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Incertezas e desafios PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 08 February 2017 22:03

Caros amigos, o dia 20 de março vai ser o primeiro dia (oficialmente falando) dos quatro anos de mandato de Waldner Bernardo de Oliveira à frente da Confederação Brasileira de Automobilismo. Neste “período de transição”, entre a eleição na sede da entidade no dia 20 de janeiro e a posse, os ajustes para composições políticas, técnicas e – aquilo que cobramos – a busca dos mecanismos para a gestão profissionalizada, deveria tomar todo o tempo do presidente eleito... ao menos o tempo que ele tem como “disponível” para cuidar destes assuntos.

 

Contudo, além destes assuntos de agenda dos quais ele não tem como fugir, dois problemas de enorme seriedade, apesar de diferentes magnitudes, já dever estar tomando boa parte do seu tempo e o envolvendo em uma corrida contra o tempo para solucioná-los, uma vez que são assuntos que precisam ser resolvidos urgentemente, com o risco de comprometer o andamento do calendário do automobilismo nacional: A Fórmula Truck e a Fórmula 3 Brasil.

 

No caso da Fórmula 3 Brasil, que acabou deixando o quadro de eventos da VICAR, correndo em horários onde a exposição era mínima, sempre ficando com as piores instalações no autódromo e presa a um contrato de transmissão das corridas onde as mesmas são exibidas em VT, quase sempre em horários “alternativos”, a busca por um esquema em que a categoria possa coexistir com outra categoria estabelecida, mas mais importante ainda, que ela possa continuar existindo.

 

O lado bom desta luta para que a Fórmula 3 Brasil continue a existir conta com a  simpatia e o empenho de todos que possam ajudar, serviu para aproximar os proprietários das equipes e ainda deve contar com uma isenção de taxa por parte da CBA para que o campeonato seja realizado.

 

Já o outro problema é mais complexo: na semana passada, tivemos a divulgação de uma nota da Confederação Brasileira de Automobilismo “abrindo para a concorrência”, desde que o promotor candidato tivesse experiência com promoção de eventos, preferencialmente esportivos, para realizar em 2017 o “Campeonato da Fórmula Truck”, diante de uma não renovação do contrato entre o promotor atual e a CBA.

 

É preciso avaliar bem as questões em jogo: o “promotor atual” é tão somente a família que fundou a categoria, pelas mãos do patriarca – Aurélio Batista Felix – e que após seu falecimento foi conduzida (bem ou mal) pela viúva – Neusa Navarro Felix – e seus filhos. Além do direito de propriedade industrial do nome, a “marca” Fórmula Truck, é preciso convir também que existem um vínculo histórico e até mesmo moral entre a família Felix e a categoria.

 

Contudo, se olharmos para a história de grandes empresas, grandes marcas, nomes e tradições “inabaláveis” na história do Brasil, diante de adversidades estas marcas vieram a desaparecer. As empresas aéreas Panair, Varig, Vasp... as lojas de departamentos Mappin e Mesbla... isso apenas para citar alguns dos maiores e mesmo fora do Brasil isso acontece. A PANAM foi a maior empresa de aviação dos EUA, e não existe mais. Acho que deveríamos fazer algo diferente no caso da nossa Fórmula Truck e trabalharmos todos para que a categoria continue, com o mesmo nome que todos conhecem, com a mesma força de anos passados. Mas para isso talvez seja preciso mudar a forma de gestão.

 

É evidente que há algum tempo alguma coisa está funcionando mal. Eu pedi ao nosso enviado que fizesse fotos do público em 2012 e em 2014 em Cascavel. Fiz o mesmo de 2014 e 2016 em São Paulo. Em ambos os casos, a queda de público foi visível e preocupante. Mais do que isso, a matéria feita pelo Site Grande Prêmio, vencedora do prêmio da ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo) deixou clara a condição de fragilidade financeira da categoria.

 

Fizemos a nossa investigação e mesmo as notas divulgadas da categoria tendo informado que foi feita a quitação financeira da Fórmula Truck com a CBA e que não existe dívidas da categoria com a entidade, a situação com alguns autódromos não é a mesma, havendo dívidas de taxas de aluguel dos mesmos em relação a temporada passada e alguns deles teriam colocado como condição para receber a etapa em 2017 a quitação das dívidas e o pagamento adiantado para a corrida desta temporada.

 

A categoria divulgou um calendário antes de homologá-lo junto à CBA, com corrida em três países e usou deste fato, alegando que a Fórmula Truck voltará a ter corridas fora do Brasil (Uruguai e Argentina) para tentar se filiar também, de forma direta,  à Confederação Desportiva Automobilística Sul-americana (Codasur). Uma manobra política que pode ser cosiderada como uma afronta e vista negativamente pela entidade nacional, onde ocupa a vice-presidência e tem membros em todas as comissões do órgão continental. A Codasur respondeu a solicitação que haveria necessidade de uma espécie de aval da CBA.

 

Há uma informação não confirmada de que houve uma outra candidatura à promoção de um “Campeonato Brasileiro de Caminhões”, que caso aconteça, sendo aceito como promotor do campeonato, sem a participação da família Felix como promotora ou copromotora seria o pior dos cenários para os aficcionados da categoria, uma vez que haveria um conflito de interesses para o esporte por conta de interesses comerciais, legais e este “filme” nós já vimos tanto no Brasil com a cisão na GT3 Brasil bem como na Fórmula Indy, que nunca mais foi a mesma depois de 1996, quando dividiram-se em IRL e Champ Car.

 

Presidente Waldner, permita-me um conselho: se realmente existe um outro promotor interessado em promover a categoria, o senhor faria um trabalho grandioso caso conseguisse colocar este promotor e a Sra. Neusa à mesa, na mesma sala, e costurasse um acordo de cogestão, com uma mudança na forma da condução dos destinos e das finanças da categoria de forma a conseguir reconquistar o terreno perdido, reestruturar-se financeiramente, estabelecer um padrão de cumplicidade com os patrocinadores da categoria e que tenhamos um grid só, com todos os caminhões possíveis alinhados e com este calendário que foi apresentado. Corrida em Rivera? Volta a Argentina? Volta a Caruaru? Ótimo... mas precisamos que isso realmente aconteça.

 

Meu convite, meu desafio, está lançado às partes.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 

Last Updated ( Thursday, 09 February 2017 07:30 )