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Velocidade, Tradição e Respeito PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 06 August 2017 23:45

Olá leitores!

 

Como de costume nas férias de verão da F-1, já começou a “sessão inutilidades” (Hamilton dizendo que a Mercedes perdeu mais pontos que a Ferrari na primeira metade da temporada é o tipo de coisa que a pessoa precisa ser muito torcedora ou muito ingênua para acreditar), mas o bom é que o mundo do esporte a motor continua a toda velocidade.

 

Esse final de semana, como categoria de apoio para a tradicionalíssima Turismo Carretera, a nossa categoria Porsche GT3 (Challenge e Cup) foi correr no Juan y Oscar Galvéz. Normalmente não comento essa categoria (até por ser monomarca e criada mais com foco nos “gentlemen drivers”, embora existam pilotos profissionais nela), mas essa foi uma ocasião especial: afinal, os pilotos brasileiros correram na opção mais veloz do autódromo argentino, onde as duas curvas mais fechadas eram o grampo antes da largada/chegada e a Chicane Ascari (usada já na época em que a F-1 corria no circuito longo na Argentina, nos anos 70). O resto era pé embaixo ou curva que você vem de pé embaixo, reduz apenas uma marcha, embica o carro e pé embaixo de novo. Definitivamente uma experiência que muitos não irão esquecer, um autódromo de verdade, uma pista para acelerar, não essas “pistas técnicas”, esses “traçados seletivos” existentes no Brasil. Melhor que isso, só Rafaela, que na prática é um oval com chicanes. Na categoria Challenge a vitória ficou com Eloi Khouri, seguido por Luca Seripieri e Pedro Costa completando o pódio. Já na Cup, mesmo vencedor para as duas corridas: Rodrigo Baptista foi o grande mestre do traçado portenho e não deu chance para os adversários, que até tentaram, mas não conseguiram retirar o troféu de primeiro colocado de suas mãos. Na primeira prova o pódio ficou completo com J. P. Mauro em 2º e Werner Neugebauer em 3º; já na segunda corrida , com o vencedor da primeira corrida largando em 8º, poderíamos pensar em um vencedor diferente, mas Khouri veio escalando o pelotão à sua frente e acabou levantando novamente o troféu maior, seguido por Lico Kaesemodel em 2º e pelo Miguel Paludo em 3º. Paludo que poderia estar representando o Brasil na NASCAR, mas teve que voltar por falta de verba, uma pena...

 

Esse final de semana acabou o período de férias da MotoGP com a tradicional corrida da Republica Tcheca, em Brno (não, não faço ideia como se pronuncia essa sequência toda de consoantes), mas não foi uma corrida festiva, afinal na última quinta-feira (03) faleceu aos 70 anos, decorrente de ferimentos recebidos em um acidente de trânsito quando pilotava um quadriciclos o ex piloto Ángel Nieto, 13 (ou, mais de acordo com a superstição dele, 12+1) vezes campeão mundial de Motovelocidade. 6 vezes campeão da 50cc e 7 da 125cc, se junta a Nicky Hayden como mais uma vítima de acidente de trânsito. E é muito louco você pensar que a pessoa se dedica a um esporte perigoso, e morre decorrente de ferimentos em um acidente quando se está passeando... enfim, quem morre de véspera é peru de Natal. Não houve comemoração com champagne no pódio, em respeito ao ex campeão, e a categoria fez um minuto de silêncio antes de começarem as atividades na pista do autódromo esse domingo. O que os fãs de motociclismo puderam ver foi uma corrida absolutamente imprevisível, onde quem venceu foi quem soube “ler” melhor as características do tempo e da pista: Marc Márquez foi grandioso, não escolheu o pneu certo para a largada mas foi inteligente o suficiente para parar antes dos adversários a fim de trocar a moto com pneus de piso molhado para a com pneus de piso seco, e depois de todas as paradas foi só administrar a vantagem, que chegou a mais de 20 segundos em alguns momentos mas que terminou em “apenas” 12 segundos e meio... monumental a pilotagem do garoto Márquez. Em 2º, atingindo a marca de 150 pódios na categoria e fazendo dobradinha da equipe HRC Repsol, chegou Dani Pedrosa, outro que pilotou muito esse domingo. Completando o pódio, tivemos Maverick Viñalez, que fez o que pôde para alcançar as Honda oficiais, mas acabou terminando quase 5 segundos atrás de Pedrosa. A decepção ficou por conta de Valentino Rossi, que chegou a liderar a prova mas demorou muito para trocar de moto e quando o fez voltou na 13ª posição. Ainda conseguiu salvar um 4º lugar, com uma belíssima ultrapassagem sobre Cal Crutchlow na última volta e fazendo dobradinha com seu companheiro de equipe 3º e 4º lugares. Decepção também para Jorge Lorenzo, que liderou a prova quando o piso estava molhado, mas que foi ficando para trás com a moto para tempo seco (culpa da equipe, que acertou às pressas quando percebeu que a chuva forte esperada não viria) e terminou apenas em 15º lugar.

 

A Stock Car foi fazer sua primeira prova em uma das mais bonitas pistas do Brasil, o VeloCittá, autódromo particular (da família Souza Ramos, representantes da Mitsubishi no Brasil e de longa história no comércio de carros, tendo lançado diversos modelos fora de série durante a época de proibição das importações no Brasil, nos anos 80) dos mais interessantes. Para meu gosto, como quase toda pista brasileira, falta reta, mas a localização é espetacular. A primeira corrida, bastante acidentada, foi vencida por Felipe Fraga, sua terceira vitória no ano, seguido pelo companheiro de equipe Cimed Cacá Bueno em 2º e pelo Vitor Genz (da Carlos Alves) em 3º. A segunda corrida foi vencida por Átila Abreu (TMG), que fez valer o grid invertido que o fez largar na pole position e dominou com maestria a prova. Já tinha conseguido a pole para a primeira corrida, mas teve um pneu furado em um dos diversos toques da corrida e foi para trás. Na segunda ele não deu essa chance para o azar e administrou sua vantagem para Daniel Serra (RC), que segue na ponta da classificação geral e é forte candidato ao título, pela constância e regularidade com que vem participando da temporada. Completando o pódio chegou Gabriel Casagrande, que fez um belo trabalho com o carro da Vogel Motorsports.

 

A NASCAR foi competir em uma das mais belas pistas da temporada, a histórica Watkins Glen, e no final a vitória ficou com aquele que vem tendo o carro mais consistente da temporada: Kyle Busch ameaçou, vencendo o 1º segmento, assim como Ryan Blaney, vencedor do 2º, mas nenhum deles foi páreo para o #78 e a perfeita estratégia da equipe Furniture Row. Quando a equipe mandou acelerar, Martin Truex Jr. acelerou; quando a equipe mandou levantar o pé e poupar combustível, ele levantou. E ao final, ele conquistou sua 4ª vitória na temporada, interrompendo uma sequência de 10 corridas com 10 vencedores diferentes. Cogitou-se a possibilidade do 11º vencedor diferente, mas Matt Kenseth (2º colocado) não conseguiu superar o iluminado Truex Jr., em que pese tivesse um carro bastante consistente no final. Em seguida tivemos o ótimo mexicano Daniel Suárez, que fez uma das suas melhores (quiçá a melhor) apresentação na categoria principal, mostrando que está amadurecendo bem e pode vir a lutar por vitórias em não muito tempo. Hoje em dia é o melhor dos “rookies” da temporada. Em seguida terminaram Denny Hamlin em 4º e Clint Bowyer em 5º. Por sinal, 4 Toyotas de 1º a 4º, com um Ford em 5º. Não foi um bom dia para a Chevrolet, que teve no A. J. Allmendinger seu melhor representante, em 9º lugar. E foram 6 Toyota no Top-10...

 

Teve prova também da IMSA no maravilhoso Elkhart Lake, e teve vitória brasileira, sim senhor! Pipo Derani foi majestoso nas subidas e descidas da estupenda pista localizada no Wisconsin e nas voltas finais deu um show de pilotagem para subir ao degrau mais alto do pódio na geral e na categoria principal, junto ao seu companheiro de carro da equipe Tequila Patrón, van Overbeek. Os irmãos Taylor (os “bichos papões” da temporada) termianram em 2º e o outro carro da Tequila Patrón chegou em 3º, com a dupla Sharp/Dalziel. O protótipo Mustang de Barbosa/Fittipaldi chegou em 6º lugar, enquanto o belíssimo Acura NSX do brasileiro Oswaldo Negri Jr. teve um azar enorme: o pneu traseiro direito furou praticamente em frente à entrada dos boxes, tendo que dar uma volta inteira (e lá a volta tem quase 6 quilômetros e meio) para chegar aos boxes... evidentemente isso tudo causou danos no carro e tiveram que abandonar.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini