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A Fórmula 1 e a Honda PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 06 September 2017 17:37

Caros Amigos, o grande assunto do retorno das férias, com as etapas em seqüência de Spa-Francorchamps e Monza esteve – de certa forma – fora do asfalto, apesar da disputa acirrada pelo título entre Lewis Hamilton e Sebastian Vettel. Afinal, um assunto de enorme relevância econômica e estratégica estava em aberta discussão, envolvendo desde os interessados diretos (equipes) aos indiretos de todos os níveis (pilotos e dirigentes).

 

O estimado leitor já concluiu que o assunto é o futuro da Honda como fornecedora de motores para a categoria mais relevante do automobilismo mundial. Enquanto ela é um sucesso na Fórmula Indy, nos Estados Unidos, e depois de ter escrito uma história de páginas douradas na Fórmula 1 nos anos 80, o retorno da marca japonesa está sendo de uma dura e cruel realidade, muito distante dos anos de glória. Pelo contrario, a decepcionante performance tem tido críticos duros, alguns impiedosos e entre eles, aquele que podemos dizer sem medo, o piloto reconhecidamente de maior peso do grid, seja historicamente, seja por sua capacidade técnica, seja por não fechar a boca quando se acha no direito de abri-la.

 

Há três anos Fernando Alonso vem – por vezes de forma irônica, sarcástica, por outras de forma direta e desmoralizante – criticando duramente as unidades motrizes que a Honda vem entregando para a equipe McLaren, fazendo a marca virar motivo de chacota nas mãos da mídia, do público e certamente causando enormes constrangimento aos sérios e recatados japoneses.

 

Aquilo que era, talvez, um problema de ordem interno da McLaren, diante do iminente término do contrato de Fernando Alonso e as declaradas ameaças de não permanecer na equipe – quem sabe mesmo na categoria – acabaram por mobilizar forças mais poderosas em defesa dos nobres japoneses e estas passaram a trabalhar para que uma possível saída da fornecedora de motores não se concretize.

 

O Grupo Liberty Media e a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) externaram no final de semana do GP da Itália o quanto estão preocupados com a Honda e esta possível saída da marca japonesa da Fórmula 1 ao fim da temporada. E no momento não importa aonde as unidades de força da Honda venham a ser instaladas... o importante é vê-las instaladas em algum lugar!

 

A McLaren estabeleceu “uma relação de namoro” com a francesa Renault, com a qual Fernando Alonso conquistou seus dois títulos mundiais e aonde foi acolhido depois de todo aquele problema dentro da McLaren em 2007. Para que a McLaren tenha seu desejo de ter o motor Renault atendido, algumas opções foram surgindo ao longo do ano. Primeiro foi a Sauber, que depois de algumas negociações acabou abrindo mão e vai ser a partir de 2018 uma “equipe B” da Ferrari, com motores, suporte e – claro – cockpits para as “promessas” nas quais a Casa de Maranello vem investindo. Negócio desfeito, surgiu a Toro Rosso como equipe a receber as questionadas unidades de potência da Honda.

 

O assunto ainda tem mais perguntas do que respostas. Apesar da equipe ítalo-austríaca estar assistindo – assim como todos nós – o deama que a McLaren vem vivento há três temporadas, eles concordaram em receber os propulsores da Honda por três anos, mas os japoneses pensam em um contrato de apenas um ano. A real intenção da Honda neste contrato curto gerou muitas dúvidas sobre o acerto, a possibilidade de saída da Honda ganhou um agravante extra na visão de Chase Carey, Ross Brawn e Jean Todt.

 

O Grupo Liberty Media, proprietário da Fórmula 1, já se mostrou disposto a trabalhar duro para evitar a saída da Honda por considerar “frágil” ter o grid da categoria restrito a três fornecedoras de motor especialmente em “tempos elétricos”. Coube a Sean Bratches, diretor-comercial da Categoria, liderar as negociações (dos interesses do Grupo Liberty Media) junto à Honda depois que o chefão Chase Carey se encontrou com o diretor da fábrica, Masashi Yamamoto, no paddock de Monza no último fim de semana. Pelo lado da FIA, Jean Todt escreveu uma carta ao diretor-executivo da marca expressando seu apoio aos japoneses.

 

O problema é que os japoneses estão inseguros, temendo não apenas conseguir fazer a McLaren continuar como sua parceira na categoria, o que parece ser o maior objetivo comercial da Honda no momento. A montadora japonesa insiste em dizer que não vai desistir, que confia no seu corpo técnico e na capacidade de vir a produzir, quem sabe para 2018, uma unidade de potência capaz de ser competitiva ante as adversárias.

 

A questão é que o tempo tem jogado contra os japoneses. Esta era uma promessa para 2017... e que não se realizou e pelos lados da McLaren, é evidente que a equipe inglesa precisa tomar uma decisão (algo que pode não passar desta semana onde temos um feriado aqui no Brasil, mas eles não) quanto à continuidade do contrato com a Honda. O fato é que o relacionamento entre as duas empresas está bastante desgastado depois de tudo que temos visto desde 2015.

 

A minha pergunta é: até onde a Fórmula 1 é realmente interessante para a Honda? Eles tem uma excelente fatia de mercado nos Estados Unidos, tem penetração em todos os continentes, estamos diante de uma iminente “revolução elétrica” na indústria automotiva. Vale mesmo à pena passar pelo que eles estão passando? Só para lembrar: a Nissan, que investiu pesado no proeto do carro híbrido para o Mundial de Endurance, diante dos resultados decepcionantes e do volume de investimento projetado para tentar “tirar o atraso” ante aos adversários, optou por enterrar o projeto e amargar o prejuízo.

 

Com a palavra, Mr. Masashi Yamamoto.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva