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EXTRA: SOS Autódromo - O perigo à espreita PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Saturday, 01 July 2017 00:08

Há pouco menos de um ano a comunidade do automobilismo respirou aliviada quando leu no blog do jornalista Reginaldo Leme que o Autódromo Internacional de Curitiba não seria mais vendido e que funcionaria por “tempo indeterminado”. Esta afirmação pode ter tranquilizado muitas pessoas, mas nós do Projeto Nobres do Grid contestamos a interpretação otimista que muitos fizeram e no episódio anterior desta série – SOS Autódromo – alertamos que “prazo indeterminado” poderia significar um tempo longo ou um tempo curto. E os últimos fatos intramuros do AIC podem apontar para um tempo curto.

 

 

Um grupo de empresários que promove eventos automotivos, em conversas com a administração do autódromo, foram “alertados” que as conversas em torno da venda do autódromo voltaram a ganhar força em vista da melhoria do cenário econômico do país e que as conversas, caso sigam o caminho planejado pelo presidente do AIC, 2018 pode vir a ser o novo “último ano” do autódromo.

 

Uma situação não mudou: o grupo INEPAR continua em recuperação judicial e com a necessidade de capitalizar uma parte que falta a fim de honrar suas dívidas. Portanto, a venda do autódromo não é uma questão de “se”, mas de “quando”. Contudo, este período de “pausa para respirar” deu tempo aos interessados em manter o AIC funcionando de pensar alternativas.

 

Eventos corporativos e Track Days são o mais ocupam o AIC ao longo do ano.

 

Um outro problema que o projeto anterior, com o “nascimento de um novo bairro” no lugar do autódromo, tem que enfrentar é a mudança no zoneamento da cidade, que precisa ser apresentado um projeto, este ser aprovado na câmara de vereadores e ser sancionado pelo prefeito atual de Pinhais. Tal processo, caso haja interesses da cidade ou de seus representantes, pode tramitar em menos de um ano.

 

Aproveitando a sobrevida que ganharam, estes empresários elaboraram um projeto que, caso seja aceito pelos sócios do autódromo podem prover o capital tem o Presidente do autódromo está buscando, para atender suas necessidades e com o que seria o “melhor dos mundos”: continuar sendo o dono do AIC.

 

A ideia.

 

O plano passa pela constituição de uma Empresa a designar-se – “Empresa Autódromos do Brasil S/A” – a ser constituída inicialmente de capital fechado, com Sede no município de Pinhais-PR. Esta empresa teria seu capital inicial de 100.000 (cem mil) reais divididos em 50.000 mil ações ordinárias com valor unitário de 1,00 (um) real e 50.000 (cinquenta mil) ações preferenciais com valor também de 1,00 (um) real, totalizando-se 100.000 ações.

 

Empresas instalada na região metropolitana de Curitiba como a Renault são as maiores usuárias do autódromo.

 

Toda a operação e constituição da empresa embasar-se-á na Lei nº 6.407/76 bem como no Código Civil Brasileiro.

 

O objetivo da constituição na modalidade “Sociedade Anônima” é a flexibilidade do ingresso e egresso de sócios e a emissão de debêntures conversíveis em ações ordinárias com a possibilidade inclusive, se for o caso, de futura abertura de capital (IPO – Initial Public Offering) em bolsa de valores. Como forma de mitigar o impacto tributário, deve ser estudada a hipótese de se transformar a atual Associação, detentora do Autódromo Internacional de Curitiba, em Sociedade Anônima. Esta venda de debêntures vai chegar ao valor de 150 milhões de reais, segundo os empresários.

 

A apresentação de produtos, sejam carros, caminhões ou ônibus tem o AIC como palco.

 

Uma vez constituída a “Autódromos do Brasil S.A.”, esta estaria apta a emitir debêntures. Debêntures são títulos de crédito representativos de um empréstimo contraído pela empresa junto a investidores de médio e longo prazos, e que podem ser convertidos em ações ordinárias da companhia, se assim for decidido no futuro.

 

A emissão de debentures por companhias de capital fechado requer o cumprimento de algumas regras por parte da companhia perante a CVM – Comissão de Valores Mobiliários - e perante a Junta Comercial.  Tais regras são facilmente tangíveis e já estudamos outros casos de emissão de debentures com propósitos específicos como a ampliação de fábrica, aquisição de um terreno, compra de uma área como o AIC, ou mesmo a construção de um novo Autódromo, sendo que todas estas hipóteses se enquadram perfeitamente nessa alternativa que ora apresentamos.

 

Um projeto moderno, factível e com captação de recursos através de debentures é o plano de empresários locais.

 

Uma vez administrado pela Autódromo do Brasil S/A, o fator principal para o engrandecimento da companhia é a existência de rendas tanto para a manutenção bem como visando ampliações e inovações no Complexo do Autódromo. É bom lembrar que, segundo declaração do Administrador do AIC, o autódromo vem operando “no azul” há 8 anos. A pergunta é: quanto tem sido o retorno para seus sócios? Este montante pode crescer de acordo com a proposta dos empresários.

