Olá leitores! O circo da Fórmula 1 foi pela última vez para a Malásia (o contrato vence final do ano agora e os organizadores não estão nem um pouco com vontade de renovar, afinal segundo eles a categoria leva menos da metade de público que a MotoGP para a pista), e a etapa pode ter sido muita coisa, menos monótona. Seja dentro da pista, seja fora, muita coisa aconteceu merecendo destaque. Tecnicamente falando, Sepang seria a pista para a Ferrari se recuperar da monumental “orelhada” da prova de Cingapura, e assim foi até o final do 3º treino livre, quando Vettel teve problema no motor e precisou trocar o mesmo. O carro não ficou bom para a classificação, e ele não marcou tempo, largando em último. A (teórica) chance de vitória ficaria com Kimi, que estava rápido e poderia no ritmo de corrida superar o pole Lewis Hamilton (a 70ª da carreira), mas... ele teve na volta de instalação o mesmo problema que o Sebastian teve no sábado, e nem mesmo largou. Dessa maneira, tivemos a chance de novos protagonistas na corrida, que contou com a gloriosa ausência de Daniil Kvyat, enfim defenestrado (por enquanto apenas por 2 provas, Malásia e Japão) da Toro Rosso para a entrada de Pierre Gasly, vice-líder da Superfórmula que fez uma corrida de estréia bastante decente. Aliás, parece que o russo é o “amuleto” de Max: quando ele foi “rebaixado” da Red Bull para a Toro Rosso, Max conseguiu sua 1ª vitória; agora que ele foi afastado da equipe, Max venceu pela segunda vez. A Red Bull precisa contratar e demitir o russo seguidamente, até que o Max seja campeão... O degrau mais alto do pódio foi ocupado por Max Verstappen, que logo na 4ª volta de 56 emparelhou com o líder Hamilton e, como o inglês agora sabe que só perde o título para ele mesmo, esse não ofereceu grande resistência e deixou o jovem holandês passar e dominar a corrida. Uma bela maneira de comemorar o aniversário (esse sábado Max completou 20 anos), convenhamos. Seu companheiro Daniel Ricciardo (3º) disputou (e ganhou) posição no começo da prova com Bottas e no final se defendeu bem do único ataque efetivo do Vettel antes que os pneus desse último se degradassem de vez, mas descontando isso fez uma prova razoavelmente isolada. Em 2º chegou o virtual campeão de 2017, Lewis Hamilton, que agora possui monumentais 34 pontos de vantagem para o alemão... levando em conta que a vitória propicia 25 pontos, acho que a disputa pelo título acabou, resta saber apenas com quantas corridas de antecipação ele leva o troféu. Seu companheiro Valtteri Bottas (5º) estava visivelmente desconfortável com o carro, e esse 5º lugar foi o possível para o finlandês. Em 4º chegou o grande nome da corrida, Sebastian Vettel, que largou em último e veio “jantando” os adversários enquanto os pneus aguentaram. Tanto que nem mesmo a torcida holandesa conseguiu dessa vez fazer o Max Verstappen ser eleito o “piloto da corrida” no site da FIA, tendo essa honraria virtual ficado com Sebastian. Do jeito que o carro estava veloz na pista, poderia ter vencido com certa facilidade se largasse entre os 10 primeiros... momento altamente bizarro foi a batida entre ele e Lance Stroll APÓS a bandeirada. Surreal. Nem há nada o que falar do Kimi Räikkönen, que teve pane antes da largada. Em 6º chegou Sérgio Pérez, que além do forte calor malaio enfrentou uma virose para levar seu carro à zona de pontos como o melhor entre as equipes médias, realmente um gigante nessa corrida. Já seu companheiro Esteban Ocon (10º) não teve um dia dos melhores, já que terminou 5 posições atrás de onde largou, boa parte disso por conta do pneu furado devido a um toque com Massa logo na primeira volta. Em 7º chegou Stoffel Vandoorne, em sua melhor atuação na categoria; largou muito bem, manteve um ritmo consistente durante a prova toda e ainda conseguiu segurar atrás de si o Stroll. Muito bom mesmo. Em compensação, seu companheiro Fernando Alonso (11º) teve uma das atuações mais apagadas do ano, praticamente irreconhecível. Em 8º e 9º lugares chegaram os pilotos da Williams, Lance Stroll e Felipe Massa, pela ordem. Um resultado bom, levando em conta a penúria técnica do carro, que praticamente não evoluiu do começo da temporada até agora. Próxima corrida já é final de semana que vem, no Japão. Vamos ver o que a tradicional pista de Suzuka nos reserva... Mas não foi só isso que tivemos não: o Mundial de Superbike já tem seu campeão desse ano, e com 5 corridas de antecedência: Jonathan Rea (Kawasaki) conseguiu ser o primeiro piloto a conquistar 3 títulos em sequência na Superbike, escrevendo assim seu nome na história da categoria. Ele venceu a primeira corrida do final de semana em Magny-Cours – pista, por sinal, que produz corridas de moto muito melhores que as corridas de carro. Mais ou menos o mesmo que acontece em Jerez de la Frontera (que por sinal é o lugar da próxima etapa, em 21 e 22/10): corridas de carro lá são soporíferas, mas as provas de moto são bem interessantes. E no sábado ele não teve trabalho algum, largou na pole e sumiu na frente, sem ser incomodado por nenhum outro competidor no piso levemente molhado. Dividindo o pódio com ele estiveram Marco Melandri (Ducati) em 2º e Tom Sykes (Kawasaki) em 3º. Já no domingo o nome da corrida foi Chaz Davies (Ducati), que debaixo de um tempo complicado, com chuva intermitente, largou lá para trás e veio “jantando” o pessoal à sua frente, conquistando uma vitória com V maiúsculo. Fizeram companhia para ele no pódio Alex Lowes (Yamaha), que foi o vencedor de um belo duelo protagonizado contra seu companheiro de equipe Michael van der Mark. Também tivemos vitória de brasileiro: Augusto Farfus Jr. aproveitou o final de semana sem etapa do DTM para participar da etapa de Monza do campeonato International GT Open com o BMW M6 GT3 da equipe espanhola Teo Martin, dividindo o carro com o português Lourenço Beirão da Veiga... e o carro #51 quebrou na prova de sábado, mas venceu a prova do domingo com mais de 6 segundos de vantagem para o outro carro da equipe, pilotado pela dupla espanhola Victor Bouveng/Fran Rueda, e quase 10 segundos à frente do Ferrari 488 GT3 de Miguel Ramos e Mikkel Mac. Espero que tenha servido para tirar a uruca do DTM... E a Stock Car voltou a correr na Argentina, no excelente Oscar Galvez, em Buenos Aires, em um final de semana que o líder do campeonato Daniel Serra gostaria de esquecer, afinal sua vantagem caiu de 13 para apenas 4 pontos... a primeira prova teve sua largada adiada por conta de uma forte chuva que tornou o histórico traçado portenho sem condições mínimas de pilotagem graças à água acumulada. Quando a chuva amainou, nem mesmo a largada com safety-car impediu um festival de rodadas e batidas, que implicaram em outras intervenções do carro de segurança até o final da prova. O momento bizarro ficou por conta de Bia Figueiredo (Full Time Academy), que recebeu pancada por trás durante o safety car e teve de abandonar por quebra do radiador de câmbio... E o mestre do molhado (que foi secando durante a prova) foi o atual campeão Felipe Fraga (Cimed), que mesmo sem conhecer tão bem o traçado (esse final de semana foi o primeiro contato dele com a pista) como outros pilotos mais experientes pilotou como um veterano e obteve uma vitória mais do que merecida. Em 2º chegou Thiago Camillo (Andreas Mattheis), seguido por Daniel Serra (RC) em 3º. Já a segunda corrida teve como vencedor Rubens Barrichello (Full Time), que ao perceber que a pista secava parou nos boxes nas últimas voltas da primeira corrida para colocar os pneus slick. A aposta deu certo para ele, assim como para os outros dois integrantes do pódio, que também adotaram a mesma estratégia. Em 2º chegou Max Wilson (RCM) e em 3º Rafael Suzuki (Cavaleiro). Essa etapa argentina deixou o campeonato bem mais interessante para a próxima etapa (22/10, em Tarumã), já que não apenas a vantagem do Daniel Serra diminuiu como o Felipe Fraga chegou para a briga e defesa do título (agora está em 3º na classificação, logo à frente do “Sr. Fan”, Átila Abreu. E apesar do fã brasileiro continuar com problemas para acompanhar a categoria, a NASCAR teve uma etapa decisiva em Dover, na “Milha Monstro” (em tempo, a Fox Futebol 2, ops, Fox Sports 2, avisou que transmitiria a prova pelo aplicativo Fox Sports. Como não sou tão tecnológico assim, foi pelo twitter mesmo que acompanhei. Ao menos esse domingo o jogo de futebol da hora da corrida era um pouco melhor, campeonato italiano), que “limou” os primeiros 4 pilotos da disputa (ficaram de fora Kurt Busch, Kasey Kahne, Austin Dillon e Ryan Newman) e teve uma participação eletrizante do “odiadinho da América” Kyle Busch, que fez a pole position para a prova mas que liderou apenas 30 das 400 voltas da corrida e fez uma bela ultrapassagem a 2 voltas do final sobre Chase Elliot, que teve que se contentar com o 2º lugar e o maior nº de voltas lideradas na corrida. Não que ele tenha achado isso um consolo, já que estava bem decepcionado ao final da prova... em 3º chegou Jimmie Johnson (aliás, belo resultado para a equipe Hendrick, carros estavam bem acertados para a pista), em 4º o “papa segmentos” Martin Truex Jr. (que por sinal não ganhou nenhum segmento nessa corrida: o 1º ficou com Brad Keselowski e o 2º com Kyle Larson) e fechando o Top-5 terminou Kyle Larson, que foi ultrapassado por Kyle Busch na pontuação dos playoffs mas continua muito bem posicionado, agora em 3º lugar. Até a próxima! Alexandre Bianchini
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