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Diário de Indianápolis, Quinta 25/05 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 25 May 2017 22:36

Olá Fãs do automobilismo,

 

Além da pauta que eu tenho que tentar fazer, vou ter que dar atenção aos meus pacientes que disputarão a prova: Helinho Castroneves, Tony Kanaan, Will Power, Juan Pablo Montoya e Marco Andretti. E este ano terei ainda a presença do Fernando Alonso, na pista, no centro das atenções e com sua autocobrança de sempre.

 

Alonso e a liberdade na Indy. Além de todas as diferenças entre os carros e as pistas, o espanhol também sente muito mais de perto o contato dos torcedores e até da imprensa. Para o piloto asturiano, cada categoria tem sua particularidade, mas, na F1, jamais um evento teria as características da Indy 500.

 

O contato com público e imprensa é totalmente diferente. Estamos aqui conversando no pit-lane, isso é impensável lá. Está bem divertido, estou vendo de perto a paixão dos fãs, o comportamento deles. É muito diferente, na F1 isso não teria como dar certo, o evento é outro, não teria como ter tanta liberdade.

 

Peguei minha credencial e encontrei logo o Armi Sribhen e ele me deu um susto quando perguntei do Sebastién Bourdais: “Ele saiu do hospital ontem!” Perguntei se ele tinha ido pra casa ou se viria pra Indianápolis e ele disse que ele foi para um hotel (que eu prometi não divulgar para ele me dizer). Como iria buscar a Maria no aeroporto no início da tarde, consegui falar com a assessoria de imprensa da Dale Coyne e agendar pra fazer uma visitinha. Como hoje não teremos atividades de pista, vai dar tempo.

 

A dupla café com leite está formada. A Maria chegou! Eu sou baixinha, todo mundo sabe, mas ver aquele mulher enorme, com uma bota com salto e eu tendo que olhar pra cima pra falar com ela fez com que me sentisse mais baixinha ainda. 1,75 (tive que perguntar), mais salto... saímos de lá direto para o hotel onde estava o Sebastién Bourdais. Ele nos recebeu com duas condições: rápido e sem fotos. Conversamos rápido sobre como seria a fisioterapia e se ele iria para o speedway ver a corrida. Ele disse que corrida é mais legal quando se está correndo e que ainda ia decidir se iria ou se seguiria para Saint Petersburg, onde mora.

 

Sebastién Bourdais deixou o hospital ontem. Fomos visitá-lo no hotel onde ele ainda estava em Indianápoli.

 

Do hotel voltei para o IMS com a Maria para ela retirar sua credencial. A baiana é uma simpatia. Fala o tempo todo e tem um inglês muito melhor do que o meu. Falou com Arni e também bateu um papão com o Joey Barnes, que parecia hipnotizado por aquela presença que virou o pescoço de todo mundo na sala de imprensa. Como fez um friozinho estávamos de casaco, mas amanhã, com mais calor, estaremos “uniformizadas” com as nossas camisas do Nobres do Grid.

 

Conversamos com alguns colegas – alguns lembraram de mim – e a grande preocupação era a chuva. O tempo estava bem fechado, mas não choveu, pelo menos no autódromo, mas a previsão para os próximos dias é de pancadas de chuva, especialmente no sábado. Deus do céu, não pode chover! Tanto eu como a Maria temos que voar no domingo a noite.

 

Entre as conversas, o Joey Barnes nos apresentou o presidente de operações e competições da Indy Car Series, Jay Frye. Muito gentil e atencioso, ele nos deu as boas vindas e convidou-nos para um jantar com os jornalistas da Indy. Além disso, pediu que estivéssemos acompanhando de perto a competição de pit stops que vai acontecer amanhã, no início das atividades de pista. Perfeito! Porque sexta-feira é dia de “manter a tradição” e jantar com a família Andretti. O Fernando deve estar lá, mas hoje já conversamos por telefone. Eu achei-o bem animado.

 

Ainda era quinta feira, mas as pessoas estavam tomando toda a "Georgia Street", que fica dentro do Superspeedway.

 

No final da tarde os pilotos foram para o centro de imprensa e fizeram a festa dos jornalistas. Eu e a Maria combinamos: “cada uma para um lado” e fomos ouvir o máximo de pilotos que a gente pudesse. No hotel, antes de dormir, ouvimos tudo o que gravamos.

 

Enquanto Tony Kanaan falava para a câmera com um repórter de TV local, ele é interrompido por ninguém menos que Fernando Alonso, que oferece Kanaan um chapéu com o logotipo de Kimoa, seu patrocinador. Tony faz uma selfie enquanto usa o chapéu, posta a foto para Instagram, então coloca o chapéu de lado. “Eu poderia ter problemas para isso”, ele brinca. Depois me deu um “oi”

 

Este foi o clima no “dia da mídia” para a 101ª Indy 500 apresentado pela PennGrade Motor Oil, uma mistura de duas horas de humor, caos e ‘insights’ que os pilotos procuram desfrutar mais do que resistir. Realizado no Chalet Pagoda Plaza do Norte no interior do Indianapolis Motor Speedway, espetáculo de hoje serve como uma “abertura pouco usual” para o espetáculo de domingo.

 

No "Media Day", todos queriam falar com Fernando Alonso. Tony Kanaan foi o mais gozador entre os pilotos.

 

Somente esse espetáculo proporciona menos tensão e mais risos do que a corrida de domingo. Quem sempre “entra no clima” é o Tony, dizendo não se importar se sobre o que é falado ou não ali. Ele diz que apenas se diverte, afinal, estão ali mais pra conversar com eles e que é legal ver que as pessoas querem falar com ele.

 

Enquanto Kanaan conversa com um repórter, outro interrompe.

“Quem é você de novo?”, Pergunta o repórter.

No melhor estilo Tony ele responde: “Sou o Fernando, Tony Fernando, Prazer em conhecê-lo”.

 

Este formato livre para todos, com duas horas (17 pilotos na primeira sessão de uma hora, 16 pilotos na segunda) está em seu sétimo ano, e continua a crescer. Cada piloto tem uma cadeira e uma mesa, enquanto nós repórteres, circulamos entre eles.

 

Com o Troféu Borg-Warner e dois carros antigos Indy no centro da sala e Steak 'n Shake servindo milkshakes grátis do lado de fora (que torturaaaaaaa!!!), o “dia da mídia” tem uma atmosfera de circo. Enquanto Alonso é atormentado (todo mundo quer falar com ele) Scott Dixon responde perguntas sobre ser roubado na noite depois da conquista da pole position. Enquanto Kanaan brinca por meia dúzia de câmeras, Charlie Kimball explica calmamente a multidão de câmeras e repórteres que cercam Alonso: “Fernando merece essa atenção. Ele é duas vezes campeão mundial. Você não pode discutir com essas credenciais. Gostaria de ter merecido essa atenção. Eu não quero isso de graça. Seria inapropriado pedir essa quantidade de atenção sem ter as credenciais e o currículo dele”.

 

Enquanto isso, do outro lado da sala a Maria conversava com Will Power, que esperava a multidão de repórteres chegar nele. Simpático, mas tímido (A Maria roubou mais olhares na sala de imprensa que alguns pilotos), Power disse que se havia mais pessoas ali isso era bom, significava que estavam ficando populares e que não ficava chateado com a mídia estar cercando o Alonso e que era exatamente isso que esperávamos que ele fizesse.

 

A corrida gera uma mística que atrái as pessoas ano após ano. É um agravamento que eles não podem deixar de lado, em parte por causa de sua tradição e pompa.

 

Charlie Kimball disse que Aquele lugar fica cada vez mais agitado Desde o final de semana passado tem coisas legais e outras nem tanto, mas é Indianápolis e isso é parte do que este lugar faz para você. Lembro-me de acordar no meio de fevereiro sonhando com corridas no Indianapolis Motor Speedway. Não tome isso pelo modo errado, eu não sonho com media day como muitas vezes eu faço sobre dia de corrida.

 

Estas duas horas também oferece aos jornalistas a oportunidade de falar com os pilotos do seu país. Enquanto Alonso é atacado pela imprensa internacional, Takuma Sato, que vai largar na segunda fila, tem o cerco dos repórteres japoneses. Os repórteres locais reúnem-se em torno do filho da cidade, Ed Carpenter, enquanto repórteres brasileiros procuravam Tony Kanaan e Helio Castroneves.

 

O pole position Scott Dixon teve que contar inúmeras vezes o episódio do assalto no último sábado.

 

De volta à mesa de Tony, a festa continua. Ele responde do sério, ao inusitado. Salsicha ou bacon? Perguntou um repórter. - Bacon, é claro, ele respondeu. Segundo Tony, eles se conhecem há tanto tempo que criaram um laço de amizade, não é pra falar sério, este é um momento relaxante. Se você olhar ao redor, estamos todos brincando, e é dois dias antes da corrida. Estamos aqui para promover a corrida, e se nós não estivéssemos lá, ninguém estaria assistindo  ou ouvindo.

 

Vou encerrar a quinta por aqui. Amanhã conto como foi o jantar e teremos tudo sobre o “Carburation Day”, a competição de pit stops e tudo mais. Tomara que não chova!

 

Beijos de Indianápolis,

 

Catarina Soares e Maria da Graça

 

p.s. Enquanto isto, na pista, o brasileiro Matheus Leist marcou a Pole Position para a corrida da Indy Light. Um grande feito para seu primeiro ano em ovais. Parabéns!


Last Updated ( Friday, 02 June 2017 17:44 )