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Até o sol se por PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 24 July 2017 00:58

Olá leitores!

 

Final de semana com muita ação nas pistas – e também algumas decepções. Acho que tem um bocado de coisas no automobilismo, principalmente no brasileiro, que poderiam e deveriam evoluir, mas não é o que vemos.

 

Vamos começar pela DTM, que foi até a Rússia correr naquele circuito na periferia de Moscou que só não leva a alcunha de “Super Mickey Mouse”, como Nelson Piquet alcunhou a pista de Aida (naquele tempo era esse o nome, depois parece que mudou, mas não sei o nome atual), porquê tem uma longa reta antes da curva de acesso à reta dos boxes. A pista é, no geral, bastante travada – ou, como diz o jargão moderno, “muito seletiva”. Aliás, podem escrever: se a pista é chamada de “seletiva”, é uma daquelas em que ninguém ultrapassa ninguém, já que não tem espaço entre a saída de uma curva e a entrada da seguinte para você armar a tentativa de ultrapassagem. No sábado os fiscais de prova estavam ligados no “modo NASCAR” e deixaram os toques comerem soltos. Vitória de René Rast (Audi), seguido do companheiro Mike Rockenfeller, após uma bela disputa entre eles pela liderança no começo da prova. Em terceiro chegou Marco Wittmann (BMW). Farfus estava bem, disputando a 2ª posição com Rockenfeller, mas levou uma fechada de porta que furou seu pneu e causou o abandono do brasileiro. Fechada de porta com tal veemência que, fora da NASCAR, costuma render um drive-through ao piloto (basta ver o vídeo), mas como os comissários estavam amortecidos pela vodca moscovita, ficou apenas no campo da advertência. Já no domingo vimos um festival de estratégias diferentes: para alavancar o líder do campeonato Ekström, fez com que o Nico Müller deixasse para fazer seu segundo pit-stop na última volta, segurando os outros pilotos com seus pneus mais desgastados (afinal, em “circuitos seletivos” é complicado ultrapassar) e dando uma ajuda ao enorme talento do sueco para ele galgar posições. Quase deu certo o plano para a vitória do Mattias, só não contavam que a Mercedes também iria usar uma estratégia diferente, já que Maro Engel fez sua primeira troca logo no comecinho da prova, na primeira bandeira amarela, e com essa estratégia no final da prova estava logo atrás do Müller, quando este parou, assumiu a liderança e não deu brecha para o Ekström atacar. Completando o pódio chegou Bruno Spengler (BMW). Farfus estava disputando a 6ª colocação com Rast (que terminou em 4º), quando – talvez traumatizado pela batida da véspera – ao invés de escolher o lado de dentro para efetuar a ultrapassagem, foi por fora. Nesse instante, o Auer, que vinha babando na gravata atrás dele, escolheu o lado de dentro para a ultrapassagem, foi espremido pelo Rast mas voltou para a pista antes de ser forçado a usar a entrada dos boxes, nesse ponto tocou no Rast, esse perdeu ligeiramente o controle e tocou de leve no Farfus – o suficiente para o brasileiro perder a freada e sair para a área de escape, perdendo naquele momento 3 posições. Depois perdeu outras, e o 11º lugar foi o que deu para fazer.

 

Em Fortaleza tivemos mais uma etapa da Copa Truck, usando uma variante bastante veloz do Autódromo Virgílio Távora, e dessa vez correndo no sentido “normal” da pista, anti-horário, já que as vezes que a antiga Fórmula Truck correu lá foi em um traçado mais travado, curto, e no sentido horário. Duas corridas bastante disputadas, em que pese o forte calor que castigava os pilotos e o equipamento. Na primeira corrida tivemos a vitória tranquila do Felipe Giaffone (VW), seguido por Roberval Andrade (Iveco) em 2º e Leandro Totti (Volvo) em 3º. Esses 3 chegaram com grande diferença para os outros pilotos (o 4º colocado, André Marques, com Mercedes, e o 5º colocado Régis Boéssio, com Volvo, chegaram a mais de 10 segundos de diferença, isso em uma pista curta). Já na segunda corrida os dois primeiros colocados se inverteram, em que pese a briga do Giaffone para ultrapassar Roberval, mas de qualquer jeito o título do Torneio Nordeste da Truck já estava nas mão do Felipe. Completando o pódio tivemos André Marques em 3º, David Muffatto (VW) em 4º e Beto Monteiro (Iveco) em 5º.

 

A Stock Car foi visitar a mais nova pista brasileira, Curvelo, em MG, onde já tinha corrido ano passado. Mas não é um erro afirmar que foi uma nova estreia, já que a pista foi encurtada para atender à categoria, que achou que uma pista com “enormes” 4,4 km era “muito grande” (gostaria de ver esse pessoal correndo em Spa, COTA, Monza, nem cito o Circuito das 24 Horas de Le Mans para não fazer os pilotos perderem o sono) e para atender aos fanáticos por pista curta foi feita uma alternativa de traçado que pareceu uma mini Bathurst sem alterações de altura, já que o trecho tem a mureta junto á pista como no trecho sinuoso da citada pista australiana. A transmissão pela TV foi, digamos, complicada. O grande público de menor conhecimento técnico deve adorar, mas esse vosso escriba quase teve síncopes ao ouvir certas explicações no meio da transmissão... enfim, definitivamente o Brasil não é o país do automobilismo, pelo que no geral os narradores das provas não são exatamente os melhores locutores que a emissora possui. Isso posto, vamos ao que interessa: corrida. Na primeira prova, vitória praticamente de ponta a ponta de Felipe Fraga, que pilotou com autoridade e mereceu plenamente a posição mais alta do pódio. Em 2º lugar terminou Daniel Serra, que tentou mas não conseguiu se aproximar o suficiente para tentar a manobra de ultrapassagem que garantiria a liderança, e em 3º chegou Ricardo Maurício, ao se sobrepor em um belo duelo nas voltas finais contra Zonta (4º) e Max Wilson (5º). A segunda corrida teve a vitória de Daniel Casagrande, a primeira de sua carreira na Stock mas dificilmente a sua última, já que ele fez uma corrida impecável. Em 2º chegou Thiago Camilo (fazendo as contas para não deixar o Daniel Serra fugir muito na pontuação) e em 3º o Átila Abreu, que garantiu sua posição final na última volta.

 

E também tivemos a corrida que não queria acabar: a Brickyard 400 teve de tudo: interrupção de quase 2 horas por conta de mau tempo, um bocado de acidentes nas voltas finais com direito a duas bandeiras vermelhas (a primeira foi por conta da chuva) e tudo, e terminou quase sem luz do dia – e mais uma bandeira amarela. Os pilotos, mesmo os experientes, estavam se comportando como os novatos da Truck Series, e isso não é um elogio. A vitória acabou ficando com Kasey Kahne, sua primeira em 102 corridas (a última vitória dele tinha acontecido em 2014), e eu diria que a vitória ficou em boas mãos. Não se envolveu nas diversas encrencas que aconteceram no meio da prova, e a sua última relargada foi primorosa. Em 2º terminou Brad Keselowski, que sempre anda bem em ovais longos, seguido por Ryan Newman em 3º, Joey Logano em 4º e Matt Kenseth fechando o Top-5. A maior decepção do dia deve ter ficado com Kyle Busch: venceu o primeiro e o segundo estágios, estava com carro rápido o suficiente para vencer a prova, e foi colhido pelo Martin Truex Jr. na relargada da volta 110, quando este perdeu o controle do carro ao fazer a curva do lado de baixo da pista e acabou indo junto com o Kyle para o muro, acabando com a corrida de ambos.

 

Para encerrar, a notícia que o brasileiro Eric Granado venceu as duas corridas da rodada dupla do Europeu de Moto2 disputadas esse final de semana no Estoril, em Portugal, assim como já tinha vencido as duas corridas da rodada dupla de Valência. É um bom piloto, mas que foi muito cedo para o Mundial e chegou “cru” na competição, disputando com pilotos de países onde o motociclismo é muito mais forte que no Brasil (OK, não precisa muita coisa para isso...). Agora no Europeu, ele está adquirindo a quilometragem necessária para, talvez, um dia retornar ao Mundial. Meus melhores votos de boa sorte para ele.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini