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Um grande final de semana e com Brasil em destaque PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 04 September 2017 01:01

Olá leitores!

 

Se existe uma coisa que o fã de automobilismo não pode reclamar de jeito algum nesse final de semana é de falta de opção. Definitivamente não.

 

Na Itália tivemos a 13ª etapa da temporada de F-1, onde a Ferrari quis comemorar seus 70 anos, mas novamente a escrita se repetiu: cada vez que a Ferrari quer fazer qualquer coisa alusiva a uma data, o carro anda para trás. Foi assim esse final de semana, onde em nenhum momento o carro da Scuderia esteve vagamente próximo de ameaçar a dupla da Mercedes, que lembrou as temporadas passadas de “Fórmula Mercedes”, tamanha foi a superioridade sobre os outros carros.

 

Vitória de Lewis Hamilton, para coroar um final de semana perfeito, onde ele se tornou o piloto com maior número de pole-positions a história da categoria. Após a largada, não foi ameaçado em momento algum. Como diziam antigamente, deu para trazer o carro no colo pilotando de pantufas. Seu companheiro Valtteri Bottas (2º) caiu de 4º para 5º na largada, mas não demorou para chegar ao segundo lugar, e aí foi só levar o carro ao final.

 

Em 3º chegou Sebastian Vettel, que fez o que pôde na corrida, mas não podia grande coisa, já que não conseguia ser mais veloz que as Mercedes em nenhum dos setores da pista. Essas “edições comemorativas” da Ferrari são sempre assim... no final ainda teve que se preocupar com a aproximação de Ricciardo, com um motor razoavelmente menos potente mas com pneus mais macios, para terem ideia da penúria técnica que se abateu sobre a equipe italiana esse final de semana. Ainda assim, a maravilhosa torcida italiana deu grande apoio para ele no pódio. Só que agora que ele perdeu a liderança do campeonato, acho quase impossível que Vettel recupere a ponta até o final do ano. Para mim, o título já tem dono, e não vai para Vettel, que além de se demonstrar meio apático está sofrendo com a equipe batendo cabeça na parte técnica. Seu companheiro Kimi Räikkönen (5º) foi outro que deve ter chegado ao hotel roxo de tanto que apanhou do carro, que apresentou problemas de equilíbrio seja com tanque cheio, seja com tanque vazio.

 

Em 4º terminou Daniel Ricciardo, talvez o grande nome da corrida, após largar apenas em 16º por conta da complicadíssima classificação no sábado. Aliás, para evitar essas cenas lamentáveis ocorridas no treino de classificação, seria melhor a FIA assumir a covardia e proibir corrida com chuva maior que uma garoa forte. Acaba com esse problema de pneus que não drenam direito, piloto que não sabe pilotar na chuva (recado foi para você mesmo, Grosjean), choradeira de falta de visibilidade... proíbe logo, transforma numa Indy sem circuito oval (o que vai transformar a categoria em algo mais ridículo ainda), mas acaba essa coisa de a cada 15 minutos anunciar que vai adiar a tomada de decisão por mais 15 minutos. Voltando ao Ricciardo, certamente foi o piloto que mais se divertiu na pista esse domingo. Seu companheiro Max Verstappen (10º) fez aquilo que sabe fazer de melhor: tocou em um piloto (Massa), fechou outros, e pelo conjunto da obra o ponto solitário saiu no lucro.

 

Em 6º um dos grandes nomes da classificação sob chuva, Esteban Ocon, que largou em 3º, fez a primeira curva em 2º e segurou sua posição enquanto dava. Evidentemente que quando a outra Mercedes e as Ferrari chegaram ele não conseguiu segurar (embora tenha vendido caríssimo a ultrapassagem para o Kimi), mas mostrou que com um pouco mais de experiência (e sem o Pérez por perto...) tem condições de brigar por pódios e, quiçá, vitória. Talvez a melhor apresentação dele esse ano. Seu companheiro Sérgio Pérez (9º) poderia ter acabado a prova mais à frente, mas no fundo foi bom: andando mais atrás ele não teve como bater no Ocon...

 

Em 7º e 8º chegou a dupla da Williams, com Lance Stroll à frente de Felipe Massa, que fez o papel com o que ele mais se identifica: o de escudeiro para o companheiro de equipe, afinal temos que proteger aquele que paga as contas... Stroll teve seu grande momento na classificação, onde se qualificou para largar em 2º lugar, posição perdida já na largada. Massa, sem comentários.

 

Próxima prova, GP de Cingapura, prova que teoricamente favorece a Ferrari e uma chance do Vettel recuperar os pontos perdidos – isso se ele conseguir abandonar a apatia que tem demonstrado nas últimas provas, claro.

 

E sempre é bom saber que a bandeira brasileira foi desfraldada em autódromos pelo mundo afora. No México, o Pietro Fittipaldi (neto do Emerson, nossa grande lenda) venceu as duas provas da rodada dupla da Fórmula V-8 (se a memória não falha, a antiga Fórmula Renault 3.5) no Circuito Hermanos Rodrigues, como preliminar das 6 Horas do México, prova do WEC (do qual falaremos no próximo parágrafo). Na Fórmula 2, após a vitória na segunda corrida de Spa, o Sérgio Sette Câmara chegou em 2º lugar na segunda corrida do final de semana em Monza, após ser 7º na primeira corrida, no sábado. Esse final de semana acabou a temporada de duas importantes categorias de acesso para a Indy, e teve brasileiros fazendo bonito também. Na Indy Lights, em seu ano de estréia, Matheus Leist terminou a temporada em 4º lugar, tendo vencido 3 vezes durante o ano, e com possibilidade de subida para a categoria principal. Pessoalmente eu faria mais um ano de Lights, mas se ele conseguir uma vaga em uma equipe razoável, que tenha muito sucesso com a decisão. Já na Pro Mazda, categoria de acesso para a Indy Lights, o campeão foi Victor Franzoni, que venceu nada menos que 7 corridas durante o ano e faturou o prêmio maior do programa “Road to Indy”.

 

E já que citei o WEC, vamos a ele: na LMP1, o previsível, dobradinha da Porsche, com o #2 de Bernhardt/Bamber e Hartley chegando à frente do #1 de Jani/Lotterer e Tandy, ambos bem à frente do Toyota #8 de Buémi/Davidson/Nakajima. Na LMP2, dobradinha brasileira: em 1º o #31 da Valliante Rebellion, pilotado pelo trio Julien Canal/Nicolas Prost/Bruno Senna, seguido pelo #36 da Signatech Alpine pilotado por Nicolas Lapierre/Gustavo Menezes/André Negrão. Em 5º na mesma categoria chegou o #13, pilotado por Beche/Heinemeier-Hansson/Piquet Jr., ou seja, 3 brasileiros no Top 5 da categoria, muito bom haja vista a situação do automobilismo brasileiro, em coma e respirando por aparelhos. Infelizmente o Aston Martin da categoria GTE-Pro do qual fazia parte Daniel Serra não terminou a prova. Aliás, na GTE-Pro venceu o Aston Martin de Sorensen/Thiim e na GTE-Am venceu o Porsche da equipe do ator Patrick Dempsey, pilotado por Ried/Dienst/Cairolli.

 

A penúltima etapa da temporada da Fórmula Indy foi disputada no belíssimo e histórico Watkins Glen, com a vitória do pole position Alexander Rossi, e com uma apresentação absolutamente precisa do Scott Dixon, que com esse 2º lugar e o abandono do Josef Newgarden jogou gasolina premium na disputa do campeonato. O neozelandês foi grandioso nessa prova, mesmo tendo um carro que não estava entre os mais velozes. Um monstro. Em 3º chegou Ryan Hunter-Reay, que aproveitou o bom acerto da Andretti para essa pista e fez um de seus melhores resultados esse ano. Helinho Castroneves chegou em 4º após andar uma boa parte da prova em 1º, e Tony Kanaan bateu no mesmo muro da saída dos boxes que o Newgarden acertou, e acabou sendo obrigado a abandonar a prova.

 

E tivemos também a NASCAR, com a prova retrô de Darlington, a primeira pista asfaltada da categoria, e onde tradicionalmente se corre com pintura homenageando figuras do passado da categoria. Esse ano o foco foi o período entre os anos 85 a 89, mas a grande estrela foi anterior a isso: Richard “The King” Petty andou atrás do pace car antes da largada com seu Plymouth 67 e sem o chapéu de vaqueiro (não deve ter conseguido encaixar os fones de ouvido com o chapéu, aí trocou por um boné). A vitória ficou nas mãos de Denny Hamlin, a sua segunda essa temporada, graças à sua habilidade de poupar o equipamento. A 5 voltas para o final, parecia que (mais uma vez...) a vitória ficaria com Martin Truex Jr., mas a 3 voltas pro fim os pneus dele acabaram e ele raspou o muro, tendo de diminuir a velocidade para não bater mais forte ainda (acabou em 8º). Em 2º chegou Kyle Busch, em 3º Kurt Busch, em 4º Austin Dillon e em 5º a revelação Erik Jones. Aliás, foi o final de semana perfeito para Hamlin, que também ganhou a corrida da Xfinity Series no sábado.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini