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Brasil sem representante na Fórmula 1? O tempo dirá. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 29 August 2017 00:00

O futuro do automobilismo brasileiro é um tanto quanto nebuloso. Os motivos são vários. Desde a crise econômica provocada por desgovernos que pouco ou nada fizeram pensando nos próximos anos e, de forma inconsequente, vivendo o presente de forma desordenada, e passa por outra razão: falta de atuação, da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA).

 

É bem fácil criticar as confederações, pois os presidentes que por ali passaram, raríssimas exceções, se aproveitaram do cargo e de suas benesses, ganharam dinheiro, viagens internacionais, alguns fizeram maracutaias para favorecer parentes próximos e distantes e se retiraram repletos de críticas, que imediatamente passaram a ser dirigidas para o atual mandatário maior de plantão na cadeira da Rua da Glória, no Rio de Janeiro.

 

No entanto, também convém destacar que, desinteresse da CBA à parte, cabe lembrar que o Brasil deixou de revelar bons pilotos há bastante tempo. Nem falo de campeões mundiais como o bicampeão Emerson Fittipaldi, e os tricampeões Nelson Piquet e Ayrton Senna, seres humanos dotados de algo muito acima dos mortais comuns, mas de pilotos que possam marcar presença no grid (se bem que o brasileiro detesta esse tipo de piloto) e com alguma condição de fazer um pódio, brigar por uma vitória e tal.

 

Os dois últimos expoentes do grande número de pilotos brasileiros que já ocuparam um cockpit na Fórmula 1 são Rubens Barrichello e Felipe Massa. Convenhamos que os dois não caíram no gosto da torcida brasileira. Eles são bons nas suas profissões e isso é indiscutível. Muitos torcedores criticam, principalmente Rubinho, dizendo que ele não é e nunca foi piloto da F1. O problema é que a referência era nada mais, nada menos do que Ayrton Senna.

 

Não é fácil para os pilotos pós Senna conseguir se firmar na F1 e no gosto do público brasileiro.

 

Vamos às minhas alegações para quem tem esse tacanho tipo de pensamento, e que uso para argumentar com amigos ou conhecidos que defendem a mesma tese de vários e legítimos torcedores comuns. Pergunto quantos pilotos profissionais existem no mundo? Digamos que algo em torno de dez mil, somando as várias categorias. O grid da Fórmula 1 comporta entre 20 e 22 carros. Aí eu argumento se ele ou ela acha que os dirigentes da Ferrari entendiam de automobilismo. A resposta vem imediata: Claro!

 

Então, completo eu, que nunca tive qualquer ligação pessoal e nunca trabalhei diretamente com Rubinho: Se eles entendem tanto assim, você acha que eles pagariam alguns milhões de dólares por ano para um sujeito que poderia destruir sua preciosa Ferrari, com certeza o mais almejado carro de todos os tempos? A resposta vinha com um sonoro não. Então estava respondida a questão e ninguém pode discutir que Rubinho e Felipe são dois pilotos que fizeram história na mais badalada categoria de carros de corrida do mundo. No entanto, gosto é gosto.

 

Quem virá agora? Muito complicado saber, principalmente pela falta de grandes nomes com possibilidades financeiras e de sucesso. E onde a CBA entra nessa história? Tivesse a entidade arrecadadora pensando no futuro do esporte que gere, com certeza estaria ajudando, de todas as formas possíveis, pilotos que poderiam ocupar um dos cobiçados cockpits e manter a tradição brasileira de bons pilotos na F1, algo que o tricampeão mundial Jackie Stewart disse em tom de brincadeira que deveria ser a água que eles bebiam. Mudou a água ou o poço secou? O problema é que, caso Silvio Caldas, ops Felipe Massa, não resolva continuar por mais um ano, o Brasil pode ficar sem representante no grid de 2018.

 

Milton Alves


Last Updated ( Tuesday, 29 August 2017 00:14 )