira pra evitar batidas e cortes dos pneus e que, por um erro de construção para os usuários de motores GM, faziam o carro levantar voo – literalmente – em Indianápolis.

 

 

Para 2017 a Fórmula 1 vem com a possibilidade de termos carros de corrida com mais cara de carros de corrida e vozes tem se levantado na América para o extermínio das taturanas... ou pelo menos deixá-las com um aspecto mais apresentável. A praga que eu não vejo jeito de consertar são esses protótipos do Mundial de Endurance. Como disse no início, pode até ter gente que goste, mas eu acho os carros, especialmente os LMP1, horrorosos!

 

 

Sem querer ser saudosista, principalmente se formos fala de carros dos anos 70 ou de antes (e eu nasci na década de 70), os carros eram bonitões, aerodinâmicos, estilosos. Quantos dos nossos leitores não babam quando veem uma foto de um Porsche 917? Depois vieram os 956 e os 962, tão londos ou mais quanto o 917, que tem um camarada lá em São Paulo, o AC Cabral, que faz em fibra pra quem tiver grana pra comprar.

 

 

E os carros da concorrência? Uma das fabricantes de carros que rivalizavam com a Porsche e disputavam as 24 horas de Le Mans era a Ferrari. Como era, é e sempre será linda a Ferrari 312P... e as curvas da Ferrari P4, parece as das moças que passam aqui na praia e que se eu olhar a patroa me taca na cabeça o ela que tiver na mão.

 

E o que ninguém pode dizer é que os carros foram ficando feios por causa do passar do tempo ou do arrojo aerodinâmico que se fazia necessário. Conversa fiada que mineiro não embarca nesse trem. Nos anos 80 tínhamos os carros da Jaguar que eram espetaculares de lindos. A linha XJR, que veio desde numero 6 até o modelo 14, o “roxão”, era só carrão!

 

 

Os Sauber-Mercedes do final da década e início dos anos 90, até mesmo aqueles SLK que levantavam voo na Mulsanne eram lindos demais. O Mazda 787B, carro japonês com motor rotativo que ganhou as 24 Goras de Le Mans em 1991 e outros modelos da época faziam parte do chamado Grupo de Protótipos C da FIA, mas aí vieram as aberrações... até chegarmos nos carros que alinharam nos últimos anos na parte frontal do grid do WEC.

 

É lógico que não se pode falar mal de todo o trabalho de pesquisa e desenvolvimento no seguimento de propulsão híbrida, recuperação de energia, tração integral inteligente e outros tantos avanços que a categoria LMP1, e principalmente a Audi, trouxeram para a indústria automobilística... mas não dava pra fazer uns carros mais bonitos?

 

 

E o pior foi que, no ano passado, eles pareciam uma salada da paleta básica de cores – com misturas aleatórias – da indústria automotiva brasileira. Os carros tinham tons de branco, prata, cinza, vermelho e preto. Nas tomadas de imagem mais distantes, um “telespectador de primeira viagem” não conseguiria descobrir qual carro era de qual equipe. Ao menos os números no WEC são bem visíveis! Mas na hora do “luscofusco”, até mesmos os telespectadores mais rodados derrapariam na leitura da tela.

 

Mas o problema da LMP1 é a falta de grid. Até o ano passado, se fosse pra levar a coisa à sério, eram seis carros competindo (exceto quando colocavam 3 carros, no caso das 24 Horas de Le Mans) e três ou dois “na porteira”, os carros da Rebelion e o da ByKolles, que não tem tecnologia híbrida, e ficam com as migalhas do que cai da mesa quando os carros das grandes montadoras quebram.

 

 

Por falar em quebradeira, por conta do Volks-Dieselgate com os alemães tentando “dar um jeitinho” nos resultados dos testes de emissão de partículas sólidas dos seus carros à Diesel, que acabou descoberto, rendeu e ainda está rendendo multas que já entraram na casa dos bilhões de euros, sem falar na queda das ações da empresa, O Grupo Volkswagen meteu o pé no freio e, de uma tacada só, tirou a Volkswagen do Mundial de Rally e a Audi do Mundial de Endurance.

 

Com isso o “grid de verdade” volta a ter apenas quatro carros com a sábia decisão da Rebelion de parar de querer dar passos maiores que suas perninhas de equipe privada e brigar com gigantes da indústria automobilística, em 2017 eles vão apostar em uma equipe forte na categoria LMP2, que também tem os carros feios, mas que ao menos tem um grid!

 

 

Na largada para as 24 Horas de Le Mans de 2016 havia 23 carros da categoria LMP2 e com as novas regras para 2017 podemos vir a ter, incluindo a Rebelion, um grid da categoria ao longo do campeonato com algo próximo de 20 carros. Este sim vai ser o verdadeiro campeonato a se seguir, ainda mais com a Rebelion podendo colocar em um dos seus carros os nomes Piquet/Prost/Senna, com os filhos dos super campeões vivos e o sobrinho do finado.

 

E o que fazer da LMP1? Essa é uma dor de cabeça para o Monsieur Gerard Neveu e seu Staff para atrair outras montadoras depois do fiasco da Nissan e seu carro de motor dianteiro. Ter uma categoria principal esvaziada não é interessante para a categoria, especialmente depois do gosto que tivemos com a disputa acontecendo com três montadoras.

 

 

Este início de ano teve o anúncio de uma possível entrada da Ginetta que acredita ser o fato do regulamento técnico da categoria ter uma duração prevista de 5 anos a possibilidade de desenvolver projetos para serem utilizados por equipes privadas. Para tal, contratou Adrian Reynard, que já projetou carros para a F. Indy e Fórmula 1. Quem sabe ele projeta uns carros mais bonitos...

 

É torcer pra aparecerem interessados!

 

Abraços,

 

Maurício Paiva


Last Updated ( Tuesday, 17 January 2017 21:29 )