 

A manutenção de um Autódromo é uma operação relativamente complexa e que exige um certo investimento mensal.  Por outro lado, o Autódromo atualmente é alugado para eventos durante boa parte do ano sendo, portanto, um negócio lucrativo e que tem demanda/procura. Dentro da proposta, a ampliação do leque de opções e serviços que o AIC pode oferecer iria aumentar este faturamento e também valorizar o empreendimento.

 

O valor do aluguel diário do Autódromo de Pinhais-PR é superior a R$ 12.000,00 (doze mil reais por dia), dependendo do evento, e quase todos os finais de semana (para não dizer todos) já estão comprometidos para uso efetivo. Há ainda um lucro auferido dos eventos relacionados no calendário anual (bilheteria, aluguel da pista, camarotes, lanchonetes, restaurantes dentre outros) além do próprio aluguel do espaço para eventos diversos, a exemplo do Curitiba Motor Show.

 

Melhorias e modernizações nas instalações, criação de espaços multiuso e mais retorno. Este é o plano.

 

A Empresa “Autódromos do Brasil S.A.”, poderia organizar e promover eventos automobilísticos, culturais e musicais, auferindo renda extra, uma vez que não somente de Automobilismo vive toda a estrutura. Feiras, ciclismo, atletismo, formaturas, dentre outras tantas atividades podem ser desenvolvidas no referido espaço além de é claro, parcerias com a Prefeitura Municipal de Pinhais-PR, promovendo dias de cultura e lazer com o Autódromo aberto a comunidade de Pinhais para diversas atividades como: passeios de bicicleta, caminhada, “cãominhada”, atletismo, patins, skate, campeonato de pipas, campeonato de corrida com carrinhos a controle remoto, aeromodelismo  enfim, uma infinidade de atividades possíveis.

 

Dentre as ideias de investimento e inovação destacam-se:

 

- Ampliação da arquibancada visando maior visibilidade da pista e conforto ao público visitante, com estrutura coberta e aumento do número de banheiros e praças de alimentação ao longo da arquibancada;

- Construção de um prédio exclusivo para estacionamento rotativo de carros com 1200 vagas permanentes para uso do empresariado e população de Pinhais-PR no sistema 24/7 (vinte e quatros horas por dia, sete dias da semana), o que além de gerar uma renda a Administração do Autódromo seria um considerável e destacável progresso na mobilidade urbana de Pinhais-PR, pois esta ação desafogaria em muito o trânsito e área de estacionamento na região do Autódromo e nos bairros circunvizinhos;

- Construção de um Centro Empresarial com área de 20 (vinte) mil metros quadrados, podendo comportar grandes corporações ou mesmo ser dividido em estilo cowork, ou seja, em salas comerciais dos mais diversos segmentos; estrutura seria montada de forma flexível, podendo as áreas serem conjugadas ou não, conforme a necessidade do locatário;

- Reforma de toda a parte superior aos boxes do Autódromo, melhorando-se a estrutura dos camarotes e permitindo a Construção de um Centro de Eventos, pois os espaços seriam conjugáveis, focados tanto no atendimento dos telespectadores VIP´s das provas automobilísticas, como para alugueis para formaturas, casamentos, aniversários e encerramentos empresariais, reuniões, congressos e eventos;

 

Retorno além das corridas.

 

No meio automobilístico, o benefício que o autódromo traz, segundo o Diretor Municipal de Desenvolvimento Econômico da cidade de Pinhais, são as oficinas especializadas em carros de competições e a cede das equipes que se instalam ao redor do empreendimento gerando emprego para a região.

 

Curitiba é um polo automobilístico, na sua região metropolitana estão localizadas três montadoras de automóveis, Renault, Nissan, Volvo e Audi. Com frequência temos eventos destinados à indústria automobilística, lembrando que a Renault foi o maior usuário do AIC nos últimos anos e, com a abordagem correta, pode ser um dos investidores no projeto.

 

 

As possibilidades são muitas, o projeto existe e com ele, pessoas dispostas a trabalhar para que o Autódromo Internacional de Curitiba seja um espaço multiuso capaz de preencher carências da região metropolitana e dar mais retorno como empreendimento. É hora dos homens de negócio, os donos do AIC, sentarem com os proponentes deste plano, que foge de ideias mirabolantes, construções milionárias e investimentos irrealizáveis, e dar partida neste projeto que pode atrair os interesses dos setores privado e público.

 

Neste final de semana, quando está ocorrendo a Corrida do Milhão, a Mercedes Challenge Cup fez uma homenagem, junto com a Cordova Motorsport, equipe paranaense que tem suas instalações sob as arquibancadas em frente aos boxes, celebrando os 50 anos de existência deste autódromo, inaugurado ainda com piso de terra batida em 1967.

 

 

Os pilotos paranaenses da equipe (Paulo Varassin e Lorenzo Vassarin), acompanhados do piloto Raijan Mascarello, participaram de uma cerimônia, plantando cinco árvores em um dos gramados do autódromo, próximo à administração para representar 5 décadas de velocidade.

 

Que muitas décadas ainda possam vir!

 

Da Redação