Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

A nossa coluna este mês pode ser de alguma forma mais útil aos moradores da serra gaúcha e serra catarinense durante o inverno, além de quem por algum motivo venha morar fora do Brasil ou vá fazer umas viagem turística para esquiar em alguma estância argentina, chilena no nosso continente ou aqui no hemisfério norte.

Logo que cheguei a Ontário fui “calorosamente recebida” por uma nevasca daquelas! Os termômetros despencaram para menos de 20 graus negativos e no meio daquela brancura e todo aquele frio, lógico que meu carro estava tão congelado quanto eu. Foi um desafio interessante fazê-lo funcionar. Já pensaram se a engenheira que eles trouxeram pra cá chegasse de taxi no trabalho porque o carro não pegou? Eu jamais ia dar um vexame desses!

Logicamente que nem nos dias mais frios dos últimos 5 séculos da história do Brasil a temperatura nem de longe chega a descer tanto, mas o episódio inspirou minha coluna deste mês sobre como não ficar com um cubo de gelo parado na garagem e continuar se movendo, neve o quanto for.

Os serviços meteorológicos hoje em dia são bastante precisos e é muito difícil alguém ser pego desprevenido em caso de uma queda acentuada de temperatura. E se você já está em um lugar onde durante semanas ou meses as temperaturas estarão abaixo de zero, entre as melhores precauções que você pode fazer para melhorar as chances do seu carro de dar partida no motor na próxima vez que a temperatura mergulha abaixo de zero são para se certificar de que sua bateria e sistema de carregamento estão em boa forma e que seu motor está usando a classe de óleo recomendado pelo fabricante do veículo.

Em temperaturas de inverno, sua bateria é muito menos eficaz, e a carga que seu motor precisa para virar o motor é muito maior, porque a espessura do óleo vai mudar com a temperatura. Ele estará menos fluido. Se o motor estiver ligando lentamente, como se estivesse tendo que fazer muita força pra partir, você deve levar seu carro ao serviço autorizado e checar a bateria, especialmente Se tiver mais de 3 anos de idade.

Depois de três anos, sua bateria perdeu parte de sua capacidade de reserva original, por isso é uma boa ideia testá-la. o frio extremo pode reduzir a capacidade restante da bateria em mais de um terço. Basicamente, os elétrons, assim como as pessoas, movem-se mais lentamente quando fica muito frio. A reação química dentro da bateria que gera eletricidade simplesmente não acontece tão rápido quando está frio.

Além da bateria, é sempre bom verificar todos os componentes da parte elétrica do veículo. Checar o bom funcionamento do alternador, verificar, limpar ou substituir os contatos e os terminais da bateria não é um tempo perdido. Além disso, é importante lembrar que no inverno, dependendo do local onde se está você está dirigindo no escuro mais horas do dia, e há mais cargas em seu sistema elétrico. A bateria não recarregar tão rapidamente porque há outras coisas que vão estar exigindo sua carga, como faróis, limpador de parabrisa e o aquecimento. Você precisa se certificar de que a bateria e o sistema de carregamento estão em excelente condição.

Por conta da redução da fluidez do óleo, os fabricantes recomendam a troca do “óleo de verão” para o “óleo de inverno. Por exemplo, se o manual recomenda um óleo 10W-30 para uso em condições normais, trocar por um óleo de alta viscosidade tais como 5W-20 que fluem mais fácil em temperaturas frias, pode estar especificamente escrito no manual do fabricante. Usar um óleo mais grosso coloca mais pressão sobre o motor de arranque e, consequentemente, sobre a bateria. O óleo mais pesado também pode aumentar o desgaste do motor porque leva mais tempo para atingir sua taxa de fluxo normal do que o óleo mais leve.

Mas como eu podia da um jeito de fazer o motor pegar naquela manhã gelada sem ter que trocar o óleo na minha própria garagem (além do tempo que eu perderia fazendo isso e como conseguiria fazê-lo, sem o equipamento necessário)? A solução passa por um processo que um distraído motorista de primeira viagem não pensaria, mas que a lógica do engenheiro te empurra naturalmente: se o problema é o frio, aqueça o motor!

Manter o aquecimento na garagem junto com o restante da casa vai ser uma solução para as horas de carro parado na garagem durante a noite. Além disso, pode ser necessário ter um “reforço” nesta briga contra o termômetro. Para aqueles que têm acesso a uma tomada elétrica, onde eles estacionam durante a noite, cobertores de bateria elétrica pode prevenir ou reduzir a perda de poder de partida causada por baixas temperaturas. É algo que não custa caro e é muito útil.

Outro equipamento que se pode ter na garagem é um aquecedor de bloco de motor elétrico também pode ser eficaz, deixando o motor mais fácil de partir. É um equipamento para se ter instalado no carro e se conectar não apenas nas tomadas em casa, mas em muitos lugares aqui no Canadá, no norte dos Estados Unidos e no Alasca existem tomadas nos estacionamentos de alguns lugares onde você pode ligar este equipamento.

Uma coisa que temos – e reclamamos muito – na nossa gasolina é de grande utilidade em temperaturas negativas: o álcool! Mais de 95 por cento da gasolina hoje contém até 10 por cento de etanol, uma forma de álcool. Este álcool já está no combustível e absorve qualquer umidade. Assim, essencialmente, a gasolina de hoje tem secadores de linha o que mantém a gasolina em melhores condições para ser queimada.

As vezes estas medidas de aquecimento nem são tão necessárias. Portanto, não é preciso entrar em pânico achando que depois de algumas horas parado seu carro estará morto. Quando parar o motor, o motor está quente. Demora muito tempo para que os componentes internos do motor arrefeçam. Com o carro parado, ainda mais em um local coberto e fechado, não haverá vento ou este será menor para levar o calor embora. Assim mesmo se sentir frio em sua garagem, o motor pode ainda estar morno.

Mas se você estiver estacionado fora, o vento impetuoso leva aquele ar quente longe do motor. Isso faz com que o motor perca mais calor, que por sua vez é levado pelo vento, e assim por diante. O resultado final é um motor mais frio, com ar mais frio dentro dele, e um início mais áspero. Agora, se você dirigir seu carro em torno de todo o dia, e estacioná-lo em uma garagem, isso é menos provável de acontecer.

O verdadeiro truque para iniciar um motor quando o termômetro está abaixo de zero é ter a manutenção do seu carro bem feita e de acordo com as condições de onde você está. Em lugares onde acontecem temperaturas abaixo de zero, o sistema de resfriamento deve ser preenchido com a mistura adequada de anticongelante e água (geralmente 50/50) e capaz de fornecer proteção contra congelamento bem abaixo de zero.

O aquecedor e descongelador deve estar em bom estado de funcionamento não só para o seu conforto, mas porque em clima frio o parabrisa e outras janelas podem formar uma película opaca de gelo e você não será capaz de ver onde você está indo. Assim o sistema de lavagem de parabrisa deve estar cheio com líquido que não congele e lâminas do limpador bom são necessidades para combater a neve, lama e sal que acompanha as duras condições do inverno.

Mas até agora eu não disse como fiz pra fazer o carro pegar, não foi? Bom, eu peguei um aquecedor portátil que havia na casa, entre abri o capô, liguei o danado no máximo. Fiz uma barraca para fechar os espaços vazios e fiquei cuidando por meia hora. Depois, tirei tudo e liguei o carro. Pegou de primeira!

Vai ter trabalho pra congelar o dendê da baiana aqui.

Muito axé pra todo mundo,

Maria da Graça