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Felipe: Renascido como uma Fênix! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 19 January 2017 00:54

Olá Fãs do automobilismo,

 

A vida relativa ao que acontece nas pistas vai ganhando ritmo novamente com o passar do mês de janeiro e as consultas tem preenchido a minha agenda por completo desde a semana passada.

 

Uma coisa boa de se morar na costa oeste dos Estados Unidos é que o inverno daqui não é “tão inverno” assim! É difícil os termômetros baixarem dos 15 graus, mesmo na madrugada. Nada daquelas friacas brabas que eu pegava no interior do Paraná e tinha que levantar cedo para ir para a aula.

 

Entre as consultas desta segunda metade do mês, eu não podia deixar de escolher a que tive com nosso outro Felipe... o Massa! Ele que já tinha se preparado para buscar outros caminhos no final da temporada passada, acabou conseguindo uma mudança de destino inesperada. Afinal, quem poderia adivinhar que Nico Rosberg tomaria a atitude que tomou?

 

Felipe veio para os Estados Unidos para a disputa da corrida dos campeões, em Miami. Ele, Helinho e Tony insistiram muito para que eu fosse para lá vê-los correr, mas depois de ter ficado com o apartamento lotado de familiares durante três semanas entre o Natal, o ano novo e o início do mês, eu precisava dar uma atenção especial para meu amado.

 

 Ao longo do ano passado, principalmente no segundo semestre, Felipe estava angustiado com as suas perspectivas.

 

Felipe veio para San Diego na terça-feira depois da corrida. Foi impressionante ver a luz no brilho dos seus olhos. Completamente diferente do que eu via no final da temporada passada, quando ele corria com paixão – sempre – mas com um ar melancólico por estar se despedindo de seu sonho. Não dá pra negar: a Fórmula 1 é um sonho para todos os pilotos que sentam num kart, pelo menos os brasileiros.

 

Há quase 8 anos Felipe é meu paciente, praticamente era uma recém formada e entrava nesta área de acompanhamento esportivo quando ele entrou em contato pela primeira vez. Como todo paciente, teve seus momentos mais otimistas e também os mais pessimistas, mas sempre foi um paciente tranquilo... de deitar no Divã, procurar relaxar e abrir seu coração e mente durante a sessão.

 

Desta vez, contudo, Felipe estava longe do paciente tranquilo de tantos anos. Parecia que meu Divã estava dando choques elétricos. Ele estava excitado como um adolescente que vai fazendo descobertas sobre a vida ou uma criança diante de um caleidoscópio. Felipe exalava felicidade, mas também alívio. Afinal, ia fazer aquilo que ele mais ama na vida profissional: pilotar um carro de Fórmula 1!

 

 A paixão de Felipe pelo automobilismo e em particular pela F1 é um combustível inesgotável.

 

Na consulta que tivemos após o GP do Brasil e antes da corrida em Abu Dhabi ele me disse que não estava sendo fácil lidar com a não continuidade da carreira na Fórmula 1 e que, mesmo com perspectivas de continuar pilotando no exterior em uma grande categoria, iria precisar da minha ajuda para conseguir lidar melhor com a mudança e com a falta que a Fórmula 1 faria em sua vida.

 

Eis então que tudo muda com a decisão de Nico Rosberg e no dia 13 de dezembro seu telefone toca em Mônaco... Claire Williams! Começava ali uma série de conversas que e Felipe, mais uma vez, deixou claro que estava deixando a Fórmula 1 apenas por não dispor de um bom time e o convite da Claire representava uma mudança desse cenário, não tendo sido difícil entrarem em acordo. Que tudo estava na dependência do fechamento comercial com a Mercedes para a cessão de Valtteri Bottas.

 

Felipe também disse não ter ficado chateado ou sentir-se desprestigiado com as conversas de que o primeiro piloto a ser procurado quando as negociações entre Mercedes e Williams tiveram início tinha sido Jenson Button. Para ele, olhar para um piloto com a experiência de Jenson, com seu currículo e com o fato dele ser um inglês e a equipe ter uma “tradição” neste aspecto, foi algo natural, apesar de seus três anos sob as cores do time.

 

 Feliz com o retorno, suas chances de fazer com que este contrato de 1 ano possa ser prolongado é real, mas não depende só dele.

 

Neste retorno para o time, Felipe tem consciência de que pode até mesmo estender este contrato de um ano, dependendo do seu rendimento e do que conseguir dar em retorno para a equipe neste ano de grande mudança no regulamento. Ele tocou num ponto bastante comentado dentro e fora do time, mas sempre desviado por parte de Claire ou de Pat Symonds: a necessidade de reforçar o departamento de projeto. Ficou evidente que os últimos carros da equipe deixaram a desejar e isso não pode acontecer neste “ano de mudanças”.

 

Uma coisa que a Williams tem a favor de Felipe no trabalho de desenvolvimento do FW40 é o dinheiro. Para liberar Valtteri Bottas a Williams jogou duro e ao invés de pagar para a montadora alemã os regulares 16 milhões de euros pelos motores da temporada, esses sairão a custo zero. Se somar esta quantia aos 30 milhões de euros que Lance Stroll está levando para a equipe, isso gera um montante confortável.

 

A confiança de Felipe na equipe é grande. Este ano eles ainda devem ter o reforço de Paddy Lowe, que deixou a Mercedes ao final da temporada e que eu adoraria saber os reais motivos de sua saída, algo que ele “vai revelar em seu livro de memórias”, mas ele tem a consciência de que se o projeto elaborado por Ed Wood, desenhista-chefe, e Jason Somerville, aerodinamicista, há anos os responsáveis pelos carros da Williams, não for “bom o suficiente”, mesmo com os reforços já contratados e outros em negociação, sair em desvantagem em relação aos concorrentes vai ser um prejuízo enorme.

 

 Para que a Willians mude os resultados dos últimos anos, investir ro reforço da equipe técnica será fundamental.

 

Felipe é a imagem da motivação. Sempre foi assim e se estiver fazendo o que mais gosta, esta motivação só tende a crescer e quanto mais motivado estiver, mais Felipe vai poder render para a equipe. Os tempos do “faster than you” está há muito sepultado. Este ano pode ser um ano de renascer, como uma fênix, a mitológica ave que renasce das suas próprias cinzas, Felipe pode fazer algo que marcará a história do mundo da Fórmula 1... agora cabe a Williams entregar uma carruagem e não uma abóbora para o meu paciente.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares 

Last Updated ( Friday, 20 January 2017 08:05 